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quarta-feira, 30 de maio de 2012

SEM MISÉRIA HUMANA NÃO HÁ LUGAR PARA CARIDADE



A infância brasileira vive momento inédito. Pela primeira vez, na história pátria, a autoridade máxima assume publicamente o compromisso coma causa mais importante da sociedade – o ser humano em fase de crescimento e desenvolvimento. Ao anunciar o projeto Brasil Carinhoso, a presidente Dilma Rousseff cria a marca de seu governo. Revela louvável ousadia fundada em sensibilidade fecunda, humanismo vigoroso, percepção refinada do único investimento capaz de revolucionar a triste realidade social que macula a paisagem econômica, negando-lhe o merecido viço.
A presidente está coberta de razão. O estado não deve seguir no propósito caridoso. Tem de ser um ente carinhoso. São naturezas opostas. A primeira pressupõe desqualificação da vida. Sem miséria humana, não há lugar para caridade. Assim, erradicar a pobreza contraria a cultura caritativa presente nas políticas públicas. A segunda tem cunho autêntico porque o Estado carinhoso faz da qualidade um princípio inegociável para as ações desenvolvidas. Não se restringe a indicadores quantitativos. Carinho desqualificado inexiste. E só será legítimo se igual para todos.
A proteção e a promoção plenas da primeira infância são o alicerce inabalável da cidadania virtuosa. Ignorar essa verdade é optar pela miopia que mediocriza gestores públicos. Leva-os a investir recursos orçamentários em projetos desprovidos de qualquer perspectiva de reais benefícios para gerar uma sociedade igualitária, ainda tão distante no horizonte do sonho.
A presidente sinaliza mudança de rota. Demonstra ter o olhar voltado para os requisitos inovadores cuja validade nasce de evidências científicas contundentes, não há de negar. É a hora e a vez de libertar o potencial criativo das novas gerações, facultando-lhes acesso a saúde, educação, cultura e lazer, a ambientes seguros, ricos em estimulação lúdica, exuberantes na pureza dos gestos, no calor da ternura, no prazer das atividades interativas.        




Extraído do artigo “Brasil Carinhoso, infância feliz”
do professor da UnB  DIOCLÉCIO CAMPOS JÚNIOR

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