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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

VISÃO HISTÓRICA DA LITERATURA CHAPADINHENSE E SEUS ESCRITORES.

A cultura das diferentes populações se expressa através de diferentes formas, uma delas é a literatura. Essa que por sua vez tem suas ramificações, entre elas está a poesia. A forma mais antiga de poesia é a oral que é passada de geração em geração, muitas vezes em forma de música. A poesia inclusive é mais antiga que a própria criação do alfabeto, e a partir dessa puderam ser registradas as criações para a prosperidade, pois o homem sempre teve necessidade de se comunicar e expressar seu eu, no pensamento dos germânicos a poesia está presente em todas as formas de expressão artística: música, pintura, escultura etc., tornando-se o núcleo residual de todas as artes.
Nascendo com a poesia, a Literatura Chapadinhense continua sob constante crescimento. A partir das publicações de Oliveira Roma e Mata Roma (1896-1959), dá-se o início da primeira fase da primeira geração de escritores Chapadinhenses. A primeira fase da Literatura Chapadinhense.
Entendo por Literatura Chapadinhense o conjunto de obras de escritores que nasceram em Chapadinha, como também, aqueles que se fixaram e escolheram Chapadinha para morar. E posso afirmar com segurança que a história dará certamente, a Mata Roma o título de primeiro poeta Chapadinhense tal a força lírica de seus versos. Um dos maiores Poeta da literatura Chapadinhense, é comparado ao também maranhense Humberto de Campos, grande expoente do parnasianismo e simbolismo. Sua obra deixa mostrar as marcas de um talento uniforme.

