herbertlagocastelobranco@gmail.com
Facebook Herbert Lago

sábado, 23 de setembro de 2023

A LITERATURA CHAPADINHENSE E SEUS REPRESENTANTES: ênfase em Oliveira Roma.

João Mata de Oliveira Roma    

    João Mata de Oliveira Roma, popularmente conhecido como Oliveira Roma, era filho do coronel Pedro Mata de Oliveira Roma e de Teodolinda Almeida. Ambos cearenses, escolheram o maranhão para viverem e elegeram a então Vila de Chapadinha como sede da residência do casal, onde se estabeleceram com um pequeno comércio e mais tarde explorariam também a agricultura. Oliveira Roma nasceu na Vila de Chapadinha, no dia 24 de novembro de 1894 e tinha mais 10 (dez) irmãos, do primeiro casamento por parte de pai foram 4 (quatro) Isabel Mata de Aguiar, Joana Mata Roma (Noca), Pedro Mata Filho e Raimundo Mata Roma. Do segundo casamento com sua mãe Teodolinda, vieram o também intelectual, poeta e professor José Mata de Oliveira Roma, Luzia Mata de Oliveira Roma (Lulu), Joaquim Mata Roma (Quincas), Francisco das Chagas Mata de Oliveira Roma e Maria de Almeida Mata Roma (Maneca) e mais uma irmã adotiva Francisca (Chiquinha Perna Curta)

                Oliveira Roma começou os estudos na Vila de Chapadinha, mas logo seu pai o encaminhou, juntamente com o seu irmão Mata Roma, para a cidade de Brejo, onde terminou o curso primário. Em Teresina, concluiu o primeiro e segundo grau, conhecidos hoje como Ensino fundamental e Ensino Médio.

Pai de Oliveira Roma

            Em São Luís prestou vestibular e ingressou na Faculdade de Direito, na Rua do Sol, formando-se em Bacharel em Direito.

            Oliveira Roma desde cedo atirou-se às lides jornalística adentrando nessa escola o seu meio expressional. A poesia foi lhe constante na vida e publicou diversos volumes de versos, destacando-se os “Versos de Enor”. Jurista e professor catedrático de Direito Judiciário Civil da antiga Faculdade de Direito do Maranhão. Na Academia Maranhense de Letras fundou a Cadeira número 25, cujo patrono é o grande jurisconsulto Sá Viana.

            João da Mata de Oliveira Roma nos deixou uma rica bibliográfica tais como: “Versos sem Estilo” – São Luís 1921. “Versos de Enor” Tip. M. Silva – Maranhão, 1923, 105 p. “Poemas Selvagens” 1ª série, Tip. Rabelo – São Luís, 1929, 48 p. – “Na Judicatura” 1ª séria, Imp. Oficial, Maranhão, 1932, 132 p. – “Poemas Selvagens” 2 série, Gráfica Tribuna, São Luís, 1934, 163 p. – “Duas Teses”, Tip. Teixeira, Maranhão, 1934, 149 p. – “Ligeiras Notas Sobre Direito Judiciário Civil”, Gráfica São José, Maranhão, 1936, 231 p. – “Meus Versos Alheios”, Tip. Batista de Sousa – Rio de Janeiro, 1941, 55 p. – “O Arbítrio Judiciário”, Emp. Gráfica Tribuna Ltda. São Luís, 1944, 18 p, - “Modalidade de Legítima Defesa”, Pongetti Editora, Rio de Janeiro 1941, 90 p, - “Os Mistérios da Cidade”, Tip. M. Silva & Filhos, São Luís, s.d., 8 p.  Inclui-se também na sua bibliográfica um trabalho sobre delinquência infantil e colaboração esparsa no “Imparcial” e na revista “Atenas”. Como teatrólogo e dramaturgo escreveu: “Um Professor em Apuros”, - “Marido da Moda” e “O Noivado do Manduca”, além de muitas comédias para crianças.

Mãe de Oliveira Roma

                       Oliveira Roma também foi venerável da Loja Maçônica Renascença do Maranhão. Era desses maçons que tanto tinha prazer de varrer a casa como dirigi-la

            Oliveira Roma faleceu na cidade de Caxias, aos 50 anos de idade, no dia 25 de outubro de 1944.

 

Herbert Lago Castelo Branco

Fonte: Academia Maranhense de Letras; - Jornal Diário do Povo e o Imparcial.

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.

 

               

                   


quinta-feira, 14 de setembro de 2023

QUEM EM CHAPADINHA NÃO OUVIU FALAR EM CHICA CHOCOLATE?

