Uma pequena cidade, ">Uma pequena cidade, , muita poeira, poucos automóveis circulando, queimando gazolina pura de marca Texaco. As lojas do Trapiá, do meu pai Benú, o Armazém Bandeirantes, a loja de peças do Senhor Amilagrense, o velho mercado de carnes, as mesmas dependuradas em galho de piquizeiros.
A molecada era dona da cidade, os grupos tomavam as ruas para os folguedos, dois tijolos de um lado e dois do outro. Estava preparado o campo de futebol, com bolas de meias ou de plástico. Ficavamos chateados quando tínhamos de parar para dar passagem a um automóvel ou carroça.
Nas portas das casas de comércio, os cavalos amarrados em argolas presas nas calçadas, a cidade financeiramente gravita-se nas vontades dos comerciantes, fazendeiros, criando vacas e plantando arroz nas roças de tôcos. A igreja Nossa Senhora das Dores era o centro religioso, as festas de setembro da padroeira agitava a comunidade católica ou não.
As noitadas ficavam por conta das praças e dos bares. O cinama do sargento Pedro no velho centro operário, trazendo filmes do Rodolfo Valentino, Greta Garbo e da Jean Harlow. Na parte baixa da cidade, no fim da rua da fumaça funcionavam "os ambientes". Nas horas mortas da noite com frequência, muitos tiros e pancadarias. No outro dia, alguém aparecia "comendo formigas". As jardineiras chegando de Parnaíba, sempre dirigidas pelo Pote e Antero, até a capital Maranhense.
A Companhia de Força e Luz Chapadinhense, com sua usina instalada na rua Ananias Alburquerque distribuia energia e luz, nos postes de aroeira sempre cheirando a piche. O meu tio Batista era que cuidava da parte elétrica, cuidando sempre dos fusíveis, queimando sempre.
As serestas das noites de luar, Raimundo Martins ao violão, o violino do Coelho e a voz romantica de Lourival Passos, trazendo saudades, despertando paixões, unindo amigos.
ÉRAMOS FELIZES, ÉRAMOS CHAPADINHENSES...
Herbert Lago Castelo Branco
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