com Dep. Aluízio, Belezinha toma posse |
Herbert Lago Castelo Branco,
com Dep. Aluízio, Belezinha toma posse |
Herbert Lago Castelo Branco,
Fernando declamando seu poema |
Chapadinha tem um legado poético valioso e na atualidade observa-se o alvorecer de uma nova poesia, como as de Fernando Nunes, que mostra de forma clara que a poesia Chapadinhense não expirou, continua florando, muito viva e fluente na inspiração de uma nova safra de poetas com um estilo próprio como é o poeta Fernando Nunes.
Fernando Nunes tem um estilo livre, de poemas curtos, mas de cadência profunda e ritmada, como podemos perceber abaixo em seu poema vencedor do festival.
Recebendo certificado |
“VERSO TORTO”
Meu verso é torto,
Perdido entre o feio e o belo,
Mundo aonde me fecho,
Camuflado, branco, preto, vermelho,
amarelo...
Meu verso é torto,
Feito nas tardes porosas,
Mastigado pelo tempo,
Dentro de seu próprio sentido,
absorto, asas ao vento...
Meu verso é torto,
Pássaro de carne,
Voo rasante,
Rangido das horas,
Rastros do vento,
Desproporção, osso, pêlo, cartilagem,
Perfil traçado nas paredes do tempo.
Parabéns
Fernando! Muito orgulhoso por essa sua conquista.
Herbert Lago Castelo Branco
Deputado Antônio Pontes de Aguiar |
Antônio Pontes de Aguiar
nasceu no dia 26 de agosto de 1927, na localidade Ponta da Serra, no município
da cidade de Coreaú no Estado do Ceará. Filho de Miguel Teodoro de Aguiar e de Olindina
Portela de Aguiar e teve mais oito irmãos: Adalto Pontes, Francisca de Aguiar
Machado, Guiomar Machado de Aguiar, José Machado, Maria Pontes de Aguiar, Nilça
Machado de Aguiar, Raimundo Pontes, Zilmar Pontes de Aguiar e o primo e irmão
adotivo Francisco Modesto de Aguiar.
Em 1946, com apenas 19 anos de idade Antônio Pontes migrou do Ceara para Contendas, município de Luzilândia-PI, e em 1948 casa-se com sua prima, Beatriz Portela da Ponte, filha do seu tio Manoel Machado da Ponte. Desta união tiveram os seguintes filhos: Nair Pontes de Almeida, Neide de Aguiar Portela, Levi Pontes de Aguiar, Olindina Pontes de Aguiar, Cleonice Pontes de Aguiar e Maria Pontes de Aguiar.
Pontes com esposa a Beatriz e filhos |
Em 1949, a convite de Manoel Garreto de Sousa (Nego Garreto), Pontes de Aguiar veio para o interior de Chapadinha, para um lugarejo conhecido como São José, onde se estabeleceu e deu início a sua trajetória de comerciante comprando amêndoas de coco babaçu e outros cereais, que trazia para Chapadinha e vendia para a Casa Mendes, do então empresário Benú Mendes. Com êxito nos seus negócios, transferiu-se para a cidade de Chapadinha em 1953, para dar continuidade nas suas atividades comerciais, instalando seu comercio e residência nas Terras Duras, onde hoje é a praça da Bandeira, para dar continuidade as suas atividade de empreendedor no ramo do comércio como varejista e atacadista, comprando carradas de bicicletas, máquinas de costura Singer e outras mercadorias. Mas tarde, motivado pelo sucesso de seus empreendimentos, instalou outras filiais em cidades como: Itapecuru, Vargem Grande, São Benedito do Rio Preto, Buriti, Brejo e Boa Hora, município de Chapadinha e na capital São Luis.
Gov. Sarney e prefeito Antônio Pontes |
Depois de enfrentar e superar preconceitos por ser
imigrante do interior do Ceará e com pouco estudo, no ano de 1962 Antônio
Pontes resolveu seguir uma nova caminhada e entrar na política candidatando-se
ao cargo de vereador, elegendo-se para representar o povo de Chapadinha na
Câmara Municipal. Um homem simples e carismático, e com sua popularidade em
alta, em 1965 Pontes de Aguiar candidata-se ao cargo de prefeito, sendo aclamado
pela maioria dos eleitores Chapadinhenses, tomando posse no dia 1º de janeiro
de 1966.