 

    

Esta imagem é ilustrativa. D. Chica
Chocolate não deixou registro em foto
 


    Francisca Souza, popularmente conhecida como Chica Chocolate, era uma piauiense rustica, descendente de negro com índio, natural da cidade de Luzilândia, onde nasceu no dia 26 de fevereiro 1928, tendo chegado em Chapadinha logo após a emancipação política da cidade. Apesar de ser uma mulher que tinha a cor das primeiras mulheres mulatas de Chapadinha, o seu apelido de Chica Chocolate provém dos deliciosos chocolates quentes que ela fazia para vender, diariamente em sua banca no antigo Mercado Central, onde hoje é a APAE, no Centro Artístico Operário e na sua barraca por ocasião dos festejos da nossa padroeira Nossa Senhora das Dores. Dona Chica Chocolate era uma mulher trabalhadora, carismática, simples, mas ao mesmo tempo muito brava, não tinha medo de nada e com muita aptidão para a culinária. Seus diversos bolos e suas comidas como mocotó, leitoa ao molho pardo e assada eram muito apreciados pelos chapadinhenses. Ela era uma cozinheira de mão cheia! Das melhores da cidade à época, sempre era requisitada pelas tradicionais famílias de Chapadinha para fazer seus banquetes. Sua casa também era uma pensão e hospedava viajantes que passavam pela cidade. Sua morte, no dia 17 de setembro de 1966, aos 38 anos de idade, teve grande repercussão e chocou toda população da cidade, por ser uma pessoa muito conhecida e querida pelos chapadinhenses. Dona Chica Chocolate foi covardemente assassinada a golpes de espeto na frente de sua filha Rosário, com então 11 anos de idade, dentro de sua própria casa, na Rua Sebastião Barbosa, próximo ao Cemitério Central, por um homem desconhecido.

            Motivo do crime: uma mulher que estava traindo o marido com um magarefe conhecido como Bigode, que levou a amante para escondê-la na pensão de. Dona Chica Chocolate que, mesmo não estando muito de acordo acabou aceitando, possivelmente mediante a um agrado dado pelo magarefe. Só que, como a cidade de Chapadinha era muito pequena, alguém dedurou e contou para o homem traído ondo sua mulher estava escondida. O homem foi procura-la, chegando na casa de dona Chica a mulher o avistou e fugiu correndo. O homem possuído pelo ciúme pegou um espeto e desferiu vários golpes de espeto em dona Chica Chocolate que faleceu de imediato e o homem desconhecido fugiu gritando que tinha matado a mulher errada. Depois prenderam o assassino e mandaram para o presídio de Pedrinhas, de onde fugiu da prisão.

            Depois do crime, sua filha Rosário foi adotada por dona Auridéia Cunha Passos, que a levou para São Luís, onde superou todo esse terrível trauma, constituiu sua própria família e hoje é professora aposentada, mora em São Luiz e por gratidão cuida com muito carinho de dona Auridéia Cunha Passos que esta com 95 anos de idade. .

           Herbert Lago Castelo Branco

Fone: Rosário, filha de Chica Chocolate.

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitido desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis de direitos autorais.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

QUEM EM CHAPADINHA NÃO OUVIU FALAR EM MARIA MULATA?

 

    

Maria Mulata

    Maria Alves de Sousa, mais conhecida como Dona Maria Mulata, porque tinha um irmão que se chamava de José Mulato. Ela nasceu no povoado de Água Fria, zona rural de Chapadinha. Maria Mulata ficou muito conhecida na cidade por sua criatividade e inovação ao servir cachaça e tiquira temperadas.

         Mesmo na época em que não se tinha energia elétrica, Maria Mulata já se destacava em suas misturas de bebidas. Servindo as como tira-gosto frutas como: pitomba, tamarindo, seriguela, goiaba e outras iguarias. Suas criações eram conhecidas como as cachaças temperadas e a tradicional meladinha, feita de cachaça e mel.

         O bar da madrinha Maria Mulata, era frequentado por pessoas de várias classes sociais da cidade de Chapadinha. Casada com o sanfoneiro Francisco Cândido, Maria Mulata era uma mulher festeira.  No São João, era infalível as apresentações das quadrilhas e do boi do Zé de Cinzas em frente a sua residência. 

Casa Maria Mulata

         Dona Maria Mulata marcou época e sua memória continua viva, eternizada pela lembrança da mulher talentosa e carismática que foi, mas infelizmente faleceu no dia 29 de junho de 1984, deixando uma lacuna e uma marca indelével na história de Chapadinha.

Herbert Lago Castelo Branco

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitido, desde que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis de direitos autorais.