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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

O FIO DA ARANHA



Sobre o egoísmo existem muitas lendas e casos interessantes. Vau contar aqui uma lenda hindu muito bonita. Malba Tahan escreveu-a em seu livro Lendas do Deserto.
Vou apresentá-la aqui resumidamente:

Um homicida morreu e foi atirado no fundo das trevas. Mas implorou perdão ao Senhor da misericórdia. Imediatamente apareceu um anjo e lhe disse: “A tua prece foi ouvida por Deus. O Senhor quer falar contigo”.
O homem foi, tremendo. Deus perguntou-lhe: “Filho, na tua vida, fizeste alguma boa ação?” O homem ficou triste e respondeu: “Não, Senhor!”.
Deus insistiu: “Fala! Estou querendo ajudar-te. Procura recordar o teu passado. Vê alguma boa obra, nem que seja uma coisinha de nada, como dar um copo de água”.
O pobre criminoso pensou, pensou... e respirou aliviado: “Ah, Senhor! Bendito seja o teu santo nome! Lembro-me de que, certo dia, tive compaixão de uma aranha pequenina.
Ela cruzou o meu caminho. Por sorte eu estava olhando para o chão. Vi que ia atravessando de um lado para o outro com toda a calma. Eu ia pisando sobre ela, mas tirei o pé, rapidamente, para não esmaga-la”.
Deus disse-lhe: “Basta! Isso é o suficiente. Com os fios da teia da aranha, vou fazer uma corda. Por essa corda poderás subir até o céu. Mas com uma condição: nunca mais serás egoísta!”.
O homicida inclinou a cabeça, tirou o chapéu e disse: “Nunca mais, Senhor!”.
Deus jogou-lhe a corda, e o homem foi subindo. Já estava perto do céu. Lá de cima viu que outros condenados começaram a agarrar-se à ponta da corda. Então gritou: “Larguem! Larguem! Essa corda é minha!”.
A corda rompeu-se, e ele foi para o fundo do inferno, definitivamente.

Fonte: Livro Lendas e fatos à luz da fé
Pe. Luiz Cechinato

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O PRÍNCIPE



Um mendigo estava pedindo esmolas. Veio alguém e lhe disse: “Coloque-se à beira da estrada. Hoje o príncipe vai passar por aí”.
O mendigo foi e ficou esperando.
Chegou a carruagem. O príncipe perguntou: “O que você quer?” O mendigo respondeu: “Uma ajuda”.
Em vez de dar a esmola, o príncipe olhou para o mendigo e perguntou: “O que você traz nessa sacola?”.
O mendigo respondeu: “Um pão velho”. O príncipe disse-lhe: “Dê-me um pedaço”.
Com má vontade, o mendigo enfiou a mão na sacola, cortou um minúsculo pedaço de pão com a unha e lhe deu.
Mais tarde, viu que na sacola havia um pedacinho de ouro, do tamanho da lasquinha de pão que ele havia dado ao misterioso príncipe.
Então levou as mãos à cabeça e pensou: “Que burro eu fui! Por que não dei o pão inteiro?”.
Coisa semelhante poderá acontecer conosco quando entrarmos no céu. Vamos olhar para o rosto de Cristo e ficar arrependidos por não o termos amado mais do que estamos amando.
O Apóstolo São Paulo teve uma visão antecipada do céu e nos conta: “O que os olhos não viram os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso é o que Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9).

Fonte: Livro Lendas e fatos à luz da fé
Pe Luiz Cechinato

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A GRALHA E O PAVÃO



A indefinição de quem será diplomado a prefeito de Chapadinha no próximo dia 17 e tomará posse no dia 1º de janeiro para o exercício de 2009 a 2012 está virando um rebuliço na cidade de Chapadinha.
A novela Isaias e Danúbia, cujo capítulo final ainda é incógnito, está sendo comparada à lenda “AS PENAS DO PAVÃO”.
Diz a lenda que na época da troca de penas, o pavão renovou sua bela plumagem, depois passou por ali uma gralha vaidosa e pegou aquelas penas, vestiu-se com elas e foi à festa das aves.
Se a vaidade existisse somente entre as aves, o mal seria menor. O pior é que, em nossa sociedade, há muitas pessoas com penas de pavão.
Na lenda a gralha foi desmascarada pelas aves da floresta. Já na nossa novela Chapadinhense, os capítulos que sairão do TSE serão cheios de suspense com um desfecho final emocionante.
Enquanto isso o povo padece.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e escritor

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

EÇA DE QUEIROZ




“OS POLÍTICOS E AS FRALDAS
DEVEM SER MUDADOS FREQUENTEMENTE
E PELA MESMA RAZÃO”.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A LÍNGUA

Um homem rico mandou o seu empregado ao açougue com esta ordem: “Trazer-me o melhor bocado que lá houver”.
O empregado, que era um filósofo, trouxe uma língua. O homem comeu e gostou.
Passado algum tempo, quis fazer uma experiência diferente. E disse ao empregado: “Vai ao açougue e traze-me o pior bocado”.
O empregado trouxe outra língua. O homem estranhou e disse: “Como? A língua é o que há de melhor e também de pior?”.
O empregado confirmou: “Sim. Com ela podemos louvar a Deus e com ela podemos destruir a vida de muita gente”.
O que vimos é uma lenda de Malba Tahan. Mas essa verdade é dita também por Deus. Na Bíblia Sagrada está escrito: “Toda espécie de feras e de aves, de répteis e de animais marinhos tem sido domada pelo ser humano. Mas a língua, ninguém consegue doma-la; ela é um mal irrequieto e está cheia de veneno mortífero. Com ela bendizemos os homens criados à semelhança de Deus. Assim, da mesma boca provém a bênção e provém a maldição. Ora, tal coisa não deve acontecer, meus irmãos”. (Tg 3,7 – 10).

Fonte: Lendas e fatos à luz da fé
Pe. Luiz Cechinato

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O DIABINHO DESANIMADO



Certo dia Lúcifer, o chefe dos demônios, mandou um diabinho à terra para tentar os homens.
Esse veio e voltou logo, dizendo: “Chefe, missão fracassada! No monte das bem-aventuranças, Cristo fez um belo sermão que cativou a todos. Lá não se fala de outra coisa”.
Lúcifer animou o diabinho: “Calma filho! Os homens gostam de novidade, mas é entusiasmo de momento. Na hora de pôr em prática, acabam desistindo. Tente outra vez”.
O diabinho se animou e foi tentar Jesus. Mas voltou decepcionado, dizendo: “Chefe, é melhor desistir. Cristo me fez sumir como um raio, Ele falou: “Vai-te, Satanás! Está escrito: ao Senhor teu Deus adorarás, e a ele só prestarás culto!”
Lúcifer encorajou o diabinho: “Você é inexperiente mesmo! Por que tentar Jesus? Comece pelo mais fácil. Por exemplo, espalhe a descrença e a discórdia. O resto vem como conseqüência”.
O diabinho desceu à terra e começou tudo de novo. Logo, porém, voltou, dizendo: “Chefe, é melhor desistir. O Cristo morreu numa cruz, perdoando até os inimigos e, no terceiro dia, ressuscitou. Ninguém mais fala em outra coisa”.
Em tom imperativo, disse Lúcifer: “Tudo isso é verdade. Mas volte e continue o seu trabalho. Com o tempo os homens vão esquecer-se de tudo o que Jesus fez e ensinou”.

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Passaram-se vinte séculos. Seria bom que hoje cada um perguntasse a si mesmo: valeu a pena Cristo ter vindo à terra? Estou vivendo o seu evangelho? Ou será que Lúcifer tinha razão?

Fonte: Livro Lendas e fatos á luz da fé.
Pe. Luiz Cechinato

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

"MARANHÃO CONSTRUINDO DIGNIDADE"






Espera aí gente! Eu explico. Este título faz parte da propaganda do Governo do Estado do Maranhão publicada numa página inteira do caderno principal do Correio Braziliense edição de hoje, com fotos ilustrativas das escolas Centro de Ensino Leão Santos, Escola Quilombola Quilombo dos Palmares, Centro de ensino Gregória Prazeres e do CEMA da cidade de Arari, com o seguinte texto: “É com trabalho e determinação que o Maranhão está construindo um futuro melhor para sua gente. E a educação tem um papel fundamental nessa empreitada. Em menos de dois anos foram entregues mais de 150 novas escolas e 2220 professores foram contratados. Os salários dos professores do Estado do Maranhão estão entre os mais altos do país. E os educadores, além de valorizados recebem constante capacitação. Esse trabalho já começa a aparecer, como mostrou o resultado do IDEB realizado pelo Ministério da Educação, onde o Maranhão foi destaque com o maior crescimento na qualidade da educação básica. É assim, investindo em educação que o Maranhão está construindo dignidade”.
Na edição do Correio Braziliense de sexta-feira 21 de novembro, foi publicado o resultado nacional do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), onde segundo o MEC, o Maranhão teve a 21ª colocação com uma média de 46,80 pontos na avaliação que vai de zero a 100. Abaixo da média nacional, é claro. Ficamos à frente apenas do Acre, Roraima, Amapá, Tocantins, Amazonas e Alagoas.

