herbertlagocastelobranco@gmail.com
Facebook Herbert Lago

segunda-feira, 23 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Delmar Carneiro.

 

Delmar Carneiro

 

            Delmar Carneiro Pessoa, nasceu na cidade de Coreaú, estado do Ceará, no dia 8 de abril de 1942. Filho de Francisco Carneiro Pessoa e Virgulina Carneiro Portela e tem mais 9 (nove) irmãos: Alonso, Alcides, Macilon, Edésio, Nonato, Maria, Beatriz, Franci e Neci.

                        Em julho de 1958, com 16 anos de idade, Delmar Carneiro veio com seus pais para Chapadinha. Em outubro do mesmo ano começou a trabalhar como balconista no Armazém Cearense, de propriedade de Antonio Pontes de Aguiar, chegando a ser chefe de vendas e gerente até outubro de 1969, quando saiu para ser subgerente do Armazéns Tabajaras, chegando ao cargo de gerente até 1973. De 1980 a 1982 foi Chefe de Departamento das Casas Pernambucanas, saindo para ser Diretor do CSU – Centro Social Urbano de Chapadinha até 1987.

            Delmar carneiro cursou o primário na Escola Nina Rodrigues, o Ginásio no Ginásio Professor Mata Roma e o Curso Técnico em Contabilidade no Colégio José Caetano.

            No dia 20 de dezembro de 1964 por ocasião do aniversário do Sr. Mundiquinho, conheceu Hilma Almeida, com quem veio a se casar na Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, no dia 26 de fevereiro de 1967, pelo padre Manoel Prestes e tiveram 4 (quatro) filhos: Delmar Carneiro Junho, Manoel Inácio de Almeida, Kenia Delane e Denio Carneiro.

Delmar e esposa Hilma

            Na política Delmar Carneiro foi candidato a prefeito de Chapadinha em 1976 pela ARENA – Aliança Renovadora Nacional. Além de exercer por vários anos a função de Secretário de Administração e Finanças em Chapadinha e São Mateus, Delmar Carneiro também foi presidente da Câmara Municipal e vereador de Chapadinha em 4 (quatro) legislaturas 1967 a 1970, 1971 a 1973, 1983 a 1988 e 1989 a 1992. Dentre os projetos de sua autoria, destacamos os de criação do ESCUDO e da BANDEIRA do município de Chapadinha.

            Foi um dos fundadores e presidente do ALDEOTA CLUBE, da Associação Atlética Francisco Almeida Carneiro, do LIONS CLUBE de Chapadinha e venerável por quatro mandatos da Loja Maçônica Oliveira Roma, do Sete de Setembro Esporte Clube e da LEC – Liga Esportiva de Chapadinha

 

Delmar Carneiro tem 2 (dois) livros publicados: “O HOMEM E A MAÇONARIA” e “50 ANOS EM CHAPADINHA,” escreveu também para a revista em homenagem aos 80 anos de Chapadinha. Por ocasião dos 73 anos de Chapadinha, Delmar Carneiro homenageou a cidade com o poema que publicamos abaixo.

CHAPADINHA

Chapadinha, terra aconchegante,

Hoje despertas atenção.

És maltratada por muitos,

E zelada, por muito poucos.

 

Foste adolescente amada,

Atualmente, adulta esquecida.

A maioria dos teus filhos te ama,

Os visitantes, aqui, chegando te admiram.

 

És protegida pela mãe natureza,

Para não perderes tua beleza

Suplicas de teus filhos,

Mais cuidado e proteção.

 

Chapadinha, tu és bonita,

Mereces crescer, invés de inchar,

Tens muitos valores,

Nós, teus filhos devemos cuidar.

 

            Delmar Carneiro hoje com 80 anos de idade mora na rua Edésio Vieira, em Chapadinha e está em plena atividade literária, escrevendo o livro sobre José Caetano e um capítulo do livro GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE CHAPADINHA, que serão lançados em breve.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Livro O HOMEM E A MAÇONARIA

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

 

quarta-feira, 18 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Raimundo Marques.

 

Raimundo Marques

    Raimundo Ferreira Marques, nasceu no dia 26 de julho de 1938, no povoado Barro Branco, município de Buriti de Inácia Vaz (MA). Filho de Horocídio Marques e Mariana Ferreira e tem mais 9 (nove) irmãos: Antonio (Mansinho), Benedito, Plinio, José (Zequinha), Alvacir, Edmar, Antonio Carlos (Carlito), Horocídio Filho (Cidinho) e Ana Lourdes.