Sem dúvida alguma, o desenvolvimento e o crescimento de Chapadinha começa por Antônio Pontes de Aguiar. Foi ele, por meio de sua liderança que colocou Chapadinha no cenário político estadual. Fazendo com que Chapadinha se tornasse a cidade polo e a mais importante do Baixo Parnaíba. Durante o seu mandato como prefeito desenvolveu seu trabalho administrativo voltado para às principais carências do município e promoveu significativas melhorias na cidade de Chapadinha, investiu na educação e na saúde pública: construiu o primeiro hospital, escolas, matadouro municipal, praça e calçamentos. Além disso, desenvolveu a infraestrutura rural, construindo estradas e pontes sobre os rios Munim e Riacho Feio, facilitando o transporte e estimulando e revitalizando do comércio local.
Loja Matriz de Pontes em Chapadinha |
Após seu mandato como prefeito Antônio Pontes foi eleito
7 (sete) vezes a Deputado Estadual, entre os anos de 1970 a 2000. Sua
influência estendeu-se por toda a região do Baixo Parnaíba. Encerrando a sua
carreira política como vereador 2004 a 2008 e presidente da Câmara Municipal de
Chapadinha.
Herbert Lago Castelo Branco
Fonte: Revista em sua homenagem “ANTONIO PONTES DE AGUIAR – Um homem Vencedor”
publicada em agosto de 2024.
O
falecido e ex-deputado Wilisses Guimarães falava que política era que nem uma
nuvem, muda todo instante. O candidato cantar vitória antes do tempo ou entrar
na disputa com o sentimento de derrota diante de um adversário forte são
premissas que, na maioria das vezes acabam em derrota, Achar que já ganhou ou
perdeu são dois erros que todo político conhece. Além dessa obviedade e, embora
a internet seja um espaço de propaganda, o eleitor só passa a ter interesse nas
eleições quando a campanha chegar nas ruas onde atinge o eleitor desligado das
redes sociais. Ai sim, as pessoas desinteressadas na eleição começa a conhecer
as candidaturas e escolher os seus candidatos.
Ninguém pode negar que a prefeita e pré-candidata
Belezinha e uma das referências de gestora, assim como foi Antônio Pontes na
década de 1960/70, até mesmo o Magno Bacelar nos seus dois primeiros mandatos.
E por isso, não há dúvidas de que a prefeita Belezinha é a favorita e
reeleição, mas repito, ainda não ganhou nada! É bom não ficar nesse oba, oba. Quem viveu na
política e conhece um pouco da política sabe muito bem que na política o jogo é
bruto.
Não custa nada alertar e pedir cautela, quando a gente
ver o cupim comendo o telhado ele já está caindo. Josenildo está igual um cupim
ninguém está vendo. Nem sempre um fenômeno se repete nas mesmas proporções, até
porque cada eleição é diferente da outra, mas é importante lembrar o efeito
Higor Almeida, candidato a prefeito na última eleição como também Lhaesio
Bonfim na eleição para governador do maranhão.
Herbert Lago Castelo Branco
Higor Almeida |
A
desistência de Higor Almeida em concorrer à eleição pra prefeito de Chapadinha,
anunciado em vídeo no dia 26 de abril de 2024, surpreendeu a todos nós e deixou
um grande vácuo na política Chapadinhense e especialmente no PT – Partido dos
Trabalhadores de Chapadinha que via em Higor Almeida a grande chance de chegar
ao poder municipal, mas ficou órfão de uma candidatura ainda em gestação.
No cenário atual não há quem poderia desempenhar este
papel abandonado por Higor Almeida. A casta política Chapadinhense não se
preocupou em construir novas lideranças ao longo de sua trajetória. Agora
voltou tudo como dantes, está restrita a enfadonha política cotidiana
tradicional “TUDO BELEZA OU BOM DE MAIS”,
ou seja Belezinha ou Magno, não vai mudar em nada!