Segundo o Governo os professores estão ganhando bem. As escolas pelo menos as que foram mostradas na propaganda são de excelente qualidade. Então, porque que o resultado do ENEM foi tão ruim? Será que o governo do estado do Maranhão tem tantos motivos para comemorar com gastos exorbitantes com propaganda caríssima nos principais jornais do país de um ensino de péssima qualidade?
Quem não assistiu todos os telejornais do Brasil mostrar uma escola de Caxias (foto) em baixo de um pé de manga?
Em Barra do Corda, os alunos estudam em condições de total abandono, a escola funciona numa casa de taipa, e coberta de cavaco (madeira), o piso é de terra batida, e o mais grave de tudo é que a escola não tem banheiros para os alunos fazerem suas necessidades fisiológicas.
E em Chapadinha? Qual será a avaliação do nosso ensino? Deve ser ótimo! Não é Sr. Prefeito?

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

TIRANDO DO BAÚ


No ano de 1564, na cidade de São Luis do Maranhão, o famoso orador Padre Antonio Vieira fez um célebre sermão que ficou marcado na história.
Ele prendeu a atenção dos ouvintes e repreendeu-os, utilizando-se de um recurso literário interessante: pregou aos homens falando sobre a virtude e os defeitos dos peixes.
Os ouvintes deviam ser de alta sociedade. Penso que seriam fazendeiros, políticos e outros da classe dominante, que exploravam os índios e as pessoas humildes.
Ainda hoje o seu sermão aplica-se à nossa sociedade, especialmente aos grupos privilegiados que fazem leis em proveito próprio.
Nesse célebre sermão de Santo Antônio, Padre Vieira prendeu a atenção dos ouvintes pregando aos “peixes”.
Primeiro, ele elogiou as diversas virtudes dos peixes; depois, passou a repreender os defeitos dos mesmos.
Assim falou Vieira: “De vós, peixes, a primeira coisa que me desedifica é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este! Mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fosse pelo contrário, seria menos mal. Se os pequenos comessem os grandes, bastaria um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande”.

Fonte: Livro Lendas e fatos à luz da fé.
Pe. Luiz Cechinato

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O SOFRIMENTO DO POVO BRASILEIRO CHEGOU AO LIMITE DO SUPORTÁVEL


Há políticos honestos. Contudo, existem também os que se enriquecem com o dinheiro de corrupção. Ao mesmo tempo que a lei garante o direito a privilégios para ricos, deixa milhões de pobres abandonados à própria sorte.
Dias atrás, vi um velhinho caminhando e falando sozinho. Estava bravo com alguma coisa. Apressei meu passo para ouvir o que dizia. Ele falava: “País desgraçado! País desgraçado!”
Acho que era um daqueles aposentados que, com um salário mínimo, devem pagar o aluguel da casa, comprar comida, roupa e remédio.
Nossos governantes reconhecem a situação de miséria e de sofrimento do povo. Tanto é que até chegaram a dizer: “O sofrimento do povo brasileiro chegou ao limite do suportável”.
Mas só reconhecer não basta. É preciso que os governantes pensem um pouco na miséria do povo e façam alguma coisa por ele.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O BARQUEIRO E O INTELECTUAL

Um homem pegou carona com um barqueiro para atravessar uma represa. Enquanto o rude barqueiro remava, o intelectual começou a lhe fazer perguntas:
- Há quanto tempo trabalha com o barco?
- A vida toda, respondeu o barqueiro.
- Você fala inglês?
- Não, disse o barqueiro.
- Então você perdeu 20% da vida. E o homem continuou perguntando:
- Para que time você torce?
- Não torço, respondeu o barqueiro.
- Então perdeu mais 20% da vida.
- Sabe ler?
- também não, disse o barqueiro.
- Então perdeu mais 20% da vida.
- Você conhece a lei da gravidade?
- Não, respondeu o homem.
- Então perdeu mais 20% da vida.
Nessa altura veio um vendaval. As ondas se agitaram violentamente e o pequeno barco foi jogado de um lado para outro.
- Sabe nadar? Perguntou o barqueiro.
- Não, respondeu o intelectual.
- Então você perdeu a vida toda.

Fonte: Livro Lendas e fatos à luz da fé.
Pe. Luiz Cechinato

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

OS DESAFIOS QUE AGUARDAM A FUTURA PREFEITA DE CHAPADINHA

Entre os muitos desafios que aguardam a prefeita recém-eleita de Chapadinha, há alguns que a opinião pública não costuma identificar. Com os problemas que nossa cidade enfrenta em áreas tão vitais quanto os sistemas de saúde, educação, emprego, é até compreensível que esses passem despercebidos. A grande visibilidade de uns torna os outros imperceptíveis.
São, no entanto, muito graves e, em vários casos, a eles se podem atribuir as dificuldades que encontram para resolver velhas pendências, que vão ficando para trás enquanto as administrações se sucedem. Leis e normas complexas, que a inércia burocrática reluta em deixar modernizar, sempre ficam para depois.
Esses problemas decorrem do quadro altamente disfuncional da nossa legislação eleitoral e partidária, criada para um melhor relacionamento entre a prefeitura e a câmara de vereadores.
Olhando a composição da futura Câmara de Vereadores de Chapadinha eleita em outubro, prenunciam os problemas que a futura prefeita de Chapadinha Danúbia Carneiro vai ter pela frente, se quiser cumprir os compromissos que assumiu.
As perspectivas não são nada boas. Sabendo que seu partido elegeu somente 3 vereadores, em um total de 10? Sabendo ainda que são 7 partidos que ganharam representação, dos quais 5 partidos elegeram bancadas com apenas 1 vereador e mais 1 partido com apenas 2 vereadores, ou seja, que 7 vereadores foram eleitos por 6 partidos diferentes? Como será o relacionamento da futura prefeita Danúbia Carneiro com esses vereadores que, na maioria dos casos, foram eleitos por conta própria e que nada devem em termos de obrigações programáticas? Ainda assim, para questões polêmicas, a prefeita terá que construir maioria.
No multipartidarismo artificial e desorganizado que temos, é inevitável que essas relações sejam problemáticas. Todos os governos que se sucederam na União a partir da redemocratização passaram por crises delas advindas, dando-lhes respostas mais ou menos eficientes. Desde o “é dando que se recebe” ao mensalão, o problema sempre foi igual: como fazer com que um sistema ingovernável se torne mais manejável. Se o modelo decisório exige maiorias de parlamentares e o sistema partidário as dificulta, a tentação de encontrar remédios heterodoxos aumenta.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

CONHECE-TE A TI MESMO



Os primeiros filósofos da Grécia dedicaram-se ao conhecimento da natureza.
Tales de Mileto (640-550 a.C) estudou a água, porque esta era capaz de tomar todas as formas e era necessária à vida.
Anaxímenes (588-524 a.C) pesquisou o ar, pois este era tão necessário quanto a água e capaz de passar por todas as transformações, por meio da condensação e da dilatação.
Heráclito (540-475 a.C) estudou o fogo, porque era o elemento básico, subtil e ativo, dotado de incessante mobilidade.. Heráclito foi o filósofo da mudança ou do “vir a ser”. Nada é estável para a sua filosofia. “Tudo passa”, dizia ele.
Sócrates (470-499 a.C), porém, deixou de lado a física e quis descobrir o caminho para o homem ser feliz. Adotou como lema de sua filosofia a frase grega que viu na fachada do templo de Delfos: “guinoti seauton”, isto é, “conhece-te a ti mesmo”.
Sócrates estava certo. O ponto de partida para a realização da vida é a verdade sobre si mesmo. Começo perguntando-me: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Como devo viver?
A verdade é a base de tudo. Ela se encontra nas pequenas coisas e pode ir até o infinito, a ponto de identificar-se com o próprio Deus. E quem quiser estar livre de qualquer tipo de escravidão e ser plenamente feliz, procure conhecer bem a si mesmo e a Deus.
Jesus disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Fonte: Livro Lendas e Fatos à Luz da Fé
Pe. Luiz Cechinato