No Barro Branco, teve como mestre o seu tio Francisco Alves Ferreira, seu primeiro professor que lhe ensinou a dialética e as primeiras letras do bê-á-bá, numa sala de visita de sua casa, tapada de adobes, coberta de palhas e chão batido, que servia para suas aulas.  Em 1949 Cursou o primário na Escola Reunida Municipal. Já podia fazer o exame de admissão. Só que seu pai Horocidio, cauteloso como sempre foi, resolveu lhe matricular na escola da professora América Carvalho Mendonça, que funcionava na sua própria casa. América era uma das educadoras mais inteligente e preparada à aquela época. Raimundo Marques frequentou o curso preparatório do mês de março a setembro de 1950. Logo no início do mês de outubro, aproveitou uma viagem do caminhão do senhor Benú Mendes. Era um IINTERNATIONAL, carroceria e cabine aberta, de madeira, capô verde e para-lamas pretos, com apenas quatro pneus, que levava para São Luís a familia do Senhor Nestor Alves Macedo. Em São Luís, prestou o exame de admissão ao ginásio, no Ateneu Teixeira Mendes, em São Luís, Capital do Estado, concluindo-o no Colégio Marista.

Colégios que estudou


Em 1951, aos 13 anos de idade Raimundo Marques foi flechado pelo cupido, quando uma linda mocinha baixinha de cabelos longos com apenas 11 anos de idade lhe deu uma olhada que ficou em sua lembrança e que lhe perturbou o seu sono na noite daquele dia.

            Em 1956 após convencer o seu pai, mudou-se para Fortaleza (CE), onde veio a cursar Contabilidade, no Colégio Rui Barbosa. Também naquela cidade serviu o Exército, fazendo o CPOR-Curso Preparatório para Oficial da Reserva. Prestou vestibular para Direito na Universidade Federal do Ceará em 1958, ali cursando o primeiro ano do dito curso.

Raimundo Marques e Helosina

            Em 1959 de volta para o Maranhão. E estando de passagem em Chapadinha, onde seu pai Horocídio era Coletor Estadual, precisamente na porta da Coletoria, de repente surgem duas amazonas, cada uma em um cavalo e apearam na casa do Sr. Ataliba Vieira. O inusitado lhe chamou a atenção. Uma das amazonas era, nada mais nada menos, a musa que o cupido havia lhe flechado. Uma bela donzela já com os seus 20 (vinte) anos de idade e sem aqueles cabelos longos. O namoro, consequentemente foi inevitável. E em 1963 Raimundo Marques e Helosina casaram-se e tiveram 5 (cinco) filhos: Ana Amélia, Teresinha de Fátima, Ednarg, Carlos Henrique e Sthella Theresa.

            Raimundo Marques também fez reviver o esporte de Chapadinha, formando um time de futebol, o invicto SETE DE SETEMBRO ESPORTE CLUBE, foi um dos fundadores do ALDEOTA CLUBE, sendo o primeiro presidente.

            Em 1962 Raimundo Marques concluiu o curso de bacharelado em Direito na Faculdade de Direito de São Luís. Ingressou na Polícia Militar do Maranhão, como oficial, onde permaneceu até a conclusão do curso de Direito. Ingressou, por concurso público, no Ministério Público, aposentando-se em 1986 como Procurador de Justiça, depois de exercer o cargo de Delegado de Polícia em diversas Delegacias de Polícia de São Luís, além de outros cargos no sistema de segurança, inclusive o de Secretário de Estado da Segurança Pública do Maranhão, cargo esse que ocupou por duas vezes de 1980 a 1983 e em 2006. Exerceu, também, os cargos de Presidente da Superintendência de Urbanismo da Capital (SURCAP). Presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Maranhense de Futebol. Foi Vice-Presidente e Presidente da Federação Maranhense de Futebol. Foi vereador no Município de Chapadinha. Presidiu a Associação do Ministério Público do Maranhão, por três mandatos. Na Maçonaria, foi Grão Mestre, por quatro mandatos, do Grande Oriente Autônomo do Maranhão (GOAM) e presidiu, por dois mandatos, a Confederação Maçônica do Brasil (COMAB). Presidente por três mandatos consecutivos, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Maranhão, exerceu por quatro mandatos o cargo de Conselho Federal, representando o Estado do Maranhão. Procurador Geral do Estado do Maranhão no ano de 2005. A partir de 1986, aposentado do Ministério Público, reiniciou suas atividades profissionais, como advogado, no Escritório Raimundo Marques Advocacia e Consultoria.