A sociedade Chapadinhense até hoje está apática e espera
uma justificativa mais aplausível de Higor Almeida. E ainda mais, que o jovem
Higor Almeida não se omita e nem fique com os braços cruzados no processo
eleitoral pois, o Chapadinhense o via como a opção de alternância de poder e a
esperança do povo de Chapadinha era de ver mudança na política local.
Agora,
resta ao PT – Partido dos Trabalhadores, reunir todos os companheiros e companheiras
e construir um novo caminho e manter-se firme com uma candidatura própria como
uma opção para os eleitores neném, que não quer Ducilene Belezinha e nem Magno
Bacelar.
Herbert
Lago Castelo Branco
Na política de Chapadinha criou-se a cultura do asfalto. Hoje, a nossa sociedade já não tolera mais as ruas no barro, poeira, nem mesmo calçamento por paralelepípedos. É verdade que a pavimentação das vias púbicas tem importância relevante na urbanização das cidades e até gera mais qualidade de vida para a população, valoriza imóveis e empreendimentos, além do bom fluxo do trânsito. Mas também, não é novidade para ninguém que o asfalto ou a pavimentação urbana que temos visto em Chapadinha é bastante precária e de péssima qualidade. Sem estudo do solo, de impacto ambiental, sem projeto técnico e mão de obra sem qualificação. Não se vê nem as imprescindíveis bocas-de-lobo. As consequências da falta de estudo e projeto técnico são os futuros alagamentos instantâneos, causando transtornos, erosões urbanas, inundações de residências, afetando as populações em condições mais precárias como temos visto constantemente nas grandes cidades. Quando se realiza pavimentação asfáltica sem um sistema de drenagem, em pouco tempo, haverá prejuízos e transtorno para a população. A ausência de drenagem e de sistema de esgoto resultam em acúmulo de águas o que causará o surgimento de buracos, enchentes e alagamentos.
Como esperar que interferindo de tal forma no
ciclo natural das águas, não se teria que arcar com consequências desastrosas e
dolorosas. É a inevitável a “lei de causa e efeito”. Por isso, deve ser levado
em conta que a água não respeita limites políticos. Além de estudo do solo e
projeto técnico é necessária a construção de açude ou diques para amenizar o
impacto ambiental na jusante, com o devido tratamento. Com o asfaltamento desordenado que temos
visto sendo realizado nos bairros de Chapadinha, não vai demorar muito tempo para
vermos inundações e pessoas desabrigadas nos bairros da Cruz, São José, Baixão
do Sapo, Japão, Aldeia, Vila Liberdade, entre outros. Rogo a Deus para que esta
minha premunição não aconteça.
Herbert Lago Castelo Branco
“CHAPADINHA
TERRA QUE O VIU AMADURECER, FOI A GRANDE PAIXÃO DO POETA NONATO VALE”.
Nonato Vale em 1943 |
Prefaciar TEMAS E ESBOÇOS do poeta Nonato Vale é imortalizar-se com o seu autor. Conheci e aprendi, com outros circunstantes, algumas de suas belas ´produções poética. Uma delas era indispensável nos efêmeros recitais do menestrel, e parece que era também a da sua predileção. “A Paisagem do Rodeio”, expressão da mais pura inspiração e do apego ao seu local de refúgio e de trabalho mais efetivo.
“Do alto, a casa, no sapé descansa
Em frente, esguio, o rio sinuoso
E dominando o horizonte, airoso
O coqueiral soberbo se balança” ...
Não sabia, mas devia imaginar, que muitas
outras estavam nos escaninhos de seu intelecto, constituindo a argamassa desta
obra que agora vem a público para deleite de quantos tiverem o privilégio de
conhece-la.
Trata-se de uma obre que, basicamente é um
canto de amor à terra e à família. A influência telúrica predomina nos seus
versos.