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A LEI E OS FATOS

Estava assistindo um programa de auditório na TV, quando ouvir a apresentadora dizer: “Os casos reais de aborto são milhares por dia. Muitos deles são praticados clandestinamente, com sérios riscos de vida para a própria mãe. Por que não legalizar para que sejam realizados de maneira correta? A realidade está aí, gente!”
Com certeza sua fala chegou a tocar o sentimento daquelas pessoas que não têm o hábito de raciocinar. Houve muitos aplausos.
Acontece, porém, que tal argumento não tem lógica. É uma chantagem. Se a lei existe para legalizar os fatos, então vamos legalizar também o tráfico de drogas. Por que hão de correr tantos riscos aqueles que trazem a maconha e a cocaína para os nossos filhos?
Vamos legalizar também o adultério. Muitos são os casos reais de infidelidade conjugal! Por que um homem tem que tomar tanto cuidado para não ser pego com a mulher do outro? Se essa prática clandestina for legalizada, tudo será feito ”numa boa”.
E mais: vamos legalizar igualmente o roubo, o assalto à mão armada, o assassinato. Tudo isso acontece a todo momento. São milhares de casos por dia. Por que tais ações hão de ser praticadas na clandestinidade? Vamos liberar.
É o momento de raciocinarmos dentro da lógica. A falha está aqui: o certo não é fazer leis segundo o nosso comportamento, mas o nosso comportamento é que deve ser segundo a lei.
Eis o ponto mais baixo da decadência de uma sociedade: “Não tendo mais força moral para viver conforme a lei, o homem passa a criar leis que estejam de acordo com aquilo que faz”.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A JUSTIÇA DOS HOMENS

No ano 384 antes de Cristo, na Grécia, nascia um dos maiores filósofos da antiguidade: Aristóteles. Estudou em Atenas. Felipe II, da Macedônia, pediu-lhe que fosse o educador do filho Alexandre, que veio a ser o grande conquistador Alexandre Magno.
Aristóteles era uma inteligência extraordinária. Sua filosofia ficou famosa, sobretudo pela lógica. Sua escola recebeu o nome de “peripatética”. Era um método de ensinar andando.
Dizem que, certa manhã, ele saiu com seus discípulos para a caminhada de rotina e passou por um bosque. Parou à sombra das árvores e ficou olhando uma grande teia de aranha.
Observando atentamente, viu uma porção de bichinhos presos àquela engenhosa trama de fios finíssimos. Eram as vítimas que haviam caído na armadilha e iam servir de alimento às aranhas.
O filósofo notou que a teia de aranha prendia somente moscas e bichinhos pequenos. Por sinal, naquele momento um pássaro grande passou voando e levou no peito a teia.
Aristóteles chamou a atenção de seus discípulos, apontou para a teia de aranha e disse-lhes com autoridade de mestre: “Estão vendo essa teia de aranha? É bem a imagem da justiça humana: prende os pequenos e deixa passar os grandes; é poderosa diante dos fracos e fraca diante dos poderosos”.
Ainda hoje é assim. Para os grandes roubos não há punição porque, do muito que roubaram, sobra dinheiro para pagar os melhores advogados e ficarem livres. Para a cadeia vão os pequenos, que não sabem como se defender.

Fonte: Lendas e fatos a luz da fé
Pe. Luiz Cechinato

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

MEU PONTO DE VISTA


OBAMA NUNCA VAI SER A ESPERAÇA DO POVO NEGRO

Quando indagado se no Rio Grande do Sul existia “esse negocio de racismo que se falam por ai”, o Coronel Licurgo respondeu que não: “no Rio Grande não tem esse negocio: por aqui o negro conhece o seu lugar”.
Não apenas no Rio Grande do Sul e tampouco apenas no Brasil, o negro sempre foi tratado como inferior do ponto de vista intelectual e a ele sempre foi reservado, como disse Fernando Henrique, de forma infeliz, um pé na cozinha. Quanto a condição de escravo, não merece discutir, uma vez que isso não foi um privilégio da raça negra. A humanidade escraviza seus semelhantes, menos pela cor da pele e mais pela condição financeira e social. Chineses escravizaram chineses; romanos tinham escravos romanos e até os hebreus escravizaram seus semelhantes.
Ainda nos dias de hoje maranhenses escravizam maranhenses, bolivianos escravizam seus compatriotas e por ai vai. Nesses casos não se identifica na escravidão à conotação racista e sim a social. O ser humano não é marginalizado numa sociedade apenas pela cor da pele, porém, também pelo status quo. Fosse assim a Bahia teria um governador negro.
O nordestino, por exemplo, é escravizado de norte a sul desse país porque não teve o acesso a educação não conhece os seus direitos, não tem qualificação profissional e, mais ainda, por acreditar que o hoje nunca vai ser pior do que o amanhã, deixando a tarefa de mudar seu destino nas mãos de Deus que na maioria das vezes tem outros afazeres.
Na nossa sociedade o negro não é apenas discriminando pela cor da pele: ele é considerado inteletualmente inferior, o que não acontece com os escravos brancos que vendem rede, cortam cana-de-açúcar ou trabalham em fazendas no interior do Pará, Maranhão etc.
Obama, devido à sua história pessoal (pai negro, mãe branca e padrasto asiático) é visto por muitos, como um unificador, alguém que consegue transpor a barreira racial. Ledo engano: a vitória de Obama não é a redenção do negro não é sequer a quebra temporária das correntes, porém, como costuma dizer Mandela: reacende no povo oprimido o direito de sonhar.
O mesmo sonho teve o povo brasileiro ao eleger um torneiro mecânico (Lula), o povo polonês ao eleger um estivador (Lech Valessa) e o boliviano ao eleger um índio (Evo Morales). Em todos os casos pouca coisa mudou para o povo que acreditou num amanhã melhor. Quem manda mesmo são as poderosas corporações econômicas.
O Obama é um intelectual, apesar de que, pela cor da pele, mais uma vez aflore o preconceito ao achar que ele é apenas um homem de sorte. Na verdade Obama foi preparado pela sua avó materna que era branca, para se sobressair a cor da sua pele ela sabia que a única forma de um negro vencer em qualquer parte do mundo é através do estudo. Essa afirmação vale para todos, independente da cor da pele, e mais ainda, num pais racista como é a América, onde o assunto sempre foi tratado com violência extrema.
Barack Hussein Obama II graduou-se em Ciências Políticas pela Universidade Columbia em Nova Iorque, para depois cursar Direito na Universidade de Harvard, graduando-se em 1991. Foi o primeiro afro-americano a ser presidente da Harvard Law Review, ensinou direito constitucional na escola de direito da Universidade de Chicago. São poucos os negros que aos 47 anos carregam nas costa essa biografia, culminado com a ocupação do cargo politico mais importante do planeta.
Barack Hussein Obama vai ser o presidente dos Estados Unidos da América e toda sua energia vai ser voltada para o povo que ele governa. Se tiver de invadir a Africa para defender os interesses do povo americano, não se engane ele vai fazer isso. Se tiver de escolher entre colocar uma colher de arroz na boca de uma criança etíope e de uma criança americana, ele vai optar pela criança americana e nunca em dividir para os dois, porque foi para isso que ele foi eleito. Negro ou branco ele vai defender o seu povo e não a sua etínia. Não vai perguntar se o álcool produzido no Brasil é fruto de mão de obra escrava, mas vai querer saber se é subsidiado pelo governo para competir com o álcool produzido pela América.
Não esperem que Obama faça alguma coisa pelos países pobres ou pelo povo negro, hispânico ou latino. Se tiver que ser um unificador vai ser em torno dos interesses dos Estados Unidos.
Sem revisão
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

OBAMA E O FATOR RAÇA

É interessante notar como, em momento nenhum de sua campanha nos Estados Unidos, Barack Obama precisou mencionar a cor de sua pele como fator de rejeição eleitoral ou motivo de dificuldades na caminhada que o transformou no mais bem-sucedido candidato negro na história das disputas pela Casa Branca. Não por outro motivo, o senador é citado como o primeiro presidenciável “pós-racial” da história. Obama não viveu na miséria, não passou fome, mas enfrentou o racismo, como ainda ocorre com a grande maioria da população negra nos EUA, no Brasil ou em qualquer parte do planeta. Seu mérito foi demonstrar que está acima do preconceito e possui um caráter incorruptível por essas cicatrizes da vida. Se Obama conseguiu chegar aonde chegou, é porque sua família e seu país lhe deram oportunidades de obter ótima educação, freqüentar duas das mais conceituadas universidades do planeta (Harvard e Columbia) e manter ótimo padrão de vida dedicando-se à assistência social em Chicago. O mesmo ocorreu com sua mulher, Michelle, e vem se repetindo com suas filhas, Malia e Sasha. A imagem que nós, brasileiros, temos da população negra norte-americana é de que ela sofre muito mais com a discriminação. Quando se compara quem sofre mais com a desigualdade, porém, estamos na frente. Reduzir essa discrepância é a finalidade de políticas de ação afirmativa que há anos fazem parte da realidade dos EUA e apenas recentemente entraram em vigor no Brasil. Obama está tão à frente de seu tempo que se dá o luxo de nem comentar tais políticas. Só falou sobre raça durante a corrida presidencial quando foi obrigado, por conta dos comentários radicais de seu ex-pastor e guia espiritual Jeremiah Wright. Uma das maiores qualidades do senador democrata é sublimar, desconhecer, qualquer relação que pudesse existir entre raça e limites. Certamente esse se tornou um dos grandes motivos da simpatia que ele desperta em todo o planeta. Para os brasileiros, fica também a mensagem de que, quanto mais aprofunda a desigualdade e reduz as oportunidades de qualquer cidadão, pior é a discriminação.
João Cláudio Garcia

terça-feira, 4 de novembro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MARTE PODE PODE TER TIDO ÁGUA POR MAIS TEMPO, DIZ NASA.