Raimundo Marques com a Família

Raimundo Marques é membro fundador da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, da Academia Maçônica de Letras, do Instituto Histórico da Maçonaria Maranhense e integrante da Academia Maçônica internacional de Letras e tem publicados os Livros: “PELA ORDEM, PEÇO A PALAVRA” (1999), “DO RIACHO AO MAR” 1ª Edição (2008) e 2ª Edição em 2012, “MATA ROMA DO GIBÃO AO FARDÃO” (2016).

Raimundo Marques tem certeza que os desafios de sua vida ainda não terminaram. Os conflitos que os atormentam, em igual modo, persistem. Talvez por isso tem inspiração para produzir os versos como os que publicamos abaixo.

CONTRASTES DO MEU SER

Às vezes, penso que não penso

Homem maduro, ajo como na infância

Inatingível é o unânime consenso

Quando se julga o lado certo da razão

 

Sozinho ou não, neste universo imenso

Perdido, aturdido, sem saber a distância

Que me separa do real bom senso

Sofro ser vítima dessa confusão

 

Não sei se sou o que imagino ser

Não sei se faço o que devo fazer

Só sei que dúvida já não mais persiste

 

“Toda criança tem um pouco de adulto desde o nascer”

“Todo adulto tem um pouco de criança até morrer”

“Dura verdade, às vezes bela, às vezes triste.”

 

            Raimundo Marques é cidadão chapadinhense, hoje com seus 83 anos de idade, ainda vivendo com quem se apossou do seu coração e da sua vida, a sua eterna musa Helosina, na sua residência na Fazenda Angelim, em Chapadinha, e em São Luís, onde também tem residência.

 

Herbert Lago Castelo Branco                                   

Fonte: Livro MATA ROMA: do Gibão ao Fardão e Do Riacho ao Mar.  

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Evaldo Carlos

 

Prof. Evaldo Carlos

    EVALDO CARLOS DE OLIVEIRA CARDOSO
nasceu em 8 de março de 1973, no povoado Fumaça, atualmente, Nova Esperança, no município de Buriti-MA. É filho de Benedito Ferreira Cardoso (in memoriam) e Angelina Cardoso de Oliveira (in memoriam). No ano de 1978, sua família migrou para a cidade de Chapadinha-MA, que tem sido o seu lar há mais de quatro décadas. É casado com Isomária Cardoso Silva, e dessa união nasceram três filhos: Jonas Silva Cardoso, Estéfana Silva Cardoso e Gabriel Silva Cardoso.

Ao chegar a Chapadinha, devido a algumas circunstâncias adversas, só pôde iniciar sua vida escolar formal aos 11 anos de idade, matriculando-se, no ano de 1984, na Escola Manuel Leite – já extinta, e que funcionava no atual prédio da Unidade Integrada Alexandre Costa –, onde iniciou e concluiu o Ensino Fundamental I. Apesar dessa distorção idade/série, sempre foi dedicado aos estudos, destacando-se em sala de aula por sua inteligência, aplicação e comportamento exemplar. Para continuar os estudos no Ensino Fundamental II, foi matriculado na Unidade Escolar Dr. Otávio Vieira Passos, onde estudou entre os anos de 1988 e 1991. E foi nessa instituição de ensino que se viu desde cedo inclinado ao ofício de professor, graças às suas memoráveis conversas com a sua Professora de Ciências – Marli Braga – e, também, com a Professora de Língua Portuguesa – Jesus Ferreira –, entre outras, que sempre perceberam o seu potencial nato para a docência. Nesse período, nas semanas que antecediam as provas, dava aulas de reforço de Língua Portuguesa e Matemática para seus colegas de turma. Essa experiência foi sempre exitosa, pois nenhum dos que participavam de suas aulas jamais obteve notas inferiores a 7.0 nas provas – nota mínima para a aprovação à época. Nascia, então, o futuro professor, o que se consolidaria nos anos seguintes, entre 1992 e 1994, com a realização do curso de Magistério realizado no Centro de Ensino de 2º Grau Raimundo Araújo. No ano seguinte ao da conclusão do 2º Grau, em 1995, iniciou oficialmente, no Colégio Francisco Almeida Carneiro (FAC), sua atividade docente, como professor de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II e, depois, com a mesma disciplina, no Ensino Médio. Nessa escola, permaneceu por mais de uma década, adquirindo muita experiência profissional, o que resultou em diversos convites para lecionar em outras instituições da rede particular de ensino de Chapadinha. Pela ordem, ainda em 1995, passou a integrar o corpo docente do Centro Educacional Cenecista Professor Mata Roma (CNEC), a princípio, lecionando Arte e Ensino Religioso e, depois, Língua Portuguesa, até o ano de 2005, quando essa escola encerrou suas atividades. A partir de 2006, passou a lecionar Língua Portuguesa no Colégio Batista Chapadinhense (CBC), onde permaneceu até o ano de 2019, e, no Colégio Raimundo Bacelar, além de Língua Portuguesa, experimentou lecionar outras disciplinas, como Matemática do Ensino Fundamental II, por exemplo.

