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quarta-feira, 25 de junho de 2008

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A GUERRA DA BALAIADA




A guerra da balaiada que foi uma das maiores e mais significativas rebeliões populares já registradas no maranhão, com repercussão em todo país, completará 170 anos no dia 13 de dezembro de 2008.
De todas as revoltas que ocorreram no Brasil no período regencial, a Balaiada foi a que atraiu maior número de excluídos, principalmente negros e mulatos.
No Maranhão, no período da escravidão, também existiam grandes quilombolas como de Palmares. Os maiores foram os quilombos Lagoa Amarela, no município de Chapadinha, o quilombo de Limoeiro, no município de Turiaçú.
A guerra da balaiada se iniciou por questões políticas entre partidos, mas acabou sendo assumida por vaqueiros, escravos fugitivos, sertanejos sem posses, artesões, quilombolas, desertores das forças armadas que lutavam contra os desmandos de chefes políticos e contra o recrutamento forçado para as forças militares.
O conflito deu início no dia 13 de dezembro de 1838, ocasião em que chegou à Vila da Manga (hoje Nina Rodrigues) um grupo formado por 15 vaqueiros, liderados pelo ex-escravo mulato Raimundo Gomes Vieira, que se dirigiu à cadeia e retirou de lá seu irmão e outros homens que estavam aprisionados para prestar o serviço militar.
Manoel Francisco dos Anjos, o “Balaio” (era um modesto fabricante de cestos feitos da palha do babaçu ou buriti), movido por um desejo de vingança: a esposa e as duas filhas haviam sido violentadas por militares das tropas legalistas, se uniu ao grupo de Raimundo Gomes Vieira.
A adesão de Manoel Francisco, cujo apelido “Balaio” os batizaria a frente já com apoio da facção política “bem-te-vi”, invadiram cidades e feitorias dos dois lados do rio Parnaíba, apossaram da cidade de Caxias, a segunda maior cidade do maranhão, sendo expulsos pouco mais de um mês de ocupação.
Em outubro de 1839 conseguiram novamente retomar a cidade de Caxias. Dessa investida sofreram muitas baixas, a mais significativa foi Francisco dos Anjos, que morreu baleado.
Nomeado comandante das armas e presidente da província do Maranhão, Luis Alves de Lima e Silva, à frente de 8 mil homens, com muito material bélico, o futuro duque reconquistou Caxias promovendo execuções sumárias, degolando prisioneiros rendidos e pessoas supostamente suspeitas.
Em junho de 1840, os que sobreviveram à luta de Caxias juntaram-se ao grupo de escravos liderados por Cosme Bento das Chagas, o “Negro Cosme”, na região de Codó.
Negro Cosme teve seu último enfrentamento em fevereiro de 1841 na região do Mearim, onde foi ferido e preso, sendo condenado à morte, levado a forca em frente à cadeia pública de Itapecuru Mirim no dia 20 de setembro de 1842.

Herbert Lago Castelo Branco
Fonte de Pesquisa:
Coleção Negro Cosme
Jornal Pequeno
Cartilha Projeto Vida de Negro

quarta-feira, 18 de junho de 2008

segunda-feira, 16 de junho de 2008

AY QUE ENDURECER SIN PERDER LA TERNURA!



No dia 14 de junho aconteceu um ato internacional em homenagem ao comandante Ernesto Che Guevara, por ocasião de seu 80º aniversário natalício em Rosário, Argentina sua terra natal.
A comemoração foi auspiciada pela municipalidade de cultura da terceira maior cidade da Argentina. Estiveram presentes os quatro filhos do Che e de Aleida March de La Torre: Aleidita, Camilo, Celia e Ernesto, que lançaram o livro Evocação, mi vida al lado del Che, escrito por Aleida March e já publicado em Cuba, Sérvia, Espanha, Japão, Itália, Portugal e que será lançado em breve no Brasil.
Em Rosário, berço do guerrelheiro heróico, foi inaugurado o primeiro monumento dedicado a ele na Argentina, no Parque Hipólito Irigoyen, área que, a partir do dia 14 de junho passou a ser chamado Praça do Che, com uma estátua de bronze do escultor Andrés Zerneri.
Em Havana aconteceu uma cerimônia política e cultural para prestar homenagem ao comandante Ernesto Che Guevara.
Na cerimônia, que foi transmitida pela televisão nacional, estreou a obra sinfônica coral El cantar del caballero y su destino, do maestro José Maria Vitier. Mais de 4 mil havanenses participaram da homenagem.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

A ÁGUIA E O CHAPADINHENSE




Ao ler o livro “A ÁGUA E A GALINHA” de Leonardo Boff, pude perceber a lição de vida da águia e me pus a indagar: O Chapadinhense estaria pronto para se transformar em uma águia? A águia tem uma vida muito longa. Essa ave chega aos 70 anos. E para viver tanto, tem que tomar uma decisão difícil. Aos 40 anos, suas unhas compridas e flexíveis não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. Seu bico, alongado e pontiagudo, curva-se demais. Suas asas envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, apontam contra seu peito. Voar se torna cada vez mais difícil.
Então, a águia só tem dois caminhos: Morrer ou enfrentar um processo doloroso de renovação que vai durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto da montanha e recolher-se ao seu ninho. Ali, bate violentamente o bico contra uma pedra até arrancá-lo. Espera nascer o novo bico para então, com ele, arrancar suas próprias unhas. Quando as unhas voltam a crescer, elas tiram as penas envelhecidas e, só após 5 meses, a águia faz o seu famoso vôo de renovação e vive mais 30 anos.
O vôo da águia deixa uma grande lição. Muitas vezes temos que nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para os vôos de vitórias, devemos deixar para trás lembranças, costumes e outras tradições do passado. Somente livres desse peso vamos aproveitar o valioso resultado de uma grande renovação.
O Chapadinhense está preparado para renovar? Fica a indagação para reflexão.
*Herbert Lago Castelo Branco, poeta e escritor.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O QUE É POESIA MARGINAL