Classificar os Escritores e a História da Literatura Chapadinhense dentro de períodos é muito difícil, por isso achei conveniente classificar por gerações, começando com Oliveira Roma e Mata Roma.
 A primeira geração de intelectuais Chapadinhenses deixou influenciar-se pelos acontecimentos políticos da época ou pelo fascínio das fases que se desenvolviam para fixar conceitos e opiniões sobre aspectos jurídicos, como é o caso de Oliveira Roma, pelos filosóficos e sociais como Mata Roma (1896– 1959). Admiram e acompanham os que dinamizaram o regionalismo o socialismo, a esperança e a fé como: Zizete Cunha Ferreira, Clara Martins (1922-2013), Nonato Vale (1924-1992), Ana Rodrigues (Nazinha), Ataliba Vieira (1911–1997), Helvécio Vieira Passos (1918-1992), Eduardo Luís da Silva (1935-2015)), Benigna Araújo,  Maria Camélia Pimentel (1916-2013), Zizete Viana Araújo, Lourival Passos (1925–1995), Eliza Carneiro Duarte, Maria do Socorro Martins Santos, Maria José Trapiá, Totonha Teixeira, Gilda Oliveira Elias, João Batista dos Santos, Totonha Galvão, Aderson Lago, Raimundo Marques, Auridéa Passos, Carlos Borromeu, Delmar Carneiro, Adalto Batista Santos, repercutindo também na poesia de cordel, iniciada e representada pelo poeta repentista Chico Bolota (Estrelinha do Norte), e tantos outros, da primeira fase da primeira geração de poetas e escritores Chapadinhenses.
Chapadinha tem um legado poético para a história. E na atualidade observa-se o alvorecer de uma poesia nova que mostra de forma clara que o poeta Chapadinhense continua muito vivo e fluente em suas inspirações, representada por Herbert Lago Castelo Branco, Maria Coelho, Zé de Riba, Abnadabe Monteles, Casagrande, Antônio José (AJ), Alexandre Pinheiro, Rosanea Passos, Anaxmano, Sousa Neto, José Aldo e Diogo Rodrigues.
A poesia não expirou. Mesmo sendo esquecida e pouco falada, uma nova mentalidade literária está tomando conta de Chapadinha hoje. Talvez pela presença da universidade, pelas facilidades dos meios de comunicação humana, pela consciência da necessidade de criação do novo, há nomes emergentes, em constante ebulição, para quem sabe um dia surgir um grande poeta desses versos singelos e adolescentes como desta nova safra (geração) de escritores e poetas encabeçada por Lucele Berce, Fernando Nunes, Edlaine Bezerra e todos que participaram da antologia organizada pela escola Unidade Integrada Prof. Oliveira Roma, em que destacaram-se alguns jovens poetas dentre eles: Anderson Martins, Lucas Aragão, Saulo Gomes, Natalia Meireles, Laysla Thayara Barbosa, Sâmya Barros, Jhorlano Cardoso. Lucas Cunha, Estela Silva, Layla Grazielle dos Santos, Samaele Cardoso Seiva, Samily Virginia Almeida, Antônia Ingide, Rogério da Silva, Rafael dos Santos, Tallenny Gomes dos Reis, Andreza Maciel, Victoria Silva, Cristyanne Pereira, Lucas Tharlisson Sousa, Gabriel Mussuri Santos, Maria Fernanda, Marcelo Araújo do Carmo, Hêmille Thayres, Robert Samarony Natasha S. Silva, Antônio Lucas, Karollyne Melo Costa, Francinaira da Costa, Victor Gabriel, Vinícius Carvalho, Jaqueline Oliveira, Gildevânia Lima, Francielly Mendes da Costa, Victor Oliveira. Não esquecendo que dentre as poesias selecionadas encontra-se o texto da aluna do 8º ano Ellen Maysa Martins da Silva, que venceu o concurso estadual de Olimpíadas de Língua Portuguesa (OMLP), com a produção de uma memória literária intitulada “Maranhão, Minha Terra e Minha Gente”. Tudo entretanto, como já foi dito está em floração. Estou certo de que está publicação com a “VISÃO HISTÓRICA DA LITERATURA CHAPADINHENSE” suscitará num futuro próximo, um debate aprofundado.
Estou convencido também, que as obras publicadas como: “VELHOS RITIMOS” de Mata Roma; “TEMAS E ESBOÇOS” de Nonato Vale; “DO GIBÃO AO FARDÃO” de Raimundo Marques; “VERSOS AVOANTES”, SUJEITO INACABADO” e PRISTOLINO O MENINO QUE COMIA TERRA”, “ MATA ROMA: O Tântalo de Chapadinha” de Herbert Lago Castelo Branco; “UM RIO QUE PASSOU EM MINHA VIDA... POR TODOS OS RODEIOS” de Carlos Borromeu; “50 NOS EM CHAPADINHA e “O HOMEM E A MAÇONARIA” de Delmar Carneiro; “HISTÓRINHAS DA LU” de Lucele Berce; “CHAPADINHA – Historiografia e Núcleos Familiares” de Ataliba Vieira de Almeida, “POEMAS ESCOLHIDAS” de Helvécio Vieira Passos; “CHAPADINHA 62 ANOS DE VIDA E PROGRESSO” de Antônio José (AJ); “SONHOS E LEMBRANÇAS DE CHAPADINHA”, “PALAVRA DE FOGO” de João Batista dos Santos, “BREJO, ALDEIA DOS ANAPURUS” de Aderson de Carvalho Lago, “ “INCLUSÃO ESCOLAR: REALIDADE E POSSIBILIDADE EM CHAPADINHA”,  “UM POUCO DE MIM QUE MORA NUM JARDIM” de Teresinha Ramalho Murta, “CARTA A ELIM: ENTRE O AMOR E A SAUDADE”  de Maria Ninda Celeste do Vale, “TRAJETÓRIA DE UM CASAL” de Eduardo Luis da Silva, “COLETÂNEA POÉTCA I e II” U.I. PROF. Oliveira Roma e etc. é o acervo mais rico e mais importante da nossa literatura.
As manifestações poéticas dos autores Chapadinhenses são em sua maioria manifestações da vida, relatos da realidade, muitas vezes sob uma perspectiva romântica, desbravadora, inquietante e altruísta. A poesia Chapadinhense retrata não só o romantismo habitual dos poetas, mas retrata a vida de um povo lutador, sofrido porém feliz.
Em “EXTRATO E FRAGMENTOS POÉTICOS DOS ACADÊMICOS DE CHAPADINHA-MA, o escritor Chapadinhense João Batista dos Santos, também manifesta expressamente a sua visão crítica que incorporo neste meu ensaio literário porque vale a pena conhecer.