Evaldo Carlos com esposa e filhos

Até o ano de 2005, lecionou somente em escolas da rede privada, mas, a partir de 2006, por meio de concurso público, passou a integrar a rede municipal de ensino de Chapadinha-MA como professor de Língua Portuguesa e, posteriormente, em 2008, também por concurso público, ingressou na rede estadual de ensino como Supervisor Escolar na Unidade Regional de Educação de Chapadinha. Atualmente, devido a um acordo interinstitucional de permuta de servidores públicos – entre Município e Estado e vice-versa –, exerce suas funções profissionais integralmente na rede estadual, como Supervisor Escolar no Centro de Ensino Dr. Otávio Vieira Passos e no Centro de Ensino Dr. Paulo Ramos.

A princípio, sua formação era apenas em nível médio, ainda sob a égide da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5.692/71. Contudo, sendo um amante do saber, percebeu a necessidade de avançar nos estudos. Assim, inicialmente, cursou Filosofia, pelo Instituto de Filosofia e Ciências Religiosas do Maranhão (IFCR-MA), com a conclusão em 2002; e, pela Universidade Regional do Cariri (URCA), fez o Curso de Licenciatura em Pedagogia, concluindo-o em 2005; em seguida, ingressou no Curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), graduando-se em 2008. Mas seus estudos acadêmicos não pararam por aí. Em 2014, concluiu o Curso de Pós-Graduação (Lato Sensu) em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira, pelo Centro Universitário Internacional UNINTER; e, em 6 de junho de 2019, tornou-se Mestre em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PGLetras) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com a Dissertação A Referenciação e a Construção de Sentido(s) no Texto Digital: um olhar fenomenológico, trabalho este recomendado para o Doutorado pela Banca Examinadora.

No âmbito acadêmico, é membro ativo do Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Ensino, vinculado ao Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e, em decorrência de suas pesquisas, possui diversos trabalhos publicados, como artigos científicos, em revistas especializadas, em anais de eventos, e também capítulos de livros, destacando-se entre esses os seguintes: Os gêneros digitais e o ensino de Língua Portuguesa: uma reflexão sobre os novos caminhos da leitura e da escrita na era da comunicação virtual; Anáfora encapsuladora e argumentação em comentários no Facebook; Identidade, referenciação e texto digital: uma análise linguístico-discursiva; A referenciação no texto digital: análise das realizações dêiticas em comentários no Facebook; A construção de sentido(s) no texto digital: uma análise da dêixis pessoal em textos-comentários produzidos na rede social Facebook, entre outros. É destaque também a sua significa contribuição como Professor Orientador na Faculdade do Baixo Parnaíba (FAP), no ano de 2009, no período de formação da primeiras turmas, orientando mais de 30 trabalhos monográficos, sem contar a sua participação em Bancas Examinadoras, avaliando trabalhos orientados por outros professores.