Uma sonda espacial da Nasa descobriu uma nova categoria de minerais espalhados em grandes áreas de Marte que podem sugerir a existência de água.
A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO, na sigla em inglês) descobriu provas da existência de sílica (dióxido de silício) hidratada, também conhecida como opala.
Minerais hidratados, ou que contêm água, são sinais de quando e onde existia água no planeta. Esta nova descoberta sugere que água em estado líquido permaneceu na superfície do planeta 1 bilhão de anos mais tarde do que os cientistas pensavam.
Os minerais foram descobertos com o Espectrômetro Compacto de Reconhecimento de Imagens (CRISM, na sigla em inglês), um instrumento levado pela sonda da Nasa à exploração de Marte.
O dispositivo "lê" mais de 500 cores refletidas na luz do Sol para detectar alguns minerais em particular na superfície de Marte, incluindo aqueles formados na presença de água.
"Esta é uma descoberta animadora, pois estende a escala de tempo para (a existência) de água em estado líquido em Marte e os locais onde pode ter existido vida", disse Scott Murchie, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, Maryland, Estados Unidos.
"A identificação de sílica opalina nos diz que a água pode ter existido tão recentemente como há 2 bilhões de anos atrás", acrescentou Murchie, que é o cientista-chefe da equipe do aparelho CRISM.

Dois grupos
Os detalhes das últimas descobertas da sonda da Nasa foram divulgados na revista acadêmica "Geology".
Até o momento apenas dois grandes grupos de minerais hidratados, os filossilicatos e sulfatos hidratados, foram observados por sondas que orbitam Marte. O primeiro grupo, dos filossilicatos, foi formado em torno de 3,5 bilhões de anos atrás, e o segundo, dos sulfatos hidratados, há cerca de 3 bilhões de anos.
As "sílicas opalinas" são os minerais mais novos dos três tipos de minerais hidratados descobertos em Marte.
Eles foram formados em locais onde a água em estado líquido alterou materiais criados por atividade vulcânica ou pelo impacto de meteoritos na superfície de Marte. Um destes locais é um grande sistema de canyons do planeta vermelho.
"O importante é que quanto mais tempo a água em estado líquido existiu em Marte, maior é a janela durante a qual o planeta pode ter sustentado alguma forma de vida", afirmou Ralph Milliken, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês), em Pasadena, na Califórnia.
"Os depósitos de sílica opalina serão bons locais para explorar e avaliar o potencial de habitação em Marte, especialmente nestes terrenos mais novos", acrescentou.Leia mais notícias de Ciência e Saúde

Fonte: G1

segunda-feira, 27 de outubro de 2008



Lutam melhor os que têm belos sonhos... Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera.
CHÊ GUEVARA

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

SEGUNDO TURNO NO TAPETÃO



No momento em que as eleições municipais movimentam os trabalhos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministro Eros Graus relator do processo 32568 referente ao recurso especial da ação de impugnação de registro de candidatura de Isaias Fortes, e mais dois ministros da corte entraram de licença e não devem participar dos julgamentos de recursos referentes ao primeiro turno das eleições municipais.
O pedido de afastamento foi lido na sessão da última terça-feira (14) pelo presidente do TSE Ministro Carlos Ayres Britto.
Segundo o TSE os afastamentos não vão prejudicar o julgamento dos processos porque os ministros substitutos serão convocados. Mas sabemos que geralmente os substitutos pedem vista do processo e se isso acontecer a briga no tapetão continua. Enquanto isso, Magno e Isaias correm pelos corredores dos palácios de Brasília pra ver quem ganha esse segundo turno no tapetão.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

terça-feira, 14 de outubro de 2008

INFIÉL VAGABUNDO


É do conhecimento de muitos que em Chapadinha tem gente que recebe da prefeitura sem trabalhar.
A estória que vou contar até parece cômica, hilariante, se não fosse trágico.
Um cidadão conhecido nosso recebia todos os meses da prefeitura R$ 900, 00 reais sem dar um prego numa barra de sabão, ou seja, sem trabalhar. A única coisa que deveria fazer era votar de quatro em quatro anos no candidato governista. Mas o infiel vagabundo resolveu apoiar outro candidato. No pagamento do mês de setembro o cidadão foi no caixa eletrônico do banco sacar uma grana. Inseriu o cartão no caixa eletrônico e em resposta apareceu saldo insuficiente. Assustado, o cidadão colocou novamente o cartão e tirou um extrato, no qual não constava o deposito de seu “salário” e foi até a prefeitura reclamar.
Chegando à prefeitura o cidadão fez a reclamação para uma pessoa do não deposito de seu “salário” e a pessoa que o atendia puxou da gaveta uma relação de nomes e viu que o nome do cidadão estava entre os relacionados e lhe disse: Só se votar no 22.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O RESULTADO DAS URNAS DERRUBA TESE DE QUE UM CACIQUE POLÍTICO ELEGE ATÉ UM POSTE



O cenário político desenhado em Chapadinha com o resultado das urnas derruba a tese de que um padrinho ou cacique de peso pode eleger até mesmo um “poste”. Mais do que um apoio de peso, um candidato necessita ter brilho próprio e musculatura política para sair vencedor.
O prefeito Magno Bacelar desprezou seus aliados políticos que durante seu reinado em Chapadinho lhe deu sustentação e empurrou goela a baixo uma candidata rejeitada pela sociedade, subestimando o seu adversário político Isaias Fortes, que mostrou que ainda é a grande liderança política de Chapadinha consagrado nas urnas como o grande vencedor.
As urnas mostraram também que fora Magno e Isaias, Chapadinha não tem lideranças políticas de expressão, haja vista que dos 35.645 dos votos válidos o vereador mais votado conseguiu apenas 1.832 votos e ainda foi considerado como espoca urnas.
Isaias já provou o dissabor de ficar 8 anos fora da prefeitura e do cenário político. Agora chegou a vez de Magno Bacelar arrumar a mala e cuidar mais de suas fazendas e de seu gado, pois sua política de “pão-e-circo” calcada na realização de festas, sorteios, distribuição de peixe e prêmios chegou ao seu final.
Esperamos que os 8 anos de amarguras que Isaias passou fora da política de Chapadinha lhe serva de lição e não cometa os mesmos erros do passado. Pois a cidade de Chapadinha e o seu povo não merecem tanto desprezo e massacre patrocinado pelos seus gestores.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