“Luzilândia berço amado,
Como é grande o teu porvir,
Teu destino está traçado
Rainha do Piaui....
Quanta expressão de ternura e de amor cívico à terra berço.
Chapadinha terra que o viu amadurecer, foi
a grande paixão do poeta Nonato Vale. Revolta-se sempre que, “em nome de um
falso progresso”, agridam a beleza e a paz da terra que lhe acolheu. Nos muitos
versos a Chapadinha, o registro da indignação é feito com veemência.
“Aldeia fonte querida,
Foste o berço da cidade,
Do povo hoje esquecida,
Só recebeste maldade” ...
Inquietava se ante a falta
de visão daqueles que a governavam. O ritmo de crescimento da cidade, dizia
sempre, imprimia-o a iniciativa dos seus habitantes, especialmente da classe
empresarial que nunca esperou pelo poder público para desenvolver suas
atividades:
Chapadinha, foste outrora,
Talvez uma maloca...
Cresceste, como órfão,
A própria custa,
Filha pródiga desta terra adusta,
Onde
desponta progressivamente.
E ostentas sem favor,
O galardão de seres hoje a flor do
Maranhão,
Dando nome e fartura a tanta gente”.
A dedicação à família foi sua fonte de
inspiração permanente. O amor à família é, sem dúvida, uma expressão de bom
caráter.
“Teu vulto, minha mãe, volve-me agora
Emoldurado, inteiro, em minha mente,
Numa auréola de luz, resplandecente
Como no dia em ti foste embora”.
Essa sublimação à memória da mãe, também a
mereceu o pai.
“Meu
pai viveu em aura de bonança...
E fez da vida um livro aberto
Onde deixou exemplos como herança
De como pode alguém viver tão certo”. ...
Na evocação aos irmão, de um lar prenhe de
amor.
“Foram os nossos dias mais queridos
Aqueles que vivemos, por completo,
Juntinhos a nossos pais, nunca esquecidos,
De amor imenso a todos nós repleto”.
A Serenilia, uma das suas filhas, a
manifestação do amor:
“Causa-me
orgulho tê-la como minha
Qual flor mimosa que balança ao vento,
Se lhe abraço, me afaga e me acarinha,
E sai correndo, noutro estouvamento” ...
O “Hino a Luzilândia” tem lugar assegurado
na Antologia das obras talentosas. Consagra-se, o poeta, e ganha o seu lugar no
panteão da sua terra berço.
“Esta terra, sem par, que nos fascina
Do Parnaíba à beira alcandorada
Como porte airoso de gentil menina
É nossa Luzilândia idolatrada” ...
Mas não foram só a família e a terra suas
fontes de inspiração. Todo poeta que se preza tem suas musas. Nonato Vale não
fugiu à regra. Romântico, enriqueceu a sua obra com belíssimos versos, efusões
de amor e de desilusões sempre presentes, nas composições poéticas que dimanam
dos impulsos do coração. Penso que não incorrerei no pecado do plágio, se no
afã de matizar este comentário tão indigente de beleza literária, à guisa de
prefácio, apropriar-me do gênio de Rui na “homenagem a Castro Alves”: “Eis a obra de Nonato Vale, sua obre é
sua vida. A mão da morte apagou-o dentre nós; mas a glória restituiu-o ao
horizonte com a estrela da manhã para o cativeiro”.
Raimundo
Marques
Acadêmico
da Academia de Letras, Artes e Ciências de Chapadinha
Fonte:
Extraído do Prefácio do livro TEMAS E ESBOÇOS.
E A
PERGUNTA QUE A GENTE NÃO DEIXA DE FAZER: QUEM MATOU LARYSSA?