Para além do universo acadêmico, o Professor Evaldo Carlos tem uma vida bastante ativa no âmbito da Igreja Católica de Chapadinha-MA, como Catequista, como Ministro de Música e Ministro da Palavra nas Celebrações Litúrgicas. Como músico, destaca-se por composições de cunho religioso e educativo. Uma de suas composições, – Do pão do corpo ao Pão da Fé – já migrou para ouros continentes, com o seu conhecido refrão Jesus é o Pão do Céu / Jesus é o Pão da vida / Quem come deste Pão não tem mais fome. É autor da versão em português do hino Une simple MargueriteUma simples Margarida –, composição original de Marcel Lefbvre, em parceria com seu filho, Jonas Silva Cardoso, que fez a adaptação dessa composição para o canto coral a quatro vozes. É Coordenador Geral do Coral Nossa Senhora das Dores, que atua nas duas Paróquias de Chapadinha. Devido à sua experiência, teve participação direta na formação de muitos outros musicistas, os quais atuam tanto no meio religioso como no meio secular em Chapadinha e região. Além desse pendor artístico-musical, também faz incursões pelo universo literário, com a produção de diversos poemas – sonetos, em sua maioria –, vinculados, pela forma, ao estilo neoclássico e, pelo conteúdo – que expressa uma subjetividade compartilhada – a um estilo mais contemporâneo, como podemos ver em seu soneto SOBRE JAJELAS E SONHOS.

 

SOBRE JANELAS E SONHOS

 

Toda manhã, eu abro a janela,

Fito o horizonte, penso no futuro.

Desejo a vida qual quintal sem muro;

Desejo o mar e minha caravela...

 

Embarco e começo a grande aventura.

O que era obscuro então se revela;

Descortino o mundo em cada parcela.

Vejo que o sonho não cessa, perdura.

 

Sou de uma só vez barco e tripulante.

No içar das velas, espero o vento;

Sou velejador nos mares da vida.

 

Não penso em voltar; só penso na ida.

Quero a magia do descobrimento.

Se morre o sonho, morre o navegante.

 

 Por essa e por muitas outras razões, foi convidado a ingressar na Academia de Letras, Artes e Ciências de Chapadinha e na Academia Buritiense de Artes, Letras e Ciências (ABALC) – em sua terra natal –, em ambas, tendo seu nome aprovado por maioria absoluta dos confrades.

Por toda a sua trajetória construída em Chapadinha, foi indicado a receber o título honorífico de Cidadão Chapadinhense. Indicação essa apreciada e aprovada por unanimidade pelo Poder Legislativo Municipal, e cuja cerimônia de outorga se deu em Sessão Solene da Câmara Municipal de Chapadinha, no dia 29 de março de 2022, dia da celebração do 84º aniversário da cidade.

Isso posto, acrescente-se a este relato biográfico que o Prof. MSc. Evaldo Carlos de Oliveira Cardoso adota como princípio basilar de sua atuação profissional a ideia de Immanuel Kant de que “é no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Evaldo Carlos

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 13 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Carlos Borromeu

 



    
Dr. Calos Borromeu

    Calos Borromeu Passos Vale, nasceu na cidade de Chapadinha, no dia 29 de julho de 1950. Filho do poeta Raimundo Nonato Vale e Elim Passos Vale e tem mais 5 (cinco) irmãos: Ninda Celeste, Zizinho, Márcia, Serenilia e Luizinho.

            Borromeu começou os estudos com 7 (sete) anos de idade com Dona Amélia Almeida na Escola Amélia Almeida em 1957, em seguida estudou na Escola Paroquial Cônego Walter Castro de Abreu e no Ginásio Professor Mata Roma.

            Em 1966 Borromeu foi para São Luís, onde estudou no Colégio Marista e no Colégio São Luís. A partir de 1969 transferiu-se para o Colégio Lá Salle em Brasília. Em 1970 fez o vestibular para Geologia na UNB – Universidade Nacional de Brasília, formando-se como Geólogo em 1973.

Capa do Livro

            Em 1974 retorna para São Luís, para trabalhar na CODEMINAS até 1975. Em 1976 foi para terra de Carlos Drummond de Andrade, Itabira-MG, trabalhar na Vale do Rio Doce.

            No dia 22 de julho de 1972 numa festa de aniversário de seu pai Raimundo Nonato Vale, no Rodeio, conhece Ana Lúcia, ocasião em que começou o namoro. E três anos depois, no dia 26 de julho de 1975 Borromeu casou-se com Ana Lucia Machado  com tem 3 (três) filhos: Rafael, Danilo e Olavo.

