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quarta-feira, 11 de maio de 2022

A POESIA CHAPADINHENSE E SEUS REPREENTANTES: ênfase em Francisca Quariguasí.

 

    

Francisca Quariguasi

    Francisca das Chagas Quariguasí, nasceu no dia 20 de julho de 1915, na fazenda Ininga, zona rural da cidade de Luzilândia, estado do Piauí, propriedade de seus pais José Gonçalves do Vale e Florinda Jesuína do Vale e teve mais oito irmãos: Maria do Carmo Vale (Inhazinha), Manoel Gonçalves do Vale Neto (Nelinho), Maria da Glória Vale (Glorinha), José Firmino do Vale (Zé Firmino, Antonio Gonçalves do Vale (Toinho), Raimundo Nonato Vale, Maria da Conceição Vale (Maria Vale) e José Ramos (Zé Mendengue), irmão adotivo.                    Desde muito jovem começou a trabalhar com a sua mãe ajudando na confecção de chapéus de palha de carnaúba e na confecção de rendas. Mesmo participando das tarefas da família Francisca ia para a escola todos os dias, percorrendo a pé uma distância de 1 km, para estudar com a sua professora Nemézia Pires de Carvalho, até a 5º ano do primário, porque naquela época não tinha curso médio em Luzilândia.
Francisca e esposo Pedro

          

            Um certo dia, em outubro de 1930 Francisca Quariguasi tinha apenas 15 anos de idade e foi visitar sua irmã Inhazinha. Ao chegar, encontra Inhazinha conversando com um rapaz que lhe apresentou dizendo: Francisca, esse é Pedro, filho do tio João Quariguasi, recém chegado da Bahia onde estudava. Ao se cumprimentarem, em tom de brincadeira, Pedro perguntou: já se casou? Aí Francisca respondeu: ainda não encontrei o noivo, e ele de pronto, perguntou: Francisca, quer se casar comigo? Francisca também em tom de brincadeira disse: quero! Francisca não imaginava que, depois de 7 (sete) anos, esta brincadeira fosse se tornar realidade. Francisca e Pedro Quariguasi, se casaram às 20 horas do dia 27 de setembro de 1937, com cerimônia celebrada pelo padre Benedito.

            Em julho de 1940 Francisca e seu esposo Pedro vieram para Chapadinha, e fixaram residência ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, onde só tinha 24 casas e colocaram um comércio. Em Chapadinha tiveram os filhos: Maria do Socorro, Maria Ercilia, José Maria, Francisco Boanerges, Maria Gerviz, Pedro Filho e Lucia de Fátima.

Casa de Francisca Quariguasi

            Francisca e Pedro viveram um grande amor. Mas depois de 1 (um) ano e quatro meses da comemoração dos 25 anos de casados, seu esposo Pedro não resistiu um infarto fulminante e Francisca Quariguasí ficou viúva no dia 15 de janeiro de 1964, com 48 anos de idade.

Comemoração dos 100 anos de Francisca

            Em outubro de 2000, Francisca Quariguasi publicou o seu livro com suas memórias intitulado “RECORDAÇÕES” e para reafirmar o seu sentimento sobre o seu amor e o seu passado ela dedicou a canção “MEUS AMORES”, que retrata bem a saudade que ela sentia da sua terra natal e das pessoas que a fizeram feliz.

MEUS AMORES

Tenho saudade, sinto tanta saudade

De minha terra feliz, onde nasci

Do canto triste da juriti

E da alegria do bem-te-vi

 

Em minha terra quando eu lá voltar,

De saudade eu hei de chorar

Revendo os campos belos e cheios de flores

E a casa pequenina de meus amores

 

Ó terra cheia de mil flores

Cheia de tanto encanto

Terra querida de meus amores

Por ti eu choro sentido pranto

 

Lágrimas sentidas sempre eu hei de chorar

Mágoas doridas de quando lá voltar

Vendo a casinha branca e tão sozinha

Onde nasci e de amor eu vivi.

 

            Francisca Quariguasí faleceu aos 100 (cem) anos de idade, às 19:30 hs do dia 28 de fevereiro de 2016 e está sepultada no Cemitério Central de Nossa Senhora das Dores, de quem era devota.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Livro Recordações.

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Saudades eternas tia querida