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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PRAÇA DA SOBERANIA


Tenho acompanhado o polêmico debate, a meu ver nada desgastante, em torno da construção da Praça da Soberania, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na Esplanada dos Ministérios.
Residente nesta cidade deste o ano de 1977 não me contive em entrar nesta celeuma que está ocupando a mídia, por que como disse o próprio arquiteto Oscar Niemeyer “a briga está boa” – cada um defendendo seu ponto de vista.
O talento, a sabedoria, a importância de Oscar Niemeyer para Brasília e toda obra arquitetônica desse gênio é para todos nós de uma magnitude indiscutível. O projeto da praça e o monumental obelisco são lindos! Mas não se trata disso, e sim de questões e projetos de paisagismo e urbanístico da cidade de Brasília.
Por ter sido idealizador dos mais famosos monumentos de Brasília, hoje tombados pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, o arquiteto Oscar Niemeyer ou o governador do Distrito Federal, não tem o direito e a prerrogativa de mudar sozinho o projeto paisagístico de Brasília, capital de todos os Brasileiros.
Com toda essa celeuma, talvez as autoridades se dêem conta de que a sociedade organizada como o IAB-DF o IPHAN, etc. que se manifestaram, assim como os Candangos, os Brasilienses e todas as pessoas que residem e que também amam Brasília estão se manifestando com suas opiniões e querem ser ouvidos.
Acho contraditório quando o arquiteto Oscar Niemeyer diz no seu artigo publicado no Caderno CIDADES, intitulado de UMA EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA “que o Plano Piloto está dividido entre pobres e ricos. Os primeiros em seus apartamentos confortáveis ligados às escolas, ao comércio local, como convém: os outros, mais de 3 milhões de brasileiros, esquecidos pelas cidades satélites sem escolas, postos de saúdes e as áreas de recreio indisponíveis.”
Peço permissão de fazer minha as palavras de Oscar Niemeyer, pois Brasília hoje tem outras necessidades mais prementes. Que o dinheiro, portanto, seja investido no trânsito, saúde, educação, segurança, para minimizar estas discrepâncias sociais.

Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor
*Matéria publicada na coluna OPINIÃO do Jornal Correio Braziliense de hoje 03/02/09


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