 “As criações poéticas dos acadêmicos Chapadinhenses são manifestações de vida, retratos da realidade vivenciadas e refletidas em todos os poemas.
Engloba em sua visão literária toda a musicalidade, transcendendo as limitações geográficas da URBE, para alcançar os patamares da história, da antropologia, da filosofia e da educação.
O presente opúsculo reeditado traz a lume o substrato social, refletindo o meio ambiente e os condicionamentos socioculturais em que convivem os autores.
Memorial eterno de coisas e pessoas, registra como num passe fotográfico, fatos e atos ocorridos na história de Chapadinha que permanecem no subconsciente e inconsciente de todos os habitantes.
Estruge nas estrofes, as injustiças e desigualdade sociais, daí a perspectiva da realização das potencialidades e faculdade do homem enquanto ser criado à imagem de Deus.
Expressam a vida na relação dinâmica do tempo e refletem o hoje e o amanhã que serão futuro e a esperança, iguais em essência, mas diferente do acontecer relativizado de cada homem e mulher.
O homem vive entre as circunstâncias e condicionantes da natureza e da sociedade, aberto as possibilidades de livre-arbítrio e do vir a ser universal de todas a coisas...
A esperança diluída na fé, acredita na felicidade humana, apesar de tantas desgraças e dos maus governos.
Os poemas, idealmente e na simplicidade dos anunciados gritam para o mundo as injustiças perpetradas contra os oprimidos, ao reconhecerem o fracasso do sistema social e político vigente, não obstante o sonho e a ideologia de todos os povos.
Os acadêmicos em sua visão social, dinamizam o regionalismo impregnado do universal: o homem a democracia, o socialismo, a fé e a esperança.
A temática literária plasma o homem em realismo, superpondo-se a uma realidade mística, onde a linguagem carregada de símbolos e desintegrada no tempo, transmite a ideia concreta da humanidade e suas idiossincrasias.
Os poemetos retratam um intimismo lírico, envolvendo coisas e o homem, e, ao mesmo tempo, vislumbra a irrealidade do conhecimento ainda não dimensionado pela razão e nem mesmo intuído pelo inconsciente, mas já compreendidos na cosmovisão ilógica e nos sonhos de todos os poetas.
Os acadêmicos em suas poesias, alcançam a melodia em todos os seus versos, tecnicamente contemporâneos e esteticamente difunde-se pela moderna poesia brasileira, equidistante das diversas escolas, mas integradas numa dialética plural e contraditória dentro da sociedade brasileira.
A poesia é a essência material da eternidade de Deus, daí sua permanente atualidade de ensino e conhecimento.
Com as minhas congratulações e o reconhecimento de todos aqueles que amam a cultura”.
Chapadinha, 04 de março de 1996
João Batista dos Santos
Presidente fundador da Academia de Letras, Artes e Ciências de Chapadinha.
Na ausência de material de pesquisa e a desinformação sobre a literatura Chapadinhense e seus escritores, pode me fazer a cometer (falhas), erros como, por exemplos não incluir nomes de escritores e poetas, porque estou adotando o critério de só incluir nesta minha visão histórica da literatura Chapadinhenses os escritores e poetas que já publicaram livros e os que participam das coletâneas da Academia de Letras, Artes e Ciências de Chapadinha e da escola Unidade Integrada Oliveira Roma.
Não é possível para qualquer ensaísta “apreender” a “essência” do que está sendo feito em termos de renovação. Como também não é lícito se querer argumentar que “tudo se renovou”. Não! As raízes das gerações ainda permanecem latentes na criação artístico literária Chapadinhense.

                                                                  
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e escritor

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