POVO MARCADO E FELIZ



No processo eleitoral de Chapadinha percebi certo fanatismo dos prós e contra Isaias, como também um jogo de muitas mentiras por parte dos formadores de opinião, levando a campanha para o lado da baixaria.
Na verdade o povo ficou cego com a briga e rivalidade entre o atual prefeito Magno Bacelar e o ex-prefeito Isaias Fortes. Com isso os candidatos se eximem de fazer um debate político e de apresentarem para a sociedade suas propostas e o seu plano de governo, levando a disputa para o campo pessoal, em torno do poder, de quem tem mais dinheiro para custear suas carreatas de fazer inveja a qualquer cidade grande. Dinheiro que não se sabe de onde, mas que também serve para comprar candidatos e correligionários de outras legendas e calar a boca de um ou outro insatisfeito que ficará marcado e feliz. Na maioria, o povo ficou vil e se contenta com qualquer migalha.
A eleição chegou ao seu final com a vitória de Isaias Fortes. Comprado ou não, o povo o escolheu e o quer como prefeito. Resta agora aos derrotados se conformarem e trabalharem para as eleições de 2012.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

terça-feira, 30 de setembro de 2008

HISTÓRIA, LOCALIZAÇÃO E ACIDENTES GEOGRÁFICOS DE CHAPADINHA



Outrora um pequeno lugarejo habitado pelos índios anapurús, numa área pertencente aos municípios de Brejo e Vargem Grande. A partir de 1783, comerciantes foram chegando atraídos pelas belezas naturais da terra, o que em pouco tempo se formou num grande vilarejo, denominado Chapada das Mulatas, em referência às primeiras mulheres habitantes do lugar terem a pele caramelada, próprias do cruzamento entre as raças branca e negra.
Chapada das mulatas - localizada numa área de planalto excelente e arejado – foi palco da Balaiada em 1838, motivada pelo descontentamento do povo, em face da situação de miséria em que se achava. O seu líder local foi Raimundo Gomes Vieira Jutaí, negro, vaqueiro de profissão, que reuniu nove homens de sua raça, invadiu a cadeia da Vila da Manga, soltando seu irmão e todos os presos ali existentes.
No dia 13 de dezembro de 1838, data que marca a revolução dos Balaio, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, um dos principais líderes do movimento, se juntou ao grupo de foragidos quando este chegou a Brejo e assumiu o movimento de vingança coletiva contra fazendeiros e proprietários.
Em 17 de outubro foi o povoado elevado à categoria de Vila com o nome de Chapadinha e desmembrado dos municípios de Brejo e Vargem Grande. Já em 29 de março de 1938 foi elevada a categoria de cidade pelo interventor Paulo Martins de Sousa Ramos. Devido ao seu progresso local começou a ter ares de cidade, sua economia cresceu consideravelmente com a produção de arroz, farinha de mandioca, milho, aguardente de cana, banana, laranja, com a colheita e beneficiamento de amêndoas de babaçu, para extração de óleo e derivados e ainda com um parque industrial em ascensão. Por ser uma área favorável aos criatórios, o município de Chapadinha é grande produtor de bovinos, suínos, caprinos, ovinos, granjas e peixes das mais variadas espécies.
LOCALIZAÇÃO
Localiza-se na microrregião do Alto Munim Maranhense. Fincada ao Nordeste do Estado do Maranhão, dentro do limite da região do Baixo Parnaíba, cuja posição geográfica a faz sobressair como um lugar atrativo e promissor. A região de Chapadinha é distante a 134 km da capital e tem uma altitude de (105)1300 m. numa área de 3.247,2km² e população de 64.116 habitantes (IBGE 2005). Limita-se ao Norte com os municípios de São Benedito do Rio Preto e Urbano Santos; ao Leste os de Mata Roma e Buriti; ao Sul Afonso Cunha e Codó; a Oeste Timbiras e Vargem Grande.
De clima salubre, a época chuvosa vai de dezembro a maio enquanto o período de estiagem estende-se de julho a novembro. A temperatura tem máximas de 37°, mínimas de 21 e mais freqüente 29°C.
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
Os principais são: o rio Munim, que corta o município de Sul a Norte; o rio Iguará, que serve de limite entre Chapadinha, Codó e Timbiras e o rio Preto. Todos navegáveis por pequenas embarcações em pequenos trechos, no inverno. A lagoa Jatobá, de aproximadamente 30.000 metros, é muito piscosa e comunica-se com o rio Preto.
CIDADE
Um dos aspectos favoráveis ao desenvolvimento de Chapadinha é ser cortada ao meio pela BR-222, que dá acesso fácil a municípios vizinhos e a capital do Estado, servindo ainda como via natural aos transeuntes dos Estados do Piauí e Ceará que atravessam o lendário rio Parnaíba.
ASPECTO URBANÍSTICO
Por estar localizada em uma região plana e próxima da capital, o município de Chapadinha se apresenta como um dos mais promissores do Estado.
Pequenas edificações, ruas e avenidas largas - a maioria calcada por paralelepípedos - fazem parte da sua paisagem urbana. A cidade tem infra-estrutura razoável para receber os que ali chegam. Com pousadas, hotéis, restaurantes, bares, bancos entre outras.
GASTRONOMIA
A culinária chapadinhense é variada com destaque a panelada, mão de vaca e a galinha caipira com pirão de parida e os sucos de cajá, buriti, manga, caju, etc. Um aspecto novo a se considerar é a presença dos pratos gaúchos, onde até o tradicional chimarrão está sendo difundido pelos gaúchos que exploram as lavouras da soja na região.
ÁREAS NATURAIS/AMEAÇAS
Entrecortados por riachos, igarapés e brejos com suas nascentes de águas límpidas e cristalinas, o destaque é o repouso do guerreiro, área de mata fechada, piscinas natural e muito tranqüilo. Por ser um lugar particular, o acesso ás suas instalações só é permitido com autorização de seus proprietários. O município de Chapadinha vive hoje uma ameaça constante nas suas áreas naturais, com derrubadas de matas nativas, para dar lugar às plantações de soja, alterando por completo o ecossistema da região.



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

CÃNDIDOS CANDIDATOS



Bastaria revelar a origem ou o sentida da palavra candidato e estaria tudo dito. Então digo: candidato significa “aquele que vai mudar de condição”. Até aí, nada demais. A gente sabe que a pessoa depois que entra para a política muda muito de condição, a tal ponto que alguns se convertem em políticos “incondicionais”, e vão tocando as coisas sempre dependendo da “condição”.
Mas não expliquei tudo o que está potencialmente contido na frase inicial da crônica. É preciso adiantar também que, para se entender os candidatos atuais, é preciso voltar ao passado, não apenas deles, mas a raiz da palavra candidus, que significa branco. Em muitos rituais de iniciação, candidus é a cor do candidato e a maneiro como ele se veste e revela a pureza de sua alma, a brancura de seus ideais.
Agora vocês estão me entendendo melhor. E, a rigor, já compreenderam o que eu tinha a dizer nesta crônica. Posso parar por aqui economizando o seu precioso tempo e o valioso espaço deste Blog. Mas existe ainda uma informação que não posso me furtar a dar: em algumas culturas, como informam Chevalier e Cheerbrant, os candidatos as funções públicas vestiam-se de branco. Que maravilha! Imaginem esse bando de candidatos, de todas as cores ideológicas, sob todas essas bandeiras partidárias, vestidos como almas freiras acenando para o nosso voto.
Ou será que nós, os eleitores, é que somos os candidatos espectadores, sempre iludidos, desenganados? Olhando eventualmente a campanha eleitoral na tevê penso que os candidatos estão numa batalha de sabão em pó. Parecem aqueles anúncios em que um sabão está sempre tentando nos convencer que limpa mais branco e candidamente que o outro.
Flaubert tem uma peça de teatro que foi um fracasso retumbante em sua carreira. O candidato (1874). Conta a história de um tal de Rouselin, que afastando-se dos negócios aos 56 anos, ao invés de se entregar à paz do ócio, resolveu candidatar-se a deputado. Resultado: torna-se uma pessoa mesquinha, ambiciosa, perde dinheiro e estraga a vida de sua família. Dizem que a peça nunca fez sucesso porque retrata com muito realismo a vida pouco cândida do candidato.
Já Voltaire tem aquele famoso romance Cândido (1759), no qual o tema é esse embate entre o idealismo idiota e a crueza da realidade. Aí, herói Cândido é educado por um certo Pangloss a achar que o ser humano é bom por natureza. Não deu outra: quebra a cara, cai na real e sai pelo mundo numa série de peripécias ao mesmo tempo dramáticas e irônicas.
O que aconteceria se um candidato (como ocorre em alguns programas humorísticos) resolvesse falar certas verdades? Explicitar, por exemplo, objetivamente, certas medidas vai tomar para resolver problemas crônicos? O público aceitaria? As pessoas iriam votar nesse candidato? Quantos votos perderia se dissesse o que é preciso dizer? Essa é uma questão paradoxal. Dizem que aquele político que havia lá em São Paulo, há uns 50 anos. Ademar de Barros, um predecessor de Maluf, ganhava as eleições porque seu lema era “roubo, mas faço”.
A temporada eleitoral, essa estação de discursos veementes, esse fervilhar de imagens aliciantes é um momento apoteótico em que se expõe a questão tanto prosaica quanto filosófica das palavras e das coisas. Entre o discurso e a realidade, em geral, preferimos o discurso. É disso que vive a publicidade, essa arte moderna da persuasão. A palavra é mais sedutora, ela acalenta mais e até nos gratifica imaginariamente.
Quer dizer, o problema não é o discurso, o problema é a realidade que tem mania de contrariar as palavras.

