Biblioteca Alternativa Herbert Lago Castelo Branco no interior do Maranhão
Eu sou escritor e não tenho nenhum dos meus vinte livros publicados. Participei de antologias e não tenho nenhuma.
Quem sou? Sou uma pessoa que não gosta de eternizar o passado, nem ver, pois, dói. Sou uma pessoa que viver o presente e não pensa no futuro. Por um lado é bom, por outro, terrível.
Descobri Herbert, velho amigo de militância cultural na cidade de Brasília, quando ele era ativo nos Correios e Telégrafos.
Hoje, aposentado, ele fez a coisa mais linda, criou uma Biblioteca Virtual no Maranhão. Que brasileiro raro. Que brasileiro incomensurável.
Sinta a magia deste homem nesta entrevista que fizemos via Whatsapp.
Herbert Lago Castelo Branco, é um prazer te entrevistar via Whatsapp. Primeiro, responda em poucas palavras, mas, revise antes de postar no Whatsapp, quem é Herbert Lago Castelo Branco. Um pouco da sua história, sua vida, seu currículo, mas, em poucas linhas, pois, na internet ninguém lê grandes entrevistas por falta de tempo.
Sou um idealista. Um maranhense retirante que saiu da cidade natal, Chapadinha, com 18 anos de idade para capital federal, Brasilia, onde comecei a minha militância no movimento Cultural e Sindical em 1978. Editei o jornal alternativo A PROSA, fundei a Academia de Letras dos Poetas Alternativos e publiquei 7 livros.
Atualmente estou aposentado pelos Correios e Telégrafos e morando em Chapadinha, onde fundei a Biblioteca Alternativa, da qual sou presidente patrono.
Agora vamos falar da Biblioteca Alternativa. Me conte tudo, como começou a ideia, um pouco da história, quantos livros tem e etc.
Tudo começou apartir da publicação do jornal A PROSA em 1986. Comecei a receber muitos livros dos poetas ditos Marginais/Alternativos. E montei na minha residência em Taguatinga uma pequena biblioteca e coloquei o nome dela de biblioteca alternativa.
Comecei a fazer oficinas de artes com meus filhos e os amigos deles. E tomei gosto po aquilo. Sempre tive a intenção de retornar para minha cidade natal. Em 2006, em visita a minha cidade natal, Chapadinha, me vei a ideia de fundar a Biblioteca Alternativa e transferir a de Taguatinga para Chapadinha. Dai eu comecei a falar para os meus colegas de serviço desse projeto e comecei a receber doações de livros. Também comprava nos cebos livros infantis.
Encaixava e mandava pelo ônibus da transbrasiliana. Primeiramente eu aluguei uma sala e contratei uma garota para trabalhar na biblioteca. Contratei não, dou uma ajuda de custo para ela, pois ela é voluntária. Depos eu comprei a casa onde hoje a Biblioteca Alternativa esta instalada. Hoje a Biblioteca conta com um acervo de mais de 10 livros e enciclopédias. Atualmente temos cadastrados 1.123 sócios e fazemos em média 3 mil empréstimos por ano.
É um trabalho voluntário e totalmente gratuito. A cidade tem 80 mil habitantes e está localizada na região mais pobre do Maranhão e do Brasil. Agora estamos fazendo o trabalho de catalogação dos livros no sistema Biblivre. Todos custos da biblioteca é mantido da minha aposentadoria. Digo 10 mil livros.
E via internet como podemos acessar o acervo da Biblioteca Virtual? Tem Facebook? Tem Instagram? Tem Twitter? Tem site? E-mail para as pessoas mandarem livros? Enfim nos oriente como chegar à Biblioteca Virtual via internet?
Natural de Chapadinha-MA, nascido em 16/12/1956, participou ativamente dos movimentos culturais do Distrito Federal de 1978 a 1993.
editou o jornal alternativo A Prosa de 1983 a 1993. Em 1986 fundou a Academia de Letras dos Poetas Alternativos, da qual foi o primeiro presidente. Editou o jornal A GAZETINHA de 1987 a 1992.Foi dirigente sindical de 1986 a 2002.
LIVROS PUBLICADOS:
Lua Doce Lua (Poesia) 1986;
Brindaluz (Conto Infantil) 1987;
Poemas & Protestos (Poesia) 1989;
Pristolino o menino que comia terra (Conto Infantil)1991;
Versos Avoantes (Poesia) 2004, Sujeito Inacabado (Poesia) 2014, MATA ROMA: O Tântalo de Chapadinha (Biografia) 2018, 2ª Edição de BRINDALUZ (Infanto-Juvenil) 2019. A HISTÓRIA DE CHAPADINHA EM VERSOS 2021, DIANTE DE TODOS OS OLHARES (poesia) 2022, BEM-TE-VI - O Pássaro Fofoqueiro (infantil) 2023,
Participou ainda de várias antologias poéticas e fundou a Biblioteca Alternativa
Biblioteca Alternativa Herbert Lago Castelo Branco
Fundada em 13 de dezembro de 2006, situada na Rua do Comércio 1161, possui um acervo de 5.000 livros dos mais variados temas. Entre eles encontram-se: Direito, Contabilidade, Agronomia, Medicia, Enfermagem, Zootecnia, Ciências, Português, Geografia, História, Matemática, Biologia, Inglês, Espanhol, Engenharia, Estudos Sociais, Filosofia, Sociologia, Psicologia, Literatura, Artes, Teatro, Informática, Física, Química, Esportes, Atlas, Política, Estatística, Religião, Enciclopédias, Poesias, Romances, e Etc.
