herbertlagocastelobranco@gmail.com
Facebook Herbert Lago

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FESTIVAL DE CONTRADIÇÕES E CONTRARIEDADES




Tentei escrever sobre um tema mais ameno, mas confesso que ainda estou aturdido, em estado de choque, com a adesão de uma parcela do PT de Chapadinha ao desgoverno municipal de Danúbia Carneiro e Magno Bacelar.
Não poderia deixar de parabenizar as pessoas lúcidas do nosso partido como: o Paiva, Manim, Chico da Cohab e Ivone, que perceberam o engodo e o equívoco dos companheiros e discordaram em aderir à atual gestão; melhor a discordância exposta ao sol que o consenso falso.
Não é fato que o processo eleitoral tudo desarruma? É um festival de contradições e contrariedades: amigos se tornam inimigos; inimigos viram correligionários; irmãos discutem com irmãos, princípios ideológicos cedem lugar a interesses pessoais e o discurso ético quase nunca coincide com o da prática.
Mas terminado o pleito dos “petistas” para as funções na máquina municipal os companheiros têm o direito de se olhar no espelho, estufarem o peito aliviados, sentirem o doce beijo de Narciso – nem tanto como belo, e sim como contemplados nas secretarias – e se esquecem de reparar que, no fundo do espelho, há pessoas, seus eleitores, a quem estão obrigados a não decepcionar.
Nas últimas eleições de 2010 a Lei da Ficha Limpa já serviu para consolidar na agenda política o espaço de duas bandeiras fundamentais: a ética na política e a honestidade, vistas em outros tempos como acessórias. O mais provável é que nas próximas eleições os eleitores exijam ainda mais dos candidatos compromisso firme com a transparência, a prestação de contas e a probidade. Serão merecedores dos votos de parcelas crescentes desse eleitorado os candidatos que conseguirem comprovar que entraram na política com o objetivo maior de trabalhar pelo nosso município e por uma vida melhor para os cidadãos. Tudo indica que tenderá a ser cada vez menor o espaço dos que se valem da política para conquistar vantagens pessoais.
Esse é, sem dúvida, um processo lento e contraditório de amadurecimento do eleitorado e fortalecimento dos valores associados à cidadania. Pessoas ainda conseguem se eleger comprometidas com a velha lógica do “toma lá, dá cá”, no entanto, temos todas as razões para crer que este é um processo reversível. É necessário também que nossa política seja cada vez mais marcada pelas condutas honestas e afinadas com a lei, em virtude do alto custo moral e econômico da corrupção.
Cheguei à conclusão de que só poderemos vencer o óbvio a partir do momento em que os governantes forem responsabilizados criminalmente pelos seus atos e omissões.

domingo, 23 de janeiro de 2011

É NECESSÁRIO PENSAR OS DIFERENTES CENÁRIOS DA INSERÇÃO DO PT NA POLÍTICA DE CHAPADINHA






Em tempos de matagal devorando a paisagem da cidade, crateras brotando sobre os nossos pés, hospitais em estado terminal e mobilização da sociedade para tapar os buracos das ruas e avenidas, me sinto envergonhado quando ouço ou leio noticias do tipo: “PT DE CHAPADINHA DISCUTE CONVITE DE DANÚBIA” ou “PT DISCUTE TERCEIRA VIA COM BELEZINHA”. (Não existe diferença entre assaltar um banco e fundar um banco como sanguessuga social). Nesse contexto, soa de forma estranha a postura de alguns petistas. Assim como é desestimulante ver esses movimentos e constatar o deserto de conceitos e programas. O debate de idéias praticamente inexiste. O que importa são os interesses paroquiais.
Compartilho com a idéia de que o processo de fortalecimento do PT no Maranhão só terá sentido se for enraizado nos municípios. Mas isso não significa que temos que fazer alianças espúrias ou entregar a legenda nas mãos dos mesmos grupos que governa Chapadinha há décadas. Repito, o PT tem que se colocar para a sociedade Chapadinhense como uma alternativa viável e com um projeto de governo diferente do que sempre está sendo colocado para Chapadinha.
Temos um debate aberto que vai ganhar proporções inéditas até as próximas eleições de 2012, mas sem xenofobia, é necessário pensar os diferentes cenários da inserção do partido dos trabalhadores na política de Chapadinha.
Há questões outras, mais relevantes, que merecem análises e considerações por parte de quem pretende ocupar o posto de mandatário de Chapadinha. O resto, infelizmente, é a prevalência da “santa” ignorância ou o predomínio do oportunismo, do imediato.


sábado, 15 de janeiro de 2011

A TRAGÉDIA QUE SE ABATE NA SERRA FLUMINENSE PARECE DISTANTE DE CHAPADINHA



A tragédia que se abate na serra fluminense parece cenário distante de Chapadinha. Na chapada das mulatas, a chuva é bem-vinda e ansiosamente esperada depois de longas e regulares estiagens. A água ressuscita o verde, lava a poeira e ameniza o calor. Sinais de alerta, porém, acendem-se aqui e ali. Ruas se alagam, muros e residências despencam na periferia, erosões ameaçam moradias e vidas.
Chapadinha tem 72 anos. Ao contrário das cidades quatrocentonas, que se desenvolveram na ignorância dos riscos do crescimento desordenado. A cidade cresce e avança em época de pleno conhecimento da ciência ambiental. Os prefeitos que se sucedem em Chapadinha não têm desculpas por se descuidarem da ocupação incorreta do solo. Fechar os olhos para o inchaço e a explosão demográfica é semear tragédias para o futuro. Chapadinha não precisa esperar completar l00 anos para se tornar palco de horrores como Petrópolis, São Paulo ou Nova Friburgo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

UFA! FÉRIAS VOLÁTIL, ANO NOVINHO.

Ufa! Acabou as férias e agora dou de cara com a dureza com o ano novinho, novinho. Novas ilusões revertem o tempo volátil, como as palavras revestem as coisas. São bem-vindas as novas vestes, benditas. Há em alguns corações uma vontade menos grave de consertar o mundo. Essa vontade já foi mais forte, por isso digo menos grave, embora de certo modo as vontades do coração sejam sempre graves. E há uma vontade exuberante de merecer a si mesmo.
Há caminhos a percorrer, como sempre os houve, mas há ventos nos caminhos redirecionando o mundo. Há caminhos deixados também. E nos pés, pulsa a cor dos caminhos percorridos. Mas ainda há tempo para os restos. Há alguns escrevendo com sobras. Com o que restou das palavras descartadas, depois de espezinhadas, pisadas, espremidas, achincalhadas. Restos de palavras nunca são só restos. São possibilidades, como todos os começos.
Palavras também se revestem de significações. Há ímpetos de mudança que se despejarão em inércia em poucos dias. Alguns atos resolver-se-ão em desconcertos. Mas há metamorfoses sendo geradas sem alarde. E que resultarão em grandes feitos, pois assim caminhamos, a humanidade e a humana idade.
Renova-se a duvidosa substância das paixões, renovam-se também propósitos e despropósitos. Renova-se (talvez) a dardejante palavra amor. Em algumas peles se festeja um gosto de contentamento guloso como um destino. No corpo vibra a sobrevivência. E que a luz perpétua nos ilumine.