Affonso Romano de Sant’anna
Poeta e Escritor

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

EM TEMPOS DE ELEIÇÃO

A política em Chapadinha,
virou assunto de inutilidade doméstica.
É só varrer para debaixo do tapete.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O CIRCO


Quando o circo chegava na cidade de Chapadinha era um alvoroço só. Era interessante ver a lona subir. Uma mágica. As cores vermelha, azul e branca da lona, enfeitada com bandeiras, se impunha na praça São Raimundo. Um cercado de arame farpado, o carro da bilheteria, as tabuletas. O que acontecia lá dentro era um mistério que só seria desvendado na noite de estréia. No dia D o palhaço comandava na divulgação nas ruas da cidade anunciando o espetáculo. Um coro de crianças seguia o cortejo respondendo ao que o palhaço gritava no megafone:- Hoje tem espetáculo?- Tem, sim senhor.- E o palhaço. O quê é?- Ladrão de mulher. - Eu vou alí e volto já? - Vou comer maracujá. - Pipoca amendoin torrado? - Carreguei tua mãe num carrinho quebrado. - Duas pimenta não dá um molho? - Cabeça de negro só tem piôlho. - Virei a aba do meu chapéu? - Mulher buchuda não vai pro céu. E por aí íamos nós respondendo o que fora ensaiado rapidamente. Quando retornávamos da maratona, seguindo o palhaço em suas pernas de pau, recebíamos um carimbo de tinta azul no braço. Era a garantia de entrar de graça à noite. O maior desafio era tomar o banho sem tirar a tinta do braço. Sem ela não tinha o passaporte da estréia. E aquela era uma noite importante. A grande hora chegava com a noite. A bandinha na porta do circo, o pipoqueiro, o algodão doce. Lembro que entrei maravilhado depois de ter mostrado o meu carimbo. Lá dentro era a magia. Aquela lona azul com estrelas pintada era um céu de fantasia. As cordas, os trapézios, o picadeiro e o palco com a cortina fechada, já diziam que aconteceria o espetacular. Primeiro, o dono do circo, de fraque e cartola, anunciava o espetáculo. Dois palhaços já faziam uma cena pra chamar atenção e disfarçar a entrada do malabarista e da bailarina equilibrista. Quanta beleza nos gestos e perícia no equilíbrio. Os palhaços de novo. A gente ria das besteiras. O picadeiro recebia o leão e o domador dentro de uma jaula. Coragem do homem que, com um chicote, fazia o leão sentar e a onça atravessar um arco. A banda tocava uma música que anunciava a coragem e a tensão. Os palhaços voltavam enquanto o picadeiro era esvaziado. Os palhaços faziam a continuidade do espetáculo para não ter interrupção. O elefante entrava no picadeiro para se equilibrar numa pequena base sobre um cone. Depois sentava e fazia contas com as patas seguindo as ordens do domador. Os palhaços voltavam. Daí faziam um número maior com um calhambeque e macacos no palco e faziam estripulias de causar inveja ao equilibrista. Parecia que ele caprichava pra errar e pra ficar engraçado. Quando este número acabava, tambores anunciavam o momento de maior tensão. Os refletores se voltavam para o céu de lona. Os trapezistas já estavam a postos. A gente ficava com o coração pequeno nos saltos. E os olhos acompanhavam a trapezista que mudava de mãos dos trapezistas como se tivesse asas. A música aumentava a tensão e o duplo mortal acontecia no momento em que corações da platéia saltavam pela boca. Na emoção crescente que vinha acontecendo ficávamos aliviados com o intervalo. A segunda parte do espetáculo era o que chamávamos de "Drama". Um teatro popular era dramatizado no palco pela bailarina, trapezistas e palhaços que viravam atores. O "Coração Materno" de Vicente Celestino foi pra mim um "Drama" inesquecível. Uma tragédia no palco em que o coração da mãe era oferecido à amada. Aquilo me marcou a alma. A magia tinha chegado ao ápice na tragédia. Fui pra casa e não dormi naquela noite. No dia seguinte a vida seguia morna. Mas a convulsão do circo era inesquecível...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

THIAGO DE MELLO É O HOMENAGEADO DA 27ª FEIRA DO LIVRO

Thiago de Mello é o Homenageado desta 27ª Feira do Livro. O poeta amazonense de 82 anos de idade, um dos mais prestigiados do país, é o homenageado da Feira do Livro 2008 e figurará como estrela principal do maior evento literário do Centro-Oeste. Amadeu Thiago de Melo é natural de Barreirinha, no Amazonas. Nasceu em 30 de março de 1926 na capital do estado, mudando-se quando jovem para o Rio de Janeiro, cidade onde cursou medicina.
Os estudos na faculdade não foram muito longe. No quarto ano, Thiago abandona a medicina para se tornar poeta.Thiago de Mello é hoje uma das vozes mais ativas na defesa dos direitos humanos, a ecologia e a paz mundial. Suas lutas lhe renderam tempos difíceis, quando foi perseguido pela ditadura militar de 1964. O regime o fez exilar-se no Chile, até 1973.
Suas poesias cruzaram atracaram nos Estados Unidos, Alemanha, Cuba, Argentina, França e muitos outros países mundo a fora. Entre seus textos mais famosos, destacam-se Silêncio e Palavra (1951), A Lenda da Rosa (1956), a Canção do Amor Armado e Estatutos do Homem. Por isso, pelo conjunto de sua obra, a Câmara do Livro do Distrito Federal presta esta merecida homenagem ao poeta Thiago de Mello.

PESSIMISTA


quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A EPOPÉIA DOS GUERREIROS BALAIOS NA VERSÃO DOS OPRIMIDOS


Dá licença rapaziada
Que eu aqui vou relatar
(Prestem muita atenção!)
Prá depois poder contar
Pois aconteceu no Maranhão
No Piauí e Ceará

Foi em mil e oitocentos
No ano de trinta e oito
Quando explodiu a Balaiada
Com muitos cabras afoitos
Pra agarrar a burguesada
E (ó) cortar-lhe o pescoço

Unindo valentes vaqueiros
Raimundo Gomes Vieira
Na Vila da Manga chegou
Assaltando a cadeia
À toda nação brasileira
Um manifesto gritou

Exigia a revogação
Da dita Lei dos Prefeitos
Aos revoltosos anistia
Justiça aos prisioneiros
E para a tropa garantia
De pagamento em dinheiro

Reivindicava liberdade
Criticava o preconceito
Queria total expulsão
Dos lusitanos solteiros
Transformava em ação
O blá-blá politiqueiro

Brigavam "bentevis" e "cabanos"
Na política do Maranhão
Briga de jornal (lero-lero)
Vejam a comparação:
Briga de Sarney e Castelo
Pra enganar Zé Povão

A Província naquela época
Tinha problemas sociais
Sofriam caboclos e negros
Com os preconceitos raciais
Fome, "pega", desemprego.
Tudo consta nos anais

Manuel Francisco dos Anjos
De "Balaio" apelidado
Era pobre e lavrador
E teve o nome manchado
Então na guerra entrou
Pra se vingar dos soldados

Veterano de outras guerras
O chefe índio Matroá
Aderiu a Balaiada
E como líder foi lutar
Tendo menção destacada
Na luta do libertar

A participação das mulheres
É bom senso não esquecer
Escondiam os revoltados
Davam a eles o que comer
Enganando os soldados
Que queriam os prender

Corriam por essas bandas
Revoltas e insurreições
A massa escrava fugia
Para formar quilombações
Em Itapecuru, Codó, Caxias.
Turiaçú e Guimarães

É preciso contar direitinho
Para ninguém se enganar
A rebeldia dessa negrada
Lutando para se libertar
Foi antes da Balaiada
Pelo Norte se espalhar

Esses negros organizados
Chamados de quilombolas
Viram na Balaiada
Que era chegada a hora
Da liberdade sonhada
Renascer naquela aurora

Cosme Bento das Chagas
Logo então se destacou
E lá de Lagoa Amarela
Três mil negros libertou
E com tal valentia cega
A Balaiada engrossou

No Quilombo da Lagoa Amarela
A negrada tudo tinha
Caça assada no espeto
Feijão, arroz e farinha.
Água fria do Rio Preto
Ervas medicinais e mandingas.