Na
próxima quinta-feira, 28 de março completa 3 (três) anos que a jovem Laryssa
Gomes foi covardemente assassinada com dois tiros, próximo a sua residência no
Bairro Mutirão, em Chapadinha, e até hoje o caso segue sem solução. O ou os
assassinos demonstrando frieza ainda pegou o corpo da jovem e colocou bem
próximo à casa onde Laryssa morava e abandonaram o corpo próximo a sua
residência e fugiram sem deixar pista na cena do crime. Clique no link conheça
mais sobre o caso: https://herbertlago.blogspot.com/2022/03/um-ano-sem-respostas-e-pergunta-que-nao.html
E a pergunta que a gente não deixa de fazer: quem matou Laryssa? A exemplo do caso Mariele, será que o ou os assassinos são também pessoas com influências em Chapadinha? Será que ele ou eles estão tendo proteção de alguém influente em Chapadinha? Ou será se é porque Laryssa é filha de pessoas humildes e simples, que não tem condições de pagar uma bancada de advogados famosos para defende-los? O que mais revolta a mãe de Laryssa e especialmente a opinião pública, é a falta de interesse dos órgãos de segurança pública para desvendar esse terrível assassinato e saber que o ou os covardes assassinos ainda estão impunes e permanecem soltos.
O brutal assassinato de Laryssa, chocou a sociedade
Chapadinhense e teve repercussão estadual. No primeiro momento, foi realizada
uma grande manifestação pelas ruas de Chapadinha em direção a polícia civil.
Pois, os assassinos puseram fim à vida de uma jovem apegada a família, dedicada
a igreja e que tinha sonhos. “Esperava
que a justiça não fosse benevolente. Até hoje choro a morte de minha filha”,
desabafa Izuila, mãe de Laryssa.
Em entrevista, o ex-secretário de
segurança pública do maranhão Dr. Jeferson Portela, afirmava que já tinha
pistas e que estava próximo de solucionar o caso e prender o ou os assassinos. Esperamos
da justiça uma resposta e não deixar que o crime prescreva e esses bárbaros
criminosos fiquem impunes.
Herbert Lago Castelo Branco
José Vieira Passos |
José Vieira Passos,
patriarca da família Vieira Passos, nasceu na zona rural, na localidade Barro
Branco, no dia 27 de agosto de 1890. Filho do Coronel Luis Vieira Passos e de
Senhorinha Maria dos Santos Vieira e teve mais 9 (nove) irmãos: América Vieira de Almeida, Diomedio Vieira
Passos, Hermezinda Vieira Passos, Leonesa Vieira Passos, Manoel Vieira Passos,
Maria José Vieira Passos, Maria Vieira de Almeida, Maria Vieira Passos e
Teófilo Vieira Passos. José Vieira permaneceu todos os anos de sua juventude
ajudando o seu pai Luis Vieira, a cuidar da lavoura de subsistência e de
algumas cabeças de gado. Embora as adversidades fossem grandes, como a falta de
estradas, de insumos para a agricultura, meios de transportes e de comunicação,
o trabalho começou a render frutos e prosperar.
José
Vieira casou-se com Sara Barroso Passos no dia 26 de junho de 1915, com quem
teve 10 (dez) filhos: Elin Barroso Passos, Epitácio Barroso Passos, Demerval
Barroso Passos, Genuína Barroso Passos, Gessi Barroso Passos, Luis Vieira Neto,
Manoel Vieira Passos Sobrinho (Gabi), Maria Barroso Passos de Almeida (Dudu),
Miriam Barroso Passos e Raimunda Barroso Passos.
Homem duro e de mãos calejadas pelo trabalho no campo,
acostumado ao sol da chapada. Para ele, apenas a palavra era suficiente para
substituir qualquer documento. Astuto e habilidoso quando o assunto era
política. Afável e carinhoso entre os familiares, admirado por muitos e
incompreendido por algumas pessoas. José Vieira e Sara
José Vieira era considerado como um dos maiores
conhecedores da região do Baixo Parnaíba. Na época sem qualquer infraestrutura
e ou perspectiva de desenvolvimento, a “Chapada das Mulatas” – distrito de
Vargem Grande, tinha apenas uma meia dúzia de habitantes. José Vieira foi um
dos principiais articuladores pela emancipação política de Chapadinha, para transformar
a “Chapada das Mulatas” no município de Chapadinha, ganhando independência
econômica e notoriedade política.