Você provavelmente já se acostumou a ouvir a palavra marginal usada para xingar "maconheiros" e "trombadinhas", ou então para designar algumas avenidas que contornam a cidade de São Paulo. Mas quando esse termo é aplicado a poetas e poesia, torna-se um rótulo confuso. É natural que desperte indagações do tipo: Como um poeta pode ser marginal? Existe uma poesia marginal? Marginal é o poeta ou a poesia? E por aí afora.
A palavra marginal, sozinha, não explica muito. Veio emprestada das ciências sociais, onde era apenas um termo técnico para especificar o indivíduo que vive entre duas culturas em conflito, ou que, tendo-se libertado de uma cultura , não se integrou de todo em outra, ficando à margem das duas. Cultura, no caso, não significa grau de conhecimento, e sim padrão de comportamento social. Foi esse sentido, de elemento não integarado, que passou da sociologia para o linguajar comum: um delinqüente, um indigente, e mesmo qualquer representante de uma minoria discriminada foram classificados de marginais. Tudo que não se enquadrasse num padrão estabelecido ficou sendo marginal: cabelo comprido, sexo livre, gibi, gíria, rock, droga e outras bandeiras recentes que tipificam um fenômeno de rebeldia das novas gerações ocidentais denominado justamente contracultura. Tratando-se de arte, toda obra e todo autor que não se enquadram nos padrões usuais de criação, apresentação ou veiculação seriam também marginais.
Na verdade, marginal é simplesmente o adjetivo mais usado e conhecido para qualificar o trabalho de determinados artistas, também chamados independentes ou alternativos (por comparação com a imprensa nanica, teoricamente autônoma em relação à grande imprensa e contestadora em relação ao sistema). Dizer que um poeta é marginal equivale a chamá-lo ainda de sórdido e maldito (por causa da noção de antissocial), mas esses adjetivos soam mais como elogio porque viraram sinônimos de alternativo e independente. Ou seja, o sentido deixa de ser pejorativo e se inverte a favor de quem recebe o rótulo, muito embora alguns dos assim chamados prefiram outros rótulos ou não aceitam nenhum.
À primeira vista, essa inversão de valores e outras formas de "não enquadramento" serviriam como ponto de partida para tentarmos entender o que pode ser chamado de poesia marginal, quem pode ser chamado de poeta marginal e por que nem todos estão de acordo com essa maneira de chamar.
Fiquemos com o rótulo mais colado, ainda que provisoriamente. E vamos, por parte, testar à margem de quê estão esses poetas e essa poesia, do ponto de vista da perspectiva histórica, da proposta artística, da conjuntura política, do contexto cultural e dos esquemas comerciais de consumo.
Antes de tudo, veremos que, se a palavra marginal explica pouco, a palavra poesia também não significa algo definido.
Texto publicado no Jornal A PROSA em maio de 1989.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

TORQUATO NETO: O Navilouca



Nascido em Teresina, no Piauí, filho de um promotor público e de uma professora primária, estudou em Salvador, no mesmo colégio de Gilberto Gil, de quem se aproximou aos 17 anos nas rodas artísticas de Salvador, onde conheceu também os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia. Mais tarde, em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fez alguns anos de faculdade de jornalismo, sem se formar. No entanto, exerceu a profissão de jornalista em diversos periódicos, como o Correio da Manhã (no suplemento Plug), O Sol (suplemento do Jornal dos Sports) e Última Hora, onde nos anos de 1971 e 72 escreveu sua badalada coluna Geléia Geral, em que defendia as manifestações artísticas de vanguarda na música, artes plásticas, cinema, poesia etc. Fundou também jornais alternativos, o Presença e o Navilouca, que só teve um número mas fez história. Em 1968, com o AI-5 e o exílio dos amigos e parceiros Gil e Caetano (além de outros emigrados), viajou pela Europa e Estados Unidos com a mulher Ana Maria, morando algum tempo em Londres. De volta ao Brasil, no início dos anos 70, ligou-se à poesia marginal e aos aos ícones do cinema marginal, Julio Bressane, Rogério Sganzerla e Ivan Cardoso. Também era amigo dos poetas concretistas, Décio Pignatari, os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, e do artista plástico Hélio Oiticica. É considerado um dos vértices do movimento tropicalista, ao lado de Gil, Caetano e Capinam. Entre suas parcerias mais famosas estão Louvação (com Gil), Pra Dizer Adeus e Lua Nova (com Edu Lobo), Let's Play That (com Jards Macalé), Geléia Geral (com Caetano), Mamãe Coragem, Marginália 2. Participou da famosa foto da capa do disco Tropicália ou Panis Et Circensis, em que estão incluídos suas músicas Mamãe Coragem e Geléia Geral. Seu suicídio, um dia depois de seu 28º aniversário, provocou espanto. Torquato voltou de uma festa com a mulher — que foi dormir —, trancou-se no banheiro e ligou o gás, sendo encontrado morto no dia seguinte pela empregada. Deixou um bilhete de despedida que dizia: "Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar". Thiago era o filho de três anos de idade. Artigos da coluna Geléia Geral e poesias inéditas foram reunidos no livro "Os Últimos Dias de Paupéria", organizado por Waly Salomão e a viúva Ana Maria em 1973. Além disso, o cineasta Ivan Cardoso produziu o documentário Torquato Neto, o Anjo Torto da Tropicália. Os Titãs musicaram seu poema Go Back, que deu nome ao disco da banda de 1988.