Ali Negro Cosme implantou
Uma conceituada escola
Para ensinar ler e escrever
À toda massa quilombola
Quera o líder dizer:
“Façamos nossa história”

“Tutor das Liberdades Bentevis”
Negro Cosme foi chamado
Homem muito inteligente
Procurou ter falidos
Entre toda pobre gente

Negros livres e aquilombados
Até comerciantes pequenos
Vaqueiros e lavradores
Aderiram ao Movimento
A Revolta, meus senhores.
Foi do povo desse tempo

A guerra cresceu tanto
Invadindo até Caxias
Implantando a igualdade
Coisa que nunca se via
Foi a riqueza da cidade
Entre os pobres divididos

Os negros felizes cantavam
Sorrisos abertos e francos
"Balaio chegou / Balaio chegou
Cadê branco?
Não há mais branco
“Não há mais sinhô”

Na cidade de São Luís
Os "bentevis" amedrontados
Se juntaram aos "cabanos"
Passando pro outro lado
Sem ser por baixo dos panos
Deixaram de ser mascarados

Foi então que o Regente
Providências veio tomar
Chamou Luís Alves de Lima
E lhe pôs de tudo a par
Da guerra de Norte acima
E era para cacetear

Luís virou Presidente
Da Província do Maranhão
Com poder e muita banca
Iniciou a repressão
Jogando pessoas brancas
Contra os negros em ação

O mesmo Luís Alves de Lima
Que negociou com farroupilhas
Tratou os negros guerreiros
Como gentalha maltrapilha
Como assassinos bandoleiros.
Indignos da tal Anistia

Mais de dez mil mortes cruéis
Mulheres, velhos, crianças
Foi o saldo tenebroso
Daquela cruel matança
E o "Pacificador" orgulhoso
Da nefasta aventurança

Na Anistia acreditando
Matroá velho e cansado
Foi morto ao se entregar
Raimundo Gomes, coitado.
Foi pelo Duque deportado
E "morreu" no viajar

Mostrando muita bravura
Cosme na luta insistiu
Perseguido por todo lado
Muitas vezes ele "sumiu"
Deixando o Duque danado
Chamando-o de negro vil

No peito-a-peito com Duque
Luís Cosme sempre foi o primeiro
Não perdeu uma pro Duque
Que via nele um feiticeiro
Cheio de manhas e truques
Foi como Zumbi um guerreiro

A caça ao Negro Cosme
Um dia chegou ao fim
No Combate de Calabouço
Na Região do Mearim
Lutando feito um louco
Foi aprisionado enfim...

Da cadeia de Itapecuru
Para a cidade de São Luís
Cosme então foi enviado
E o povo ainda diz
Ele foi o maior do Reinado
Das Liberdades Bentevis

No ano de quarenta e dois
De volta a Itapecuru
Negro Cosme é enforcado
Na antiga Praça da Cruz
Deixando, porém, marcado.
A valentia a que fez jus

Partiu o Imperador Bentevi
Como um guerreiro vencedor
Que sonhou libertar seu povo
De todo regime opressor
Ergueu bem alto um sonho novo
Da Nação Quilombola Nagô

Na história que tem nos livros
Escritos pela burguesia
Cosme é o grande bandido
(Ora vejam, quem diria!)
E Luís, racista assumido.
É o herói Duque de Caxias

Contei parte da Balaiada
E da bravura daquela gente
Há muito o que contar
Da lição desses valentes
Cosme, Balaio e Matroá.
Pois quem luta sempre vence

A luta não terminou
Pois a exploração continua
Vamos ser os novos balaios
E sairmos todos às ruas
Gritando contra os lacaios

NOTAS DO AUTOR
Vila da Manga: localizava-se no hoje município de Nina Rodrigues.
Lagoa Amarela: localizava-se no hoje município de Chapadinha.
Rio Preto: o Quilombo Lagoa Amarela situava-se nas cabeceiras do Rio Preto.
"Pega": expressão usada para definir o recrutamento forçado para formar
tropas militares a fim de combater as rebeliões populares, geralmente de uma província para outra.
"Bentevis": membros ou simpatizantes do Partido Liberal (oposição ao governo).
"Cabanos": membros ou simpatizantes do Partido Conservador (governo).
"Tutore Imperador das Liberdades Bentevis": expressão com a qual Negro Cosme se
auto-denominava.
Barão de Caxias e Duque de Caxias: títulos recebidos por Luís Alves de Lima e Silva após sufocar, de forma cruel e violenta, a Guerra da Balaiada, que teve como principal centro de concentração e atuação a cidade do sertão maranhense Caxias.
Farroupilhas: Revoltosos da Guerra dos Farrapos, ocorrida no Rio Grande do Sul entre 1835 a 1845.
NINGUÉM NOS VENCERÁ E A BALAIADA CONTINUA!
Centro de Cultura Negra do Maranhão e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CHAPADINHA É ASSIM





Falar de Chapadinha é algo realmente gratificante, especialmente para nós filhos desta terra, que a vemos crescer dia após dia, a ponto de colocar-se entre as mais prósperas de nosso Estado.
Aos 70 anos e com quase 70 mil habitantes, Chapadinha é uma cidade moderna, de avenidas e ruas asfalta, vias preferenciais, trânsito ordenado. Muito movimento, principalmente nos dias de semana. Casas de comércios, mercados e supermercados com suas vitrines iluminadas oferecendo belos artigos, atraindo e provocando os compradores. Bares quentes, Churrascarias e boites, com freqüência incomum nos fins de semanas. Bancos, Escolas, Faculdades, as praças bem traçadas, em todos os recantos. A juventude vestindo roupas coloridas e agressivas. As camisas com inscrições confusas em idiomas estrangeiro, “os jeans” desbotados de tecidos grossos. Para somar desfilam e circulam com motos e motocas barulhentas.
É o progresso material crescendo ao lado do progresso de sua gente. De uma gente cujos adultos abraçam a esperança e, na experiência de uma vida conduzem os mais novos a passos seguros e serenos rumo a um amanhã cheio de glória e conquista; de uma gente cuja juventude cheia de vida, cheia de amor e abraçada à esperança parte em busca de um amanhã venturoso e feliz; de uma gente onde as crianças, retratos vivos de esperança, como a nos dizer: “Avante, o futuro nos pertence e espera”.
Estamos em fase de transição, a cidade quer crescer, quer crescer muito e carece para isto de políticas públicas eficazes, de implantação de fábricas para geração de emprego e renda, mais apoio aos pequenos agricultores. Acreditamos que isso tudo isso virá, como decorrência natural da ação de um povo que quer progredir, queiram ou não. Mesmo vivendo o clima de uma sociedade atual individualista e competitiva.
Esta é a nossa Chapadinha, a “Terra de Deus” como sempre chamo. De um Deus que nos deu um céu azul cheio de estrelas que, como guias, conduzem-nos aos caminhos do progresso. De um Deus que nos deu a natureza que, apesar dos abusos do homem, é pródiga e mantém farta a nossa mesa de cada dia. Perdoe a falta de modéstia, mas amar Chapadinha é realmente muito fácil.
O Chapadinhense ainda é solidário, principalmente nas horas amargas. Ainda somos felizes, por que somos Chapadinhenses.

Herbert Lago Castelo Branco

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

CHAPADINHA ERA ASSIM

Uma pequena cidade, ">Uma pequena cidade, , muita poeira, poucos automóveis circulando, queimando gazolina pura de marca Texaco. As lojas do Trapiá, do meu pai Benú, o Armazém Bandeirantes, a loja de peças do Senhor Amilagrense, o velho mercado de carnes, as mesmas dependuradas em galho de piquizeiros.
A molecada era dona da cidade, os grupos tomavam as ruas para os folguedos, dois tijolos de um lado e dois do outro. Estava preparado o campo de futebol, com bolas de meias ou de plástico. Ficavamos chateados quando tínhamos de parar para dar passagem a um automóvel ou carroça.
Nas portas das casas de comércio, os cavalos amarrados em argolas presas nas calçadas, a cidade financeiramente gravita-se nas vontades dos comerciantes, fazendeiros, criando vacas e plantando arroz nas roças de tôcos. A igreja Nossa Senhora das Dores era o centro religioso, as festas de setembro da padroeira agitava a comunidade católica ou não.
As noitadas ficavam por conta das praças e dos bares. O cinama do sargento Pedro no velho centro operário, trazendo filmes do Rodolfo Valentino, Greta Garbo e da Jean Harlow. Na parte baixa da cidade, no fim da rua da fumaça funcionavam "os ambientes". Nas horas mortas da noite com frequência, muitos tiros e pancadarias. No outro dia, alguém aparecia "comendo formigas". As jardineiras chegando de Parnaíba, sempre dirigidas pelo Pote e Antero, até a capital Maranhense.
A Companhia de Força e Luz Chapadinhense, com sua usina instalada na rua Ananias Alburquerque distribuia energia e luz, nos postes de aroeira sempre cheirando a piche. O meu tio Batista era que cuidava da parte elétrica, cuidando sempre dos fusíveis, queimando sempre.
As serestas das noites de luar, Raimundo Martins ao violão, o violino do Coelho e a voz romantica de Lourival Passos, trazendo saudades, despertando paixões, unindo amigos.
ÉRAMOS FELIZES, ÉRAMOS CHAPADINHENSES...
Herbert Lago Castelo Branco

A reprodução deste texto ou qualquer parte dele é permitida, desde que seja dado o crédito de autoria e fonte, conforme as normas e leis.

