Este título eu peguei emprestado do artigo de Frei Beto. Por pouco não se decretou feriado nacional neste 20 de janeiro. A excitação é geral pelos arrabaldes despedaçados da América e por aqui até os mendigos estão felizes. Mataram dois na segunda- feira, bem no centro de Brasília na Avenida W3 Sul, na praça onde os delinquentes burguês tocaram fogo no índio Galdino. Mas os que continuam vivos só queriam saber de arrumar um lugar para ver a posse. Difícil ver o Obama no meio das massas febris sem lembrar-se do Padre Cícero e do Antonio Conselheiro. Dizem até que Israel só parou com a carnificina para não conspurgar o clima demente que inebria o planeta. Nossas âncoras das televisões suspiram entre uma notícia e outra. Lambem os lábios. Simbolicamente, a festa serve para apagar a marca dos dejetos deixados por Bush. Curiosa a idolatria ao império. Pão, vinho e lábia continuam sendo os ingredientes para uma poção mágica. De todas as promessas do novo presidente negro na Casa Branca, só uma me parece digna e transcendente: o fechamento de Guantánamo.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e escritor
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