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Esta imagem é ilustrativa. D. Chica Chocolate não deixou registro em foto
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Francisca Souza,
popularmente conhecida como Chica Chocolate, era uma piauiense rustica,
descendente de negro com índio, natural da cidade de Luzilândia, onde nasceu no
dia 26 de fevereiro 1928, tendo chegado em Chapadinha logo após a emancipação
política da cidade. Apesar de ser uma mulher que tinha a cor das primeiras
mulheres mulatas de Chapadinha, o seu apelido de Chica Chocolate provém dos
deliciosos chocolates quentes que ela fazia para vender, diariamente em sua
banca no antigo Mercado Central, onde hoje é a APAE, no Centro Artístico
Operário e na sua barraca por ocasião dos festejos da nossa padroeira Nossa
Senhora das Dores. Dona Chica Chocolate era uma mulher trabalhadora,
carismática, simples, mas ao mesmo tempo muito brava, não tinha medo de nada e
com muita aptidão para a culinária. Seus diversos bolos e suas comidas como
mocotó, leitoa ao molho pardo e assada eram muito apreciados pelos chapadinhenses.
Ela era uma cozinheira de mão cheia! Das melhores da cidade à época, sempre era
requisitada pelas tradicionais famílias de Chapadinha para fazer seus banquetes.
Sua casa também era uma pensão e hospedava viajantes que passavam pela cidade.
Sua morte, no dia 17 de setembro de 1966, aos 38 anos de idade, teve grande
repercussão e chocou toda população da cidade, por ser uma pessoa muito conhecida
e querida pelos chapadinhenses. Dona Chica Chocolate foi covardemente
assassinada a golpes de espeto na frente de sua filha Rosário, com então 11
anos de idade, dentro de sua própria casa, na Rua Sebastião Barbosa, próximo ao
Cemitério Central, por um homem desconhecido.
Motivo do crime: uma mulher que estava traindo o marido
com um magarefe conhecido como Bigode, que levou a amante para escondê-la na
pensão de. Dona Chica Chocolate que, mesmo não estando muito de acordo acabou
aceitando, possivelmente mediante a um agrado dado pelo magarefe. Só que, como
a cidade de Chapadinha era muito pequena, alguém dedurou e contou para o homem
traído ondo sua mulher estava escondida. O homem foi procura-la, chegando na
casa de dona Chica a mulher o avistou e fugiu correndo. O homem possuído pelo
ciúme pegou um espeto e desferiu vários golpes de espeto em dona Chica
Chocolate que faleceu de imediato e o homem desconhecido fugiu gritando que
tinha matado a mulher errada. Depois prenderam o assassino e mandaram para o
presídio de Pedrinhas, de onde fugiu da prisão.
Depois do crime, sua filha Rosário foi adotada por dona
Auridéia Cunha Passos, que a levou para São Luís, onde superou todo esse
terrível trauma, constituiu sua própria família e hoje é professora aposentada, mora em São Luiz e por gratidão cuida com muito carinho de dona Auridéia Cunha Passos que esta com 95 anos de idade. .
Herbert Lago Castelo Branco
Fone: Rosário, filha de
Chica Chocolate.
A
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