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quarta-feira, 10 de março de 2010

CLASSE MÉDIA NUM PAÍS INJUSTO


A população brasileira é, hoje, de 190 milhões de pessoas, divididas em classes segundo o poder aquisitivo. Pertencem às classes A e B as de renda mensal superior a R$ 4.807 — os ricos do Brasil. R$ 4.807 não é salário de dar tranquilidade financeira a ninguém. O aluguel de um apartamento de dois quartos na capital paulista consome metade desse valor. Mas, dentre os ricos, muitos recebem remunerações astronômicas, além de possuírem patrimônio invejável. Nas grandes empresas de São Paulo, o salário mensal de um diretor varia de R$ 40 mil a R$ 60 mil. Análise recente da Fundação Getúlio Vargas, divulgada em fevereiro último, revela que integram esse segmento privilegiado apenas 10,42% da população, ou seja, 19,4 milhões de pessoas. Elas concentram em mãos 44% da renda nacional. Muita riqueza para pouca gente. A classe C, conhecida como média, possui renda mensal de R$ 1.115 a R$ 4.807. Tem crescido nos últimos anos, graças à política econômica do governo Lula. Em 2003 abrangia 37,56% da população, num total de 64,1 milhões de brasileiros. Hoje, inclui 91 milhões — quase metade da população do país (49,22%) —, que detêm 46% da renda nacional. Na classe D — os pobres — estão 43 milhões de pessoas, com renda mensal de R$ 768 a R$ 1.115, obrigadas a dividir apenas 8% da riqueza nacional. E na classe E — os miseráveis, com renda até R$ 768/mês — se encontram 29,9 milhões de brasileiros (16,02% da população), condenados a repartir entre si apenas 2% da renda nacional. Embora a distribuição de renda no Brasil continue escandalosamente desigual, constata-se que o brasileiro, como diria La Fontaine, começa a ser mais formiga que cigarra. Graças às políticas sociais do governo, como Bolsa Família, aposentadorias e crédito consignado, há um nítido aumento de consumo. Porém, falta ao Bolsa Família encontrar, como frisa o economista Marcelo Néri, a porta de entrada no mercado formal de trabalho. Dos 91 milhões de brasileiros de classe média, 58,87% têm computador em casa; 57,04% frequentam escolas particulares; 46,25% fazem curso superior; 58,47% habitam casa própria. E um dado interessante: o aumento da renda familiar se deve ao ingresso de maior número de mulheres no mercado de trabalho. Já foi o tempo em que o homem trabalhava (patrimônio) e a mulher cuidava da casa (matrimônio). De 2003 a 2008, os salários das mulheres cresceram 37%. O dos homens, 24,6%, embora eles continuem a ser melhor remunerados do que elas. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o governo Lula tirou da pobreza 19,3 milhões de brasileiros e alavancou outros 32 milhões para degraus superiores da escala social, inserindo-as nas classes A, B e C. Desde 2003, foram criados 8,5 milhões de empregos formais. É verdade que, a maioria, de baixa remuneração. No início dos anos 90, de nossas crianças de 7 a 14 anos, 15% estavam fora da escola. Hoje, são menos de 2,5%. O aumento da escolaridade facilita a inserção no mercado de trabalho, apesar de o Brasil padecer de ensino público de má qualidade e particular de alto custo. Quanto à educação, estão insatisfeitas com a sua qualidade 40% das pessoas com curso superior; 59% daquelas com ensino médio; 63% das com ensino fundamental; e 69% dos semi escolarizados (cf. “A classe média brasileira”, Amaury de Souza e Bolívar Lamounier, SP, Campus, 2010). A escola faz de conta que ensina, o aluno finge que aprende, os níveis de capacitação profissional e cultural são vergonhosos comparados aos de outros países emergentes. Quem dera que, no Brasil, houvesse tantas livrarias quanto farmácias! Hoje há mais consumo no país, o que os economistas chamam de forte demanda por bens e serviços. Processo, contudo, ameaçado pela instabilidade no emprego e o crescimento da inadimplência — a classe média tende a gastar mais do que ganha, atraída fortemente pela aquisição de produtos supérfluos que simbolizam ascensão social. A classe média ascendente aspira a ter seu próprio negócio. Porém, o empreendedorismo no Brasil é travado pela falta de crédito, conhecimento técnico e capacidade de gestão. E demasiadas exigências legais e trabalhistas, somadas à pesada carga tributária, multiplicam as falências de pequenas e médias empresas e dilatam o mercado informal de trabalho. Embora a classe média detenha em mãos poderoso capital político, ela tem dificuldade de se organizar, de criar redes sociais, estabelecer vínculos de solidariedade. Praticamente só se associa quando se trata de religião. E revela aversão à política, sobretudo devido à corrupção. Descrente na capacidade de o governo e o Judiciário combaterem a criminalidade e a corrupção, a classe média torna-se vulnerável aos “salvadores da pátria” — figuras caudilhescas que lhe prometam ação enérgica e punições impiedosas. Foi esse o caldo de cultura capaz de fomentar a ascensão de Hitler e Mussolini. Reduzir a desigualdade social, assegurar educação de qualidade a todos e aumentar o poder de organização e mobilização da sociedade civil, eis os maiores desafios do Brasil atual.

Frei Beto
Teólogo e Escritor

Um comentário:

marcos leite disse...

JOÃO COSTA, PRES. DA UMES DE GOV. NUNES FREIRE É ACUSADO DE USAR A ENTIDADE POLITICAMENTE E DECLARA SE AFASTAR DO PSB

João Costa Nunes Filho, mais conhecido como “Joãozinho da UMES”,presidente a UMES de Governador Nunes Freire declarou num comentário que irá se afastar do PSB (Partido Socialista Brasileiro) e se desfilar do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

1-É ACUSADO DE USAR A UMES POLITICAMENTE
Um jovem estudante do IFMA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão), morador de Gov. Nunes Freire, acusou o Presidente da Entidade (João Costa) de usar a UMES politicamente, defendendo assim interesses de um partido e não da Entidade estudantil.
Ele disse: “... Pelo o que diz o estatuto da UMES seria dever defender interesses dos estudantes e não de partidos(PSB)...”. (Veja a imagem)

2-JOÃO DECLARA
Dia 18 de Fevereiro, quinta-feira, ”Joãozinho” faz um comentário no Blog da UMES (http://umesgnf.blogspot.com), um portal segundo o mesmo democrático.
No comentário dizia: “... A umes não trabalha para o psb. eu o presidente sou sim filiado ao psdb. mais em momento nenhum emvolvi a umes em politica. e e por esse motivo que vou mim deslik do 40. para acaba com esse emvolvimento umes psb...”. (Veja a imagem)

3-A CONFUSÃO
Atualmente a entidade UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas) de Gov. Nunes Freire,é assunto para variados debates entre a juventude e comunidade do município,principalmente entre a Diretoria da entidade,assim gerando uma enorme confusão.
Hoje o Presidente da entidade é acusado de usar a entidade como brinquedo político, porém, João Costa sempre responde as acusações, dizendo que a entidade nunca se envolveu com a política partidária, e sim que ele era filiado e sempre declara que ele não é o dono,apenas presidente da entidade.

Autor: Marcos Leite

marcosfariasleite@hotmail.com

http://marcosleitte.blogspot.com