Paulo Gomes |
Em Chapadinha, Paulo Gomes começou os estudos na Escola Paroquial, dirigida pelo Cônego Padre Walter, devido a um problema disciplinar foi estudar no Grupo Escolar Paulo Ramos, concluindo o primário em 1960 no Colégio Batista Daniel de La Touche. Através de sua irmã Maria do Carmo Gomes, foi para São Luís e matricula-se na escola preparatória ao Exame de Admissão (necessário, na época, para o acesso ao ginásio), tendo sido aprovado para estudar no Liceu Maranhense.
Paulo Gomes em 1972 |
Em fevereiro de 1961 seu irmão Tomé Gomes, já morando no
Rio de janeiro, lhe enviou uma carta convidando-o para estudar no Rio de
janeiro. E assim, no dia 02 de março de 1961 pegou um avião em Chapadinha para
São Luís e, no dia seguinte, no dia 03 de março de 1961, num voo da Cruzeiro do
Sul com destino ao Rio de janeiro.
No Rio de Janeiro, Paulo Gomes matricula-se no curso
Ginasial, no Instituto Coração de Maria (Escola Veiga de Almeida). Logo começou
a frequentar o Calabouço e se associar no CEM
– Centro dos Estudantes Maranhenses, que era uma referência para os estudantes
Maranhenses que frequentavam o Calabouço e fornecia uma carteira social.
Em 1967 estudava no Liceu Estadual Nilo Peçanha, em
Niterói e residia na Casa dos Estudantes da Guanabara da qual era presidente.
Integrou também, naquela época, a diretoria do Centro Cultural Joaquim Nabuco,
o qual teve como presidente o intelectual paraibano Vicente Cassimiro e do seu
irmão advogado Tomé Gomes. Paulo Gomes foi ainda presidente do Centro de
Oratória Demóstenes, que funcionava na Casa dos Estudantes do Brasil.
No Rio de Janeiro, Paulo Gomes casou-se com a professora Cibele Matos Gomes, vindo a se separar em 1974. Mas, anos depois, casou-se com a advogada e funcionária da Petrobrás Elisa Esteves Mello Lima, cujo enlace nasceu a sua filha Tatiana Mello Lima Gomes, advogada e funcionária concursada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
De 1964 a 1985 – Era a época das trevas, do obscurantismo
e da repressão policial, a Ditadura Militar não admitia e desencadeou uma
violenta perseguição a qualquer entidade ou movimento estudantil e incrementou
perseguições sistemáticas a tudo que representasse movimento estudantil. O fim
do CEM – Centro dos Estudantes
Maranhenses, culminou com o fechamento do restaurante Calabouço, após brutal
assassinato do estudante Edson Luís Lima Souto.
Com o fechamento do Centro dos Estudantes Maranhenses e
do primeiro Calabouço, Paulo Gomes integrou-se na luta pela reabertura do
restaurante (até que foi reaberto, mas nas piores condições possíveis). Nessas
lutas pela reabertura do restaurante Calabouço Paulo Gomes foi preso e
condenado a 1 (um) ano de prisão pela 1ª Auditoria do Exército da 1ª Região
Militar.
Depois de cumprir a pena integralmente e ser solto, Paulo
Gomes ingressa na ALN – Ação
Libertadora Nacional, liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira
e foi para a luta armada contra o Regime Militar.
Paulo Gomes foi Anistiado pela Comissão Nacional de
Anistia. Com a Anistia Politica em 1979, Paulo Gomes entra na (UFRJ) Universidade Federal do Rio de
janeiro, onde diplomou-se em Direito e pós-graduação em Direito Constitucional
e em Ciências Sociais.
Na década de 80, Paulo Gomes teve uma intensa participação política no Maranhão, onde ajudou a fundar o PDT no Maranhão. Em 1982 foi candidato a Deputado Estadual pelo PDT. Após o pleito, Paulo Gomes retorna para o Rio de janeiro.
Paulo Gomes com a filha Tatiana |
Em 1983, no Governo de Leonel Brizola, Paulo Gomes foi
Gerente de Turismo da RIOTUR até o
final do governo de Leonel Brizola. Em 1986 disputou o mandato de Deputado
Federal Constituinte, não logrando êxito, ficando na suplência. Paulo Gomes foi
também advogado da CPT – Comissão Pastoral
da Terra, Exerceu cargo de Diretoria na TVC
– Rio, Canal 6 da Net e atualmente é membro da ABI – Associação Brasileira de Imprensa e membro fundador da
Academia Magalhense de Letras e da ABAMI
– Associação Brasileira dos Advogados do Mercado Imobiliário.
Além de ter publicado dois livros: “VIOLÊNCIA E O SISTEMA POLÍTICO” (1981) e “PIQUIRA” – infanto-juvenil (1990), participou também como Diretor Executivo da produção do filme “CALABOUÇO 1968 – Um tiro no Coração do Brasil” (2014), dirigido pelo cineasta argentino Carlos Pronzato e do filme “OS IRREDENTOS” (2015).
Paulo Gomes abandonou a política por não acreditar em
mudanças políticas pela via eleitoral. Mas segue acreditando nas ideias políticas
socialistas até os dias atuais. Acreditando nos sonhos e nas utopias que
abraçou na juventude. Não se rendeu ao sistema capitalista cruel e desumano.
Hoje Paulo além de advogado aposentado é escritor, cientista
político, jornalista e diretor da TVCRIO Canal 6 da NET/CLARO. Atualmente Paulo
Gomes é casado com a professora e palestrante Edna Ferreira Calheiros Saraiva
Gomes, com que vive várias décadas, e tem uma vida estável graças aos seus
esforços e competência e reside na cidade do Rio de Janeiro, onde se engajou
nas lutas populares e revolucionárias, mas continua mantendo laços permanentes
com a sua cidade natal Magalhães de Almeida e Chapadinha, onde também mantem
residência.
Herbert Lago Castelo Branco
Fonte: Livro do CEM – Centro
dos Estudos Maranhenses
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4 comentários:
Parabéns pelo trabalho Herbert. Gostei muito dessa iniciativa. Abraços
Parabéns, caro Herbert! Precisamos dar visibilidade aos conterrâneos.
Paulo é uma inquietante referência da esquerda.
Parabéns pelo excelente e autêntico trabalho, que bem retrata a realidade dos fatos narrados.
Parabéns Hebert pelo magnífico trabalho referente ao mililante que viveu e atua no movimento político lutando constantimente pelos nossos direitos. Fotos reais que valem a pena os jovens de hoje terem como referência grandes lições de vida. Gratidao!
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