            Em Minas Gerais, Carlos Borromeu foi muito atuante na luta comunitária. Foram 10 (dez) anos dedicados ao Rotary Clube de Itabira, a Loja Maçônica Estrela do Vale, a Comissão Interna de Meio Ambiente da Vale e na Presidência do Conselho Deliberativo do Valério Doce Esporte Clube. Em Itabira fez grandes amizades e deixou um legado reconhecido pela Câmara Municipal de Vereadores de Itabira, quando em 1985, por unanimidade lhe concedeu o Título de Cidadão Itabirano, pelos relevantes serviços dedicado a cidade e as causas sociais, como tão bem expressado em versos de autoria do poeta e amigo Itabirano José Pinheiro de Lima:

Borromeu se casando com Ana Lucia

O seu nobre coração

Divide em partes iguais

Um tanto pro Maranhão

Outro, pra Minas Gerais.

 

E ele não adivinha

Como nos deixa contente:

Um filho de Chapadinha

Pousar na alma da gente.

            Em 1986 Carlos Borromeu retorna para São Luís, para trabalhar no Porto de Ponta da Madeira da Vale, onde presidiu a Comissão de Meio Ambiente. Pelo seu trabalho em busca da preservação ambiental, em 2002 recebeu o merecido reconhecimento da Câmara Municipal de São Luís.

            Como todo bom filho à casa retorna, em 2001 Borromeu volta para Chapadinha para exercer o cargo de Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, ocasião em que organizou a Festa da Mandioca nos anos 2002, 2003 e 2004, como parte do Projeto Mandioca. Em 2002 criou a casa da Família Rural de Chapadinha, instituição de ensino que prepara jovens para serem os futuros produtores rurais.

Borromeu num momento em família.

            De 2013 a 2016 Carlos Borromeu voltou a exercer o cargo de Secretário de Agricultura, quando organizou a EXPOCHAPADINHA, caprinos e ovinos. Foi um dos fundadores do Comitê da Bacia do Rio Munim, o primeiro do Maranhão, do qual foi o primeiro presidente de 2015 a 2016.

            No mês de setembro de 2017 foi um dos idealizadores e fundadores da AFACHAP – Associação de Filhos e Amigos de Chapadinha, da qual é presidente. Na presidência da AFACHAP organizou as comemorações dos 80 anos de Chapadinha, coordenou e juntamente com outros membros escreveu para a revista CHAPADINHA: 80 anos. Escreveu parte do Livro “TEMAS & ESBOÇOS” com poesias de seu pai Raimundo Nonato Vale, lançado em 1995. Escreveu também matéria sobre a História de Chapadinha publicada na revista “CAMINHOS DO MARANHÃO”, publicada em 2002 e em julho de 2010 lançou o seu livro intitulado “FOI UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA... POR TODOS OS RODEIOS”. Atualmente Carlos Borromeu está coordenando e escrevendo um capítulo do livro “GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE CHAPADINHA”, que será lançado em breve.

            Dr. Carlos Borromeu no dia 29 de julho estará completando os seus 72 anos de idade. Um idealista e historiador contumaz, defensor da nossa História e da nossa cultura. Está em plena atividade e atualmente reside na rua do Comércio em Chapadinha e em São Luís.

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Carlos Borromeu

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

 

 

 

           

quarta-feira, 11 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPREENTANTES: ênfase em Francisca Quariguasí.

 

    

Francisca Quariguasi

    Francisca das Chagas Quariguasí, nasceu no dia 20 de julho de 1915, na fazenda Ininga, zona rural da cidade de Luzilândia, estado do Piauí, propriedade de seus pais José Gonçalves do Vale e Florinda Jesuína do Vale e teve mais oito irmãos: Maria do Carmo Vale (Inhazinha), Manoel Gonçalves do Vale Neto (Nelinho), Maria da Glória Vale (Glorinha), José Firmino do Vale (Zé Firmino, Antonio Gonçalves do Vale (Toinho), Raimundo Nonato Vale, Maria da Conceição Vale (Maria Vale) e José Ramos (Zé Mendengue), irmão adotivo.                    Desde muito jovem começou a trabalhar com a sua mãe ajudando na confecção de chapéus de palha de carnaúba e na confecção de rendas. Mesmo participando das tarefas da família Francisca ia para a escola todos os dias, percorrendo a pé uma distância de 1 km, para estudar com a sua professora Nemézia Pires de Carvalho, até a 5º ano do primário, porque naquela época não tinha curso médio em Luzilândia.
Francisca e esposo Pedro

