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segunda-feira, 15 de abril de 2013

SER OPOSIÇÃO POR SER OPOSIÇÃO E QUAL O PAPEL DAS NOVAS LIDERANÇAS?



O que se espera de quem não gosta do governo e o vê fazendo algo de que discorda?
Que se manifeste, que diga com clareza que é contra. Afinal, não é esse o papel da oposição?
Isso vale para a oposição partidária e para os veículos de comunicação que antipatizam com a administração de Belezinha. A existência de ambos é natural nas sociedades democráticas e não há nada de errado em que tenham opiniões e as externem.
Mas é possível que as oposições concordem, circunstancialmente, com uma ação do governo. Que estejam, naquela oportunidade, de acordo com ele. Que entendam que, por pior que seja, esteja fazendo, a seus olhos, a coisa certa.
Nesses casos, o mais comum é que não digam nada. Tudo normal, pois lhes seria estranho aplaudi-lo, mesmo quando o que faz é algo que, provavelmente, fariam se estivessem no poder.
Existem, no entanto, situações mais complexas no plano da ética política. Pode acontecer de o governo tentar fazer a coisa certa, a oposição – ou parte dela – estar de acordo com a iniciativa, mas ser difícil viabilizá-la. A concretização das boas intenções de um, admitidas pelo outro, pode ser complicada.
Dizem por exemplo que na administração de Belezinha existe um racha, uma “crise política”, em grande medida causada pela disputa de poder e pela indisposição de aceitar as pressões dos grupos que formam a base do governo – em particular do ex-prefeito e líder político Isaias Fortes por mais espaço na administração.
Até as pedras da rua sabem o que isso significa. Que esses partidos ou grupos querem aumentar a influência sobre o destino do município indicando os titulares de órgãos ou secretárias, para que sejam geridos de forma política.
Se isso for verdade, a crise decorre de Belezinha estar fazendo a coisa certa, recusando-se a concedê-los. Todos, inclusive as oposições, sabem que é um jogo danoso e que seria pior para Chapadinha se essas pressões tivessem êxito.
E qual o papel das novas lideranças, que nem razões têm para manter velhas rixas? Não seria hora de sinalizar que é possível uma nova oposição, genuinamente preocupada com o interesse público e desejada pela maioria dos Chapadinhenses?
E qual o papel da imprensa oposicionista? Fingir que não conhece o jogo que está sendo jogado? Ou deveria ser capaz de denunciar o que precisa ser denunciado e reconhecer ou elogiar o que está sendo feito ou apoiar quem faz a coisa certa?

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

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