Meus Poemas
PAISAGEM DE CHAPADINHA Chapadinha, És encantadora. De belezas naturais, Tens o ar puro e balsâmico Das figueira e dos coqueirais. Olhos d’águas cristalinas, Balneários, velhas fontes de segredos. Tens vaquejada, carnaval, mulatas e folguedos. Tuas praças são exuberantes. Em tudo encanta teus visitantes. A cada dia uma paisagem nova te completa. Palco de muitos amores, De pessoas simples e hospitaleiras. És protegida por Nossa Senhora das Dores.
REGRESSO Dei te um berço de flores, no carnaval que passou, agora me tens de regresso, Chapadinha você despertou. Você despertou... Defrontando a mensagem luminosa, aspirando o ar puro e balsâmico, das figueiras e dos coqueirais. O regresso vaí, trazer de volta a alegria, o passado passará, na memória ficará, a lembrança desse dia. Chapadinha... Não tens ouro e nem tens prata, mas tu és a chapada das mulatas, que alegra nossos carnavais.
MULATA DO MARANHÃO Dos candelabros aos palmeirais, da nação tupí aos anapurús. Teu passado entre nós viverás, bela ninfa do meu rincão. És linda! És garbosa, és tu Chapadinha! A mais querida mulata do maranhão.
SAUDADES DA INFÂNCIA Espargindo sorrisos, e andando de calção, era eu quando menino, numa cidade do maranhão. Cantava, brincava e sorria, na minha vida tudo era alegria. Ah! Que saudades... Saudades das nossas brincadeiras de bumba-meu-boi, saudades dos meus colegas de infância, saudades... saudades... Saudades de ser criança.
RECORDAÇÕES Preciso renovar as minhas forças, pisar no solo de minha terra, e vibrar com as minhas emoções. Não quero mais viver só de recordações, nem de ilusões. Preciso sentir o calor daquele povo, honesto, humilde e trabalhador. O que eu quero mesmo, é voltar para minha terra. Onde viverei bem mais feliz. Comer arroz com paçoca, beijú de tapioca, e cajú no feijão. Ouvir cantoria no terreiro da bolota, ver o boi do Zé de Cinza, e Boanerges contar lorotas. Preciso voltar para minha terra, onde viverei bem mais feliz, onde deixei minha infância, ir ao Centro Velho, passar no Tinguí, vou também ao Taboleiro, com meus passos bem ligeiros, descer a ladeira do Angelin, ouvindo o canto da fogo-abagou, e também do bem-ti-vi. Antes mesmo que fique velho, quero voltar para o meu rincão. Morar no Campo Velho, em Chapadinha do Maranhão.
TERRA QUE ME VIU NASCER Chapadinha amada, terra que me viu nascer, Chapadinha eu amo, nela quero morrer. Que o sol ilumine Chapadinha, com calor e alegria, e que Deus lhe dê sempre, muita paz e harmonia.
ODE A CHAPADINHA Quero voltar para Chapadinha, de onde nunca deveria ter saido. Quero voltar a voltear naquelas praças, e sentar nas cadeiras do abrigo. Fazer piquenique na macaoca, tomar cachaça com minha patota, na Maria Mulata ou no Mundoca. Quero voltar para Chapadinha, e de lá nunca mais sair, andar pelas ruas de bicicleta, tomar banho no rio munim. Quero voltar para Chapadinha, e de lá nunca mais sair. Brincar de Bumba-meu-boi, ver as vaqueijadas. Um dia eu volto para lá, houvir o canto da pipira, no olho da palmeira. E se ainda estiver sabiá, o seu canto eu quero ouvir. Quero voltar para Chapadinha, e de lá nunca mais sair.
ACORDEI COM O PASSADO Hoje eu acordei com o passado, lembrei de tudo e de todos. Da minha família, da casa de minha mãe, da rua do comércio, dos amgos de infância, dos meus vizinhos, da minha primeira namorada, do meu sorriso de criança, das brincadeiras de bumba-meu-boi. Lembrei da minha terra natal, dos meu cachorro estrelinha. Lembrei também do meu pombal, e percebi que o meu passado existia.
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