          

            Um certo dia, em outubro de 1930 Francisca Quariguasi tinha apenas 15 anos de idade e foi visitar sua irmã Inhazinha. Ao chegar, encontra Inhazinha conversando com um rapaz que lhe apresentou dizendo: Francisca, esse é Pedro, filho do tio João Quariguasi, recém chegado da Bahia onde estudava. Ao se cumprimentarem, em tom de brincadeira, Pedro perguntou: já se casou? Aí Francisca respondeu: ainda não encontrei o noivo, e ele de pronto, perguntou: Francisca, quer se casar comigo? Francisca também em tom de brincadeira disse: quero! Francisca não imaginava que, depois de 7 (sete) anos, esta brincadeira fosse se tornar realidade. Francisca e Pedro Quariguasi, se casaram às 20 horas do dia 27 de setembro de 1937, com cerimônia celebrada pelo padre Benedito.

            Em julho de 1940 Francisca e seu esposo Pedro vieram para Chapadinha, e fixaram residência ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, onde só tinha 24 casas e colocaram um comércio. Em Chapadinha tiveram os filhos: Maria do Socorro, Maria Ercilia, José Maria, Francisco Boanerges, Maria Gerviz, Pedro Filho e Lucia de Fátima.

Casa de Francisca Quariguasi

            Francisca e Pedro viveram um grande amor. Mas depois de 1 (um) ano e quatro meses da comemoração dos 25 anos de casados, seu esposo Pedro não resistiu um infarto fulminante e Francisca Quariguasí ficou viúva no dia 15 de janeiro de 1964, com 48 anos de idade.

Comemoração dos 100 anos de Francisca

            Em outubro de 2000, Francisca Quariguasi publicou o seu livro com suas memórias intitulado “RECORDAÇÕES” e para reafirmar o seu sentimento sobre o seu amor e o seu passado ela dedicou a canção “MEUS AMORES”, que retrata bem a saudade que ela sentia da sua terra natal e das pessoas que a fizeram feliz.

MEUS AMORES

Tenho saudade, sinto tanta saudade

De minha terra feliz, onde nasci

Do canto triste da juriti

E da alegria do bem-te-vi

 

Em minha terra quando eu lá voltar,

De saudade eu hei de chorar

Revendo os campos belos e cheios de flores

E a casa pequenina de meus amores

 

Ó terra cheia de mil flores

Cheia de tanto encanto

Terra querida de meus amores

Por ti eu choro sentido pranto

 

Lágrimas sentidas sempre eu hei de chorar

Mágoas doridas de quando lá voltar

Vendo a casinha branca e tão sozinha

Onde nasci e de amor eu vivi.

 

            Francisca Quariguasí faleceu aos 100 (cem) anos de idade, às 19:30 hs do dia 28 de fevereiro de 2016 e está sepultada no Cemitério Central de Nossa Senhora das Dores, de quem era devota.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Livro Recordações.

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

segunda-feira, 2 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Chico Bolota.

 

Poeta Chico Bolota

 
Francisco das Chagas Nunes da Silva, popularmente conhecido como Chico Bolota, nasceu na cidade de Brejo-ma, no dia 16 de outubro de 1951. Filho de Manoel Valério e Raimunda Nunes da Silva, mais conhecida como Raimunda Bolota, tem mais 5 (cinco) irmãos: Antonio (falecido), Domingos (falecido), Socorro, Raimundo Nonato, o Nego Velho (falecido) e Rita de Cassia.

   Em 1958, Chico Bolota tinha 7 (sete) anos de idade quando seus pais mudaram-se para a cidade de Chapadinha e se instalaram numa casa na rua Cel. Pedro Mata número 295.

  Poeta autodidata Chico Bolota só foi alfabetizado, na extinta “Escola Pé no Chão Também se Aprende”, idealizada pelo Dr. Almada Lima.

 Originário de uma família que, tradicionalmente sempre esteve envolvida com a cultura popular Chico Bolota começou ainda muito jovem a participar da tradicional brincadeira de bumba-meu-boi no lendário “Boi do Zé de Cinzas” e mais tarde comandando o seu próprio boi de nome “LINDO AMOR” na década de 60 até o início dos anos 70.

