Luiz Eduardo da Silva |
Eduardo com familia |
Às 8:00
horas da manhã de sábado do dia 23 de maio de 1957, Eduardo Luiz da Silva,
desembarca de um avião bimotor no Aeroporto de Chapadinha, vindo transferido de
São José de Ribamar para trabalhar em Chapadinha, com a missão de implantar o Serviço
de Saúde Pública no Município de Chapadinha.
No
Aeroporto, o então prefeito de Chapadinha, Raimundo Vieira de Almeida (Mundiquinho) lhe esperava com uma
comitiva de Vereadores, Delegado, comerciantes e correligionários. E a pé,
dirigiram-se para a residência do prefeito que lhe recepcionou com um banquete.
Eduardo
Luiz foi convidado para hospedar-se na residência do senhor Mundico Lobo e dona
Chiquita, pais de Pedro Lobo e Bené Lobo, e com eles morou por 2 (dois) anos. Saindo
somente após contrair matrimonio.
Em uma das muitas serestas que participava, Eduardo Luiz conheceu uma linda Chapadinhense por nome Gilma Maria Oliveira Silva, que trabalhava na Loja Trapiá. Ele sempre de olho nela, inventou de comprar uma cortina para fazer uma divisória no local onde trabalhava. Chegando na Loja Trapiá, procurou logo a Gilma, para que ela lhe atendesse. E daí começaram com o namoro. E no dia 13 de outubro de 1959, no dia em que Eduardo completava 24 anos de idade, casou-se com Gilma, que completaria 24 anos 12 dias depois. E dessa união tiveram 8 (oito) filhos biológicos e 2 (duas) filhas adotivas, sendo eles: Huda, sobrinha da Gilma que veio para o convívio da família aos 2 (dois) anos de idade, Eduardo Filho (in memoriam), Ludmila, Francisco de Assis, Eglajef, Maria Betânia, Giselda, Eduardo Segundo, Fabiola e Gilbertiana, também sobrinha da Gilma que veio para o convívio da família aos 5 (cinco) anos de idade e teve 16 (dezesseis) netos: Luiz Eduardo, Vanessa, Yuri, Rodrigo, Alexandre, Stefanne, Ludmylla, Jéssica, Chiara, Danilo, Lucas, Lívia, Isabella, Beatriz, Ana Beatriz, Eduardo Benício. E até esta data (2022), 7 (sete) bisnetos: Gabriela, Eduarda Sofia, João Heitor, Gabriel, Maitê, Isis e Miguel.
Eduardo na Formatura |
Eduardo Luiz da Silva teve uma vida pautada em
padrões disciplinares, tanto na adolescência, quanto na vida adulta e idoso. Um
exímio defensor e praticante da ética, do direito, da justiça, da paz, da
solidariedade, da fraternidade, do amor e da adoração a Deus.
Na
década de 1950, não existiam escolas no município de Chapadinha, e Eduardo
integrou ao grupo de jovens que trabalhou para fundação do Ginásio Professor
Mata Roma e posteriormente a Escola Ana Adelaide Belo e o Colégio Manoel José
de Santana (ambos da CNEC - Campanha
Nacional de Escolas da Comunidade). Foi líder estudantil e criou a Biblioteca
Popular com livros fornecidos pelo MEC. Pode-se dizer que Eduardo Luiz foi o precursor
na organização de eventos na cidade de Chapadinha, sendo o organizador de
eventos como: a) as grandes festas do
Arroz e do Babaçu, com desfile de rainhas em carros alegóricos pelas ruas da
cidade; b) o primeiro Parque Junino na praça São Raimundo, quando Presidente do
Grêmio estudantil Professor Júlio Bacelar; c) corridas de jumento e de
bicicletas que eram atividades de lazer na época; d) excursões para Fortaleza
patrocinadas pelo MEC, quando Presidente do Grêmio que tinham como
participantes: professores e estudantes da Escola Normal Ana Adelaide Belo.
Eduardo também foi professor. Lecionou nos colégios: Ginásio Mata Roma, Escola Normal, Manoel José de Santana, Bandeirantes, Raimundo Araújo, 19 de março e no Colégio Francisco Almeida Carneiro - FAC e em São Luís, no bairro Filipinho, lecionou no Ginásio Arnaldo Ferreira e CEMA - Cohab (televisão educativa), em São José de Ribamar, foi bolsista da Nestlé (televisão educativa), e bolsista também no INAMPS.
Eduardo, Gilma e Família |
Em
meados de abril de 1964, quando secretario do Centro Operário, Eduardo Luiz,
prestava assessoria ao Sindicato dos trabalhadores Rurais de Chapadinha,
auxiliando o Presidente Antonio Athaíde, na redação e datilografando
correspondências oficiais aos Ministérios da Justiça, da Agricultura e da Saúde.
