José Mata de Oliveira Roma, um dos mais ilustre filho de Chapadinha nasceu em 23 de janeiro de 1896. Conhecido como Professor Mata Roma, bacharel em Direito pela faculdade de Direito do Maranhão, da qual mais tarde, foi professor de Direito Civil.
Nesse ano predominava o Simbolismo, uma escola literária de poetas. Vários de seus integrantes morreram pobres, não tiveram obras publicadas e permaneceram ou permanecem esquecidos até hoje.
Mata Roma começou seus estudos em Chapadinha. Em seguida, mudou-se para o município de Brejo, onde terminou o curso primário. Foi para Teresina-PI, onde concluiu o ginásio e o cientifico. Após superar diversas dificuldades em sua vida, e trabalhar como vaqueiro em sua terra natal e, mais tarde, comerciante, foi para São Luis, onde prestou vestibular, ingressando na Faculdade de Direito, na rua do Sol, formando-se em dezembro de 1925, em Bacharel em Direito.
Os dois irmãos se notabilizaram como exímios oradores. Mata Roma, porém, mostrou cedo sua veia literária. Era poeta, jornalista, político e catedrático de Português no Liceu de São Luis, que dirigiu por vários anos, e onde ingressou por concurso, com a tese A Questão do Quê. Lecionou Literatura em diversos estabelecimentos de ensino na capital do maranhão. Ex-diretor do Colégio Estadual e do Colégio "Cisne Branco", do qual foi proprietário. Mata Roma também colaborou em diversos jornais de São Luís. Lecionava gratuítamente nos colégios "Centro Caixeral", "São Luís" e "Santa Tereza". E era amado pelos estudantes.
Entre os trabalhos literários, escreveu: Cartas Chilenas, Visão Crítica, Brasil, Poemas, Histórias Compiladas, Velhos Rítmos, dezenas de artigos e produções em prosa e versos publicados nos jornais da época, mostrando sua grandeza, versatilidade e genialidade.
Mata Roma foi eleito vereador, sendo escolhido por seus pares para presidência da Câmara Municipal de São Luis. Foi um dos fundadores e professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Luís, lecionando nessa instituição Literatura Portuguesa. Chefiou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC, Serviço de Aprendizagem Comercial e o Serviço Social do Comércio do Maranhão. Pertenceu à Diretoria do Departamento de Literatura da Sociedade de Cultura Artística; titular da Cadeira 17 da Academia Maranhense de Letras, cujo patrono foi Sotero dos Reis.
Vitima de câncer nos pulmões, provavelmente provocado pelo consumo de cigarros, Mata Roma faleceu no dia 20 de setembro de 1959 em São Luís, onde passou a moior parte de sua vida.
Mata Roma chamava seus amigos queridos de "Meu Besta", era um tratamento especial. Assim o fez quando José de Ribamar Araújo Costa (Zé Sarney) entrou para a Academia Maranhense de Letras. Saudando com a seguinte frese: "Entre, meu besta, a casa é sua".
O ano de 1945 foi um ano de profundas transformações - a segunda guerra mundial havia terminado, o interventor Paulo Ramos foi substituído pelo Dr. Clodomir Cardoso. A mudança atingiu o Liceu Maranhense. O professor Mata Roma foi nomeado Diretor do Educandário e mantido mais adiante, pelos interventores Elezar Campos e Saturnino Belo. O corpo docente do Liceu rejubilou-se com a designação do mestre para dirigir o Liceu. Mas essa fase foi abalada em 1947 por uma violenta crise interna, motivada pela inesperada nomeação do professor Araújo para Diretor do Liceu Maranhense. Nenhum aluno estava indo às aulas e todos exigiam a volta do professor Mata Roma. O prefeito de São Luís Costa Rodrigues mandou o secretário Merval convocar a Congregação, a fim de que esta indicasse uma listra tríplice.
A Congregação decidiu a critério do governador a escolha do diretor. Para alegria dos professores e alunos, o mestre e poeta Mata Roma foi reconduzido à direção do Liceu.