 

quarta-feira, 6 de agosto de 2008


A
FOME
É
OSSO
DURO
DE
ROER

terça-feira, 29 de julho de 2008

BUMBA-MEU-BOI



Um dos folguedos mais tradicionais do Brasil, tendo englobado até vários reisados, o bumba-meu-boi é uma espécie de auto em que se misturam teatro, dança, música e circo. Ele é representado sob os mais diferentes nomes em localidades que vão do Rio Grande do Sul (como boizinho) e Santa Catarina (boi-de-mamão) aos estados do Nordeste (boi-de-reis) e o Amazonas (boi-bumbá). Sua provável origem é o Nordeste das últimas décadas do século XVIII, onde a criação de gado era feita por colonizadores com mão-de-obra escrava. Nas fazendas, os cativos teriam misturado suas tradições africanas (como a do boi geroa) a outras européias dos senhores (como a tourada espanhola, as tourinhas portuguesas e o boeuf gras francês), numa celebração que tematizava as relações de poder e uma certa religiosidade, sendo, inicialmente, alvo de grande repressão. Tradicionalmente realizado no período das festas juninas (em alguns lugares também no Natal e no carnaval), o bumba-meu-boi encena o rapto, morte e ressurreição do boi — uma história de certa forma metaforiza o ciclo agrário. Musicalmente, ele engloba vários estilos brasileiros, como os aboios, canções pastoris, toadas, cantigas folclóricas e repentes, tocados em instrumentos típicos do país, tanto de percussão como de cordas. Para alguns estudiosos, o "bumba" vem do som da zabumba, mas, para outros, trata-se de uma interjeição, que daria à expressão sentidos vários como "Vamos, meu boi!", "Agüenta meu boi" ou "Bate-meuboi!". O boi, figura central do auto, geralmente é feito com uma armação de cipó coberta de chita, grande o bastante para que um homem a vista. A cabeça que pode ser feita de papelão ou com a própria caveira do animal. Na encenação, a lenda pode ser contada de várias formas, mas a história básica é a da escrava Catirina (ou Catarina), grávida, que pede ao marido Chico (ou Pai Francisco) para que mate o boi mais bonito da fazenda porque quer comer a sua língua. Ele atende ao desejo da mulher e é preso pelo seu feitor, que tenta a todo custo ressuscitar o boi, com a ajuda de curandeiros. Boi revivido, tudo acaba em festa. Outros personagens podem entrar na história para dançar, dependendo do tipo de boi: Bastião, Arlequim, Pastorinha, Turtuqué, o engenheiro, o padre, o médico, o diabo etc, todos quase sempre interpretados por homens, que se travestem para compor os personagens femininos. Sufocado pelos avanços dos meios de comunicação, o boi fica cada vez mais restrito às comunidades rurais e pesqueiras que ainda conseguem preservar suas tradições. No entanto, ele é uma festividade muito popular em São Luís do Maranhão, para onde vários grupos do estado (alguns fortes, como o Boi Madre Deus e o Boi Maracanã) convergem na época junina e desfilam por toda a cidade. No entanto, esse boi ainda não supera em público o que acontece anualmente, nos dias 28, 29 e 30 de junho, na cidade de Parintins (Amazonas, a 420 km de Manaus), quando o boi Caprichoso (de cor azul, fundado em 1913 por Lindolfo Monteverde) e o Garantido (de cor vermelha, fundado em 1914 por José Furtado Belém e Emídio Rodrigues Vieira) desfilam no bumbódromo da cidade para um público que, entre locais e turistas, chega a reunir mais de 50 mil pessoas. Levado para a Amazônia por imigrantes maranhenses que foram no século XIX atrás dos lucros da borracha, esse boi ganhou o nome de boi-bumbá, sofreu influências indígenas e andinas e começou a sair ao som da chamada toada amazônica. A competição profissional entre Caprichoso e Garantido começou em 1966, e desde então só fez ganhar requintes de espetáculo (um desfile parecido com o das Escolas de Samba do Rio, com raio laser e o som amplificado de instrumentos eletrônicos) que transformou o Boi de Parintins na mais famosa manifestação folclórica da região Norte. Graças ao desfile amazônico, o boi pode gerar em 1996 o seu primeiro artista pop: a ex-banda de forró Carrapicho, que foi sucesso no Brasil e na França (levado pelo ator Patrick Bruel) com a música Tic Tic Tac. Gravado por Fafá de Belém e pela cantora de axé Márcia Freire, a música Vermelho (hino do Garantido, composto por Chico da Silva) também teve grande êxito, abrindo caminho para artistas de Parintins, como os levantadores de toada Arlindo Júnior e David Assayag.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

AS FACES E FASES DE HERBERT LAGO EM VERSOS AVOANTES




Em VERSOS AVOANTES, nota-se que Herbert Lago Castelo Branco soltou as amarras e revela ao mundo todas suas faces, suas fases, seu canto errante. Às vezes, moleque travesso e saudoso de sua Chapadinha. Noutras, homem com seus desejos, lamúrias, questionamentos e revoltas. O Papai Noel não vem ele abre as asas. Escreve e desenha seus versos.
Pictóricos, os poemas de Herbert Lago Castelo Branco, por vezes assumem formas visíveis e abstratas. Ele canta e o verso, dengoso, se enrosca em que lê, com ritmo e cadência despretenciosos, mas certeiros: “(...) Preso comunista / Ladrão de beijos / Mágoas socialistas / As rédeas das Diretas / Machão progressista / Caçador do Ibama / Cheirando na manha / Synthia (...).”
A verve social abre as asas, em seus versos de mãos abertas. Versos que falam de versos, Metapoesia que busca explicações, esquinas, ouvidos, olhos, emoções a despertar: (...) “O poeta também chora / Chora, mas escreve lindas frases / que no peito sempre vigora”.
Herbert Lago é poeta que sonha com musas e mesas fartas de esperança. Ele dança e nos chama a sermos amantes do universo de seu eu, entre linhas e lemas e lances e lenços e brumas.
Voei, como nunca antes... Vambora. Vem voar com a gente.

Marcos Linhares
Jornalista, professor e escritor.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Herbert Lago e seus Versos Avoantes



Na vida existem homens que marcam sua existência por atuações dignificantes e de grande importância no contexto mundial. Há seres fadados ao sucesso e pessoas que apenas transitoriamente se fazem notar. Herbert Lago Castelo Branco pertence a uma plêiade de pessoas fadadas ao sucesso. Originário de Chapadinha, no Maranhão, hoje desponta como uma das mais promissoras revelações poéticas de Brasília, dignificando e honrando as letras Nacionais.
VERSOS AVOANTES, cuja tônica versa contra as injustiças, contra as angústias peculiares às pessoas que possuem sensibilidade e se sentem mal com a opressão, a falta de liberdade, e demagogia barata, o descaso e a insensatez humana.
Sua poesia tem a angústia peculiar dos tristes em “INERTE”: “E o meu corpo inerte, / esperando a hora de partir. E eu...; espírito! / triste!... / Sem saber pra onde ir”. Há o clamor pela liberdade em “PÁSSARO”: “... e faço um apelo como irmão: / por favor, / soltem os pássaros da prisão!” Há o extravasar de um sentimento, quando em “O POETA”, prega o direito de ser feliz, pois, o poeta também chora, / chora... mas escreve lindas frases / que no peito sempre vigora”. A sua “UTOPIA” será no dia em que os políticos chegarem a um consenso, “no dia em que destruírem as bombas / e o mundo deixar de ser tenso / (...) no dia em que não houver mais crianças abandonadas”. Herbert Lago é na verdade, um poeta que faz da palavra a sua maior expressão de vida por que a sua sensibilidade o leva a transformar em palpável, um sentimento de amor, fé e esperança num futuro melhor. De uma consciência emotiva digna dos melhores elogios, que levam Herbert Lago Castelo Branco a não ser apenas mais um poeta a lançar um livro, mas um homem de letras a lançar uma importante obra, cujo valor será enaltecido e engrandecido por todas as pessoas de bom senso crítico e sensibilidade de poeta.

CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT’ANNA
Presidente do Clube dos Trovadores Capixabas.