            Em 1971 foi servir o Exército Brasileiro no 25 BC na capital piauiense, Teresina.

            O terreiro da casa de sua mãe, dona Raimunda Bolota, era uma arena cultural a céu aberto com várias apresentações culturais como: as brincadeiras juninas de Bumba-meu-boi, Quadrilhas, Pau de Sebo e grandes cantorias com repentistas da região, o que influenciou mais tarde Chico Bolota a seguir a careira de poeta repentista, já desafiando grandes nomes da literatura de cordel.

Chico Bolota e Andorinha no Abrigo Central

            Ao participar do memorável programa “DEBAIXO DO PÉ DE CAJUEIRO” na Rádio Difusora de São Luís, apresentado pelo radialista popular Jairzinho, Chico Bolota foi batizado pelo locutor com o nome de “Estrela do Norte”. Chico Bolota ou Estrela do Norte participou ainda de vários festivais e programas de rádios como: Rádio Difusora do Maranhão, Rádio Timbiras de São Luís, Rádio Ribamar, Radio Tupinambá de Sobral, Rádio Gurupi, Rádio Pioneira de Teresina, Rádio Educadora de Parnaíba, Rádio Iracema de Fortaleza e Rádio Nacional de Brasília. Sendo também premiado nos festivais de São Bento, na Paraíba, Teresina e Taguatinga no Distrito Federal.

            Estrela do Norte ou Chico Bolota também fez dupla com repentista renomados do Brasil como: Jonas Martins de Oliveira, Abdias Ferreira, Cesar Nildo, Raufridol Felício Gabriel e Andorinha do Norte.

            Chico Bolota casou-se muito jovem com Natividade e depois com Ana Francisca dos Santos com quem teve 2 (dois) filhos: Erdilande Rendrix e Francisco (falecido), depois casou-se com Alcineide com quem teve 3 (três) filhos: Beni France, Valder Grébio e Darlene France.

Poeta Repentista Chico Bolota

            Em Chapadinha Chico Bolota trabalhou na Guarda Municipal na administração do então prefeito Isaias Fortes de Menezes e apresentou os programas “O FORRÓ NA VOZ DA VIOLA”, na rádio Mirante de Chapadinha e “NO ANOITECER NA FAZENDA” na Rádio Cultura também de Chapadinha.

            Chico Bolota gravou apenas um CD intitulado de “ESTRELA DO NORTE NA VOZ DA POESIA” e tem uma centena de repentes e canções ainda inéditas, como a que publicamos abaixo gravada em seu CD.

NÃO ADIANTA A GENTE VER A LUA

Não adianta a gente ver a lua

De ver a lua e não poder pegar,

Não adianta de ser o amante

Com os lábios brilhante e não poder beijar.

Tu não me amas porque eu sou pobre,

E ver que eu não sou merecedor

Mas Jesus Cristo lá no céu é nobre,

Ainda lhe deixo pobre, assim como eu estou,

Rico de dinheiro, pobre de amor.

Não adiante a gente ver a lua,

De ver a lua e não poder pegar,

Não adianta de ser o amante

Com os lábios brilhantes e não poder beijar.

Tu não me amas porque sou pobre,

Mais o pobre sabe amar também

Neste mundo eu ando desprezado,

Sem ter ao meu lado quem me queira bem,

Tu tem outro amor

Eu não tenho ninguém.

Não adianta a gente ver a lua,

De ver a lua e não poder pegar,

Não adianta de ser o amante

Com os lábios brilhante e não poder beijar.

Não ignore de eu andar cantando,

Ando cumprindo com o destino meu,

A gente sofre na flor da idade,

A minha saudade só que sabe é eu

Não adiante a gente ver a lua,

De ver a lua e não poder pegar,

Não adianta de ser o amante

Com os lábios brilhante e não poder beijar.

Eu amanhã vou partir chorando

Vou derramando lágrimas de dor,

Adeus, adeus, eu vou partir chorando

E o mundo eu vou deixando,

Pra quem tem amor.

Adeus, adeus, adeus amor.

            Hoje com 71 anos de idade, Chico Bolota mora na Rua da Águia nº 36, no Bairro Recanto dos Pássaros, o qual ele foi quem deu o nome.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Entrevista com Chico Bolota

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.