Em 1946, Mata Roma vivia uma grande paixão. Apaixonou-se por uma aluna que lhe inspirava antológicos sonetos. Mata Roma amava com a mesma intensidade sua esposa Elza a quem era fiel e essa jovem, sua aluna. Todas as vezes que se aproximava dela, lembrava que era casado, muito bem casado e respeitava sua mulher. E assim nada houve entre ele e sua aluna. Pois em 1946 essa paixão era considerada escandalosa pela sociedade. Os costumes da época não permitiam, jamais, que esse duplo sentimento aflorasse e viesse à tona. E mesmo que aflorasse e viesse à tona seria sufocado, em nome da moral e da decência.
Em nome desse amor impossível, dessa paixão arrebatadora e avassaladora, inebriado e sofrendo com a ironia do destino, Mata Roma foi buscar na mitologia greco-romana refúgio para as dores do seu coração. E compôs Tântalo, um dos mais belos sonetos de sua autoria.
Tântalo
Conta uma lenda antiga, cuja fama
pelos tempos modernos inda voa,
que lá no inferno, condenado à toa,
de fome e sede Tântalo rebrama.
Junto, corre uma fonte clara e boa.
Perto, um galho de frutas se recama.
Mas, se ele quer comer, se afasta a rama,
e, se tenta beber, a água se escoa.
Tem minha vida e a lenda o mesmo traço,
flagela-me também um vão desejo,
fome e sede incontidas também passo.
Punido como Tântalo me vejo:
Tão perto desse corpo, e não te abraço!
Tão junto dessa boca, e não te beijo!
Texto: Herbert Lago Castelo Branco
Nesse ano predominava o Simbolismo, uma escola literária de poetas. Vários de seus integrantes morreram pobres, não tiveram obras publicadas e permaneceram ou permanecem esquecidos até hoje.
Mata Roma começou seus estudos em Chapadinha. Em seguida, mudou-se para o município de Brejo, onde terminou o curso primário. Foi para Teresina-PI, onde concluiu o ginásio e o cientifico. Após superar diversas dificuldades em sua vida, e trabalhar como vaqueiro em sua terra natal e, mais tarde, comerciante, foi para São Luis, onde prestou vestibular, ingressando na Faculdade de Direito, na rua do Sol, formando-se em dezembro de 1925, em Bacharel em Direito.
Os dois irmãos se notabilizaram como exímios oradores. Mata Roma, porém, mostrou cedo sua veia literária. Era poeta, jornalista, político e catedrático de Português no Liceu de São Luis, que dirigiu por vários anos, e onde ingressou por concurso, com a tese A Questão do Quê. Lecionou Literatura em diversos estabelecimentos de ensino na capital do maranhão. Ex-diretor do Colégio Estadual e do Colégio "Cisne Branco", do qual foi proprietário. Mata Roma também colaborou em diversos jornais de São Luís. Lecionava gratuítamente nos colégios "Centro Caixeral", "São Luís" e "Santa Tereza". E era amado pelos estudantes.
Entre os trabalhos literários, escreveu: Cartas Chilenas, Visão Crítica, Brasil, Poemas, Histórias Compiladas, Velhos Rítmos, dezenas de artigos e produções em prosa e versos publicados nos jornais da época, mostrando sua grandeza, versatilidade e genialidade.
Mata Roma foi eleito vereador, sendo escolhido por seus pares para presidência da Câmara Municipal de São Luis. Foi um dos fundadores e professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Luís, lecionando nessa instituição Literatura Portuguesa. Chefiou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários - IAPC, Serviço de Aprendizagem Comercial e o Serviço Social do Comércio do Maranhão. Pertenceu à Diretoria do Departamento de Literatura da Sociedade de Cultura Artística; titular da Cadeira 17 da Academia Maranhense de Letras, cujo patrono foi Sotero dos Reis.
Vitima de câncer nos pulmões, provavelmente provocado pelo consumo de cigarros, Mata Roma faleceu no dia 20 de setembro de 1959 em São Luís, onde passou a moior parte de sua vida.
Mata Roma chamava seus amigos queridos de "Meu Besta", era um tratamento especial. Assim o fez quando José de Ribamar Araújo Costa (Zé Sarney) entrou para a Academia Maranhense de Letras. Saudando com a seguinte frese: "Entre, meu besta, a casa é sua".
O ano de 1945 foi um ano de profundas transformações - a segunda guerra mundial havia terminado, o interventor Paulo Ramos foi substituído pelo Dr. Clodomir Cardoso. A mudança atingiu o Liceu Maranhense. O professor Mata Roma foi nomeado Diretor do Educandário e mantido mais adiante, pelos interventores Elezar Campos e Saturnino Belo. O corpo docente do Liceu rejubilou-se com a designação do mestre para dirigir o Liceu. Mas essa fase foi abalada em 1947 por uma violenta crise interna, motivada pela inesperada nomeação do professor Araújo para Diretor do Liceu Maranhense. Nenhum aluno estava indo às aulas e todos exigiam a volta do professor Mata Roma. O prefeito de São Luís Costa Rodrigues mandou o secretário Merval convocar a Congregação, a fim de que esta indicasse uma listra tríplice.
A Congregação decidiu a critério do governador a escolha do diretor. Para alegria dos professores e alunos, o mestre e poeta Mata Roma foi reconduzido à direção do Liceu.
Em 1946, Mata Roma vivia uma grande paixão. Apaixonou-se por uma aluna que lhe inspirava antológicos sonetos. Mata Roma amava com a mesma intensidade sua esposa Elza a quem era fiel e essa jovem, sua aluna. Todas as vezes que se aproximava dela, lembrava que era casado, muito bem casado e respeitava sua mulher. E assim nada houve entre ele e sua aluna. Pois em 1946 essa paixão era considerada escandalosa pela sociedade. Os costumes da época não permitiam, jamais, que esse duplo sentimento aflorasse e viesse à tona. E mesmo que aflorasse e viesse à tona seria sufocado, em nome da moral e da decência.
Em nome desse amor impossível, dessa paixão arrebatadora e avassaladora, inebriado e sofrendo com a ironia do destino, Mata Roma foi buscar na mitologia greco-romana refúgio para as dores do seu coração. E compôs Tântalo, um dos mais belos sonetos de sua autoria.
Tântalo
Conta uma lenda antiga, cuja fama
pelos tempos modernos inda voa,
que lá no inferno, condenado à toa,
de fome e sede Tântalo rebrama.
Junto, corre uma fonte clara e boa.
Perto, um galho de frutas se recama.
Mas, se ele quer comer, se afasta a rama,
e, se tenta beber, a água se escoa.
Tem minha vida e a lenda o mesmo traço,
flagela-me também um vão desejo,
fome e sede incontidas também passo.
Punido como Tântalo me vejo:
Tão perto desse corpo, e não te abraço!
Tão junto dessa boca, e não te beijo!
Texto: Herbert Lago Castelo Branco
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5 comentários:
Parabéns pelo site... Chapadinha precisa de mais cultura. É muito interessante saber da história de pessoas que foram grandes marcos em nossa cidade. Continue fazendo isso com os demais ilustres.
Uma sugestão: deveriamos despertar nos professores da lingua portuguesa que utilizassem de poesias de chapadinhenses em suas provas pra que essa cultura levo ao conhecimento de um número de pessoas desconhecidas, assim como eu...Pq usar Drumond, Assis?
Um abraço
Weslley,
obrigado pelo seu comentário.
O seu discernimento foi perfeito!
A gora fica a sugestão para o secretário(a) de educação e para os professores. Concordo plenametne com você. Em algumas cidades do Brasil já adota isso.
Herbert Lago
Estava pesquisando sobre Professor Mata Roma em busca de 'O tântalo"
e, quando me deparei, estava neste site.
Muito bom... Contamina-nos os ares poéticos da Chapada das Mulatas. Parabéns.
Francisco Borges Costa - Médico Veterinário.
Mata Roma escreveu Cartas Chilenas???
Muito Bom, pena que faltem mais divulgações deste tipo dentre os escritores brasileiros que nunca aparecem na literatura, aonde inves de sinonimos percebemos antonimos, numa linguagem mais nova e mais pobre dos acronimos das marcas e siglas que panotizam principalmente os nossos corações reais, afim de levar todos nossos recursos, como o faziam na época das indias por holandeses e portugueses...
Att.,
AGFS
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