Nesse mesma época Eduardo era presidente do Grêmio Estudantil e tinha enviado
um telegrama prestando solidariedade ao presidente João Goulart, e o telegrama
tinha sido interceptado pala inteligência do Exército. Ainda havia contra ele
uma correspondência de um colega de serviço, que fazia referência ao “Nosso Chefe,” onde o amigo enfatizava: “estive como nosso chefe” e para a
inteligência do exército essa referência se tratava de alguma organização
política, de algo muito perigoso. Também constava contra ele uma denúncia de
comercialização de um livro de nome “PÃO
E FEIJÃO,” livro este que Eduardo afirmou nunca ter lido e nem sequer sabia
o nome do seu autor.
Eduardo Luiz começou a despertar as autoridades, que passaram a vê-lo como subversivo, o que culminou em uma invasão domiciliar e apreensão de documentos e passou 3 (três) dias em prisão domiciliar, sendo interrogado diuturnamente e sua prisão foi decretada no dia 12 de junho de 1964 e transferido para o Quartel do 24 BC na capital maranhense São Luís. Junto com Eduardo, foram presos também o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Chapadinha, Antonio Athaíde e Luizinho. Dias depois, foram liberados sob vigilância da polícia do exército.
Eduardo e Gilma, seu grande amor. |
Como
punição, Eduardo Luiz foi transferido para Barão de Grajaú, onde trabalhou por
um ano. Em 1965, retorna pra Chapadinha, onde dá continuidade a seus estudos e
a normalidade de sua labuta.
Eduardo
Luiz tinha formação em Enfermagem, Farmacêutico, Bioquímico, Sanitarista
especializado em saúde pública e saúde da família. Participou de vários Conferências
na área da saúde, Seminários e de Conselhos Municipal de Saúde. Como
profissional da saúde, trabalhou no HAPA
– Hospital Antonio Pontes de Aguiar, Centro de Saúde Benú Mendes, Coordenador
do PACS/PSF; Coordenador da
Vigilância Sanitária; Coordenador da Vigilância Epidemiológica; Foi Secretário Municipal de Saúde; Diretor do
Departamento de Saúde CAIC; Gestor Regional de Saúde, Consultoria em Saúde
Pública nos Municípios de: Barreirinhas, Urbano Santos, São Benedito do Rio
Preto, Anapurus, Brejo, Santa Quitéria, São Bernardo, Tutoia, Araioses, Buriti
de Inácia Vaz, Colinas e Pirapemas.
Como político, Eduardo Luiz foi eleito vereador para um mandato de 6 (seis) anos em 1982, na coligação do prefeito José Almeida e presidiu a Câmara de Vereadores no biênio 87 a 88. Eduardo foi também Presidente do LIONS CLUBE e no dia 22 de fevereiro de 1972 entrou na Maçonaria e foi Venerável da Loja Maçônica Oliveira Roma por 2 (duas) gestões;
Eduardo com o poeta Herbert Lago |
Em
1994, Eduardo Luiz e Dr João Batista dos Santos, fundaram a Academia de Letras,
Artes e Ciências de Chapadinha, da qual foi o seu Vice-Presidente. Em 1995 Dr.
João Batista foi embora de Chapadinha e Eduardo assumiu a presidência da
Academia até 2004. Em 2007 assumiu a presidência novamente e ficou até 2014. Pode-se
dizer que a Academia de Letras era um dos seus maiores “mimos,” era onde ele deixava fluir sua veia poética, como podemos observar
em seus poemas: Dentre eles, “AMOR A
NOSSA TERRA,” onde declara o seu amor por Chapadinha.
AMOR À NOSSA TERRA
Chapadinha
Clama, grita por destaque,
Eu,
você, nós devemos socorrê-la,
Erguê-la,
ampará-la, protegê-la,
Sem
temer críticas, e sem sentir recalque.
Quantas
almas estão adormecidas
E,
para o belo devem despertar
Imitando
os irmãos Mata Roma
Figuram
de lume deste lugar
As
escolas tomam para si
A
missão de nos orientar
E
mostrar ao povo desta terra
Novos
valores que iram brilhar.
Como estudioso e preocupado com as causas sociais, escreveu um trabalho, publicado no livro intitulado “IDOSOS, QUANTO SOMOS E QUEM SOMOS” onde enfatiza a situação do idoso no município de Chapadinha. Também tem poemas de sua autoria publicada na Antologia da Academia de Letras de Chapadinha Em seu seio familiar, Eduardo era chamado carinhosamente de “Dá”, pelo seu jeito generoso, e pelos amigos, de “Aroeira” em referência a árvore resistente, forte, duradoura e útil.
Eduardo Luiz da Silva ou carinhosamente Eduardo Aroeira, faleceu no dia 02 de agosto de 2015 com 80 anos de idade e está sepultado em Chapadinha, no Cemitério de Nossa Senhora Aparecida.
Herbert
Lago Castelo Branco
Fonte:
Maria Betânia (Filha)
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