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sexta-feira, 20 de junho de 2008

A GUERRA DA BALAIADA




A guerra da balaiada que foi uma das maiores e mais significativas rebeliões populares já registradas no maranhão, com repercussão em todo país, completará 170 anos no dia 13 de dezembro de 2008.
De todas as revoltas que ocorreram no Brasil no período regencial, a Balaiada foi a que atraiu maior número de excluídos, principalmente negros e mulatos.
No Maranhão, no período da escravidão, também existiam grandes quilombolas como de Palmares. Os maiores foram os quilombos Lagoa Amarela, no município de Chapadinha, o quilombo de Limoeiro, no município de Turiaçú.
A guerra da balaiada se iniciou por questões políticas entre partidos, mas acabou sendo assumida por vaqueiros, escravos fugitivos, sertanejos sem posses, artesões, quilombolas, desertores das forças armadas que lutavam contra os desmandos de chefes políticos e contra o recrutamento forçado para as forças militares.
O conflito deu início no dia 13 de dezembro de 1838, ocasião em que chegou à Vila da Manga (hoje Nina Rodrigues) um grupo formado por 15 vaqueiros, liderados pelo ex-escravo mulato Raimundo Gomes Vieira, que se dirigiu à cadeia e retirou de lá seu irmão e outros homens que estavam aprisionados para prestar o serviço militar.
Manoel Francisco dos Anjos, o “Balaio” (era um modesto fabricante de cestos feitos da palha do babaçu ou buriti), movido por um desejo de vingança: a esposa e as duas filhas haviam sido violentadas por militares das tropas legalistas, se uniu ao grupo de Raimundo Gomes Vieira.
A adesão de Manoel Francisco, cujo apelido “Balaio” os batizaria a frente já com apoio da facção política “bem-te-vi”, invadiram cidades e feitorias dos dois lados do rio Parnaíba, apossaram da cidade de Caxias, a segunda maior cidade do maranhão, sendo expulsos pouco mais de um mês de ocupação.
Em outubro de 1839 conseguiram novamente retomar a cidade de Caxias. Dessa investida sofreram muitas baixas, a mais significativa foi Francisco dos Anjos, que morreu baleado.
Nomeado comandante das armas e presidente da província do Maranhão, Luis Alves de Lima e Silva, à frente de 8 mil homens, com muito material bélico, o futuro duque reconquistou Caxias promovendo execuções sumárias, degolando prisioneiros rendidos e pessoas supostamente suspeitas.
Em junho de 1840, os que sobreviveram à luta de Caxias juntaram-se ao grupo de escravos liderados por Cosme Bento das Chagas, o “Negro Cosme”, na região de Codó.
Negro Cosme teve seu último enfrentamento em fevereiro de 1841 na região do Mearim, onde foi ferido e preso, sendo condenado à morte, levado a forca em frente à cadeia pública de Itapecuru Mirim no dia 20 de setembro de 1842.

Herbert Lago Castelo Branco
Fonte de Pesquisa:
Coleção Negro Cosme
Jornal Pequeno
Cartilha Projeto Vida de Negro

Um comentário:

faustobarros disse...

caro Herbert Castelo Branco, belissima sua postagem sobre a Balaiada porem deixou de mencionar o Estado do Piaui na participação ativa desse movimento, algo que a historiografia tem negado por preconceito com o Piaui, ou por poucas pesquisas da maioria dos historiadores. Ver "Balaios e Bem-te-vis A Guerrilha Sertaneja" de Claudete Maria Miranda Dias.