De agricultor e pequeno criador de gado, o filho de Luis
Vieira Passos, virou comerciante de sucesso, conquistando a confiança de muitos
e transformando-se em chefe político da região, sempre se integrando as fileiras
de partidos oposicionistas. Destacando-se como um dos maiores líderes da
região, tendo apoiado a candidatura de Eduardo Gomes à presidência da
República. No Maranhão, embora fosse sua característica cerrar fileiras na oposição,
José Vieira Passos foi um dos maiores articuladores e divulgadores da
candidatura do então deputado José Sarney ao Governo do Estado do Maranhão, o
que carreou numa grande soma de votos para a eleição de José Sarney.Antiga residência de José Vieira
Mas tarde, José Vieira se afasta temporariamente da
política. Na época teria declarado a alguns amigos que o seu afastamento
estaria intimamente relacionado a decepções e com a sua maneira de ser, “pois
não tinha como permanecer ao lado do governo”. Embora amigo do então governador
José Sarney, José Vieira voltou a política fazendo oposição apenas a nível
municipal.
Para os amigos, José Vieira Passos foi um exemplo, de
homem, chefe político e pai de família, que marcou sua existência com
probidade, justiça e trabalho, tendo conquistado a admiração, respeito e
consideração até mesmo daqueles que o incompreendiam.
José Vieira Passos faleceu em 1983 aos 93 anos de idade e
está sepultado no Cemitério Central Nossa Senhora das Dores.
Herbert
Lago Castelo Branco
Fonte: TEMAS E ESBOÇOS de
Nonato Vale e
CHAPADINHA, Historiografia e Núcleos
Familiares de Ataliba Vieira
A reprodução deste texto ou qualquer
parte dele é permitido, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as
normas e leis de direitos autorais.
JULHO DE 1924 - JULHO DE
2024
Finalmente editado o livro TEMAS E
ESBOÇOS do poeta Raimundo Nonato Vale. Numa linguagem simples, mas inteligente
e por todas as qualidades que apresenta, quer na forma e no seu conteúdo. TEMAS
E ESBOÇOS me prendeu tanto que o devorei de um só fôlego como um faminto
caminheiro viajante e liberei velhas emoções e chorei ao final da leitura.
A poesia de Nonato Vale situa-se numa
perspectiva de puro lirismo. O contato com a realidade exterior não destrói a
realidade objetiva interior. Pelo contrário, e toda a sensibilidade é provocada
pela gama de emoções, sentimentos, reflexões e, muitas vezes uma projeção
exacerbada de seu próprio “eu”. Aí, sua poesia expressa a linguagem interior do
artista em toda sua autenticidade, onde ele resolve fazer poemas em que diz aos
outros que também é um ser humano, que sofre, sonha e que sente as dores do mundo.
Também não se limita nos poemas a uma indagação em abstrato sobre os destinos
do ser, nem um traçado lírico de momentos sórdidos ou inefáveis da vida.
Configuram-se numa perplexidade vivida entre as quimeras que embalaram as
desilusões, diante do espetáculo concreto entre a mocidade e a chegada da
velhice, que se desenrola em volta do poeta.
“Já fui moço, vivi entre quimeras
Sempre embalado ao som das
desilusões.
Hoje, velho, cansado, sem
paqueras,
Sem sonhos, sem amores, nem
paixões”
Nonato Cale desvenda também no seu fazer
poético, os elementos concretos da realidade, numa visão percuciente do
essencial. Observa-se, por exemplo, como o inconformismo a agressão ao meio
ambiente é uma constante na sua poesia, quase que uma fotografia da atualidade.
“Oh! Minha fonte D’Aldeia
Como te vi no passado...
Nem parece... hoje tão veia,
À beira do descampado”
São reflexões humanistas que nos trazem
reocupação com o meio ambiente, indignação, versos de louvor com sabedoria e
experiência. Em síntese, TEMAS E ESBOÇOS
é uma obra para muitas reflexões e a sua discutibilidade compete à crítica.
Como leitores, compete-nos apenas aproveitar a boa leitura.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor