Aos 92 anos Zizete Cunha escrevendo |
Começou os estudos de alfabetização e primário em Chapadinha com sua mãe Genuína Viana, que era professora em Chapadinha e depois com professora Enedina Viera Passos. Mudou-se para São Luís, onde, pensando na educação dos seus filhos morou por 20 anos. Em São Luís estudou o Madureza e concluiu o Ginásio (hoje ensino fundamental) no Colégio São Luís em 1972 e o segundo grau (hoje ensino médio) também no Colégio São Luís em 1976, e tem curso de formação técnica de qualificação técnicos de redação oficial, e por causa da sua amizade e proximidade com o professor Mata Roma, foi sua aluna ouvinte no Liceu Maranhense.
Poetisa Zizete Cunha |
“Sou uma escritora que diz o
que o meu coração sente, e a minha inteligência é um privilégio que Deus me
deu. Não cursei nenhuma faculdade porque na minha juventude não existia e tudo
era muito mais difícil. O que eu sei é tão somente conhecimento da faculdade da
vida,” Disse Zizete Cunha.
Zizete Cunha é filha legitima de Chapadinha, contemporânea do poeta e professor Mata Roma, de quem era comadre. Zizete tem um legado histórico e de um amplo conhecimento cultural. Sempre foi uma mulher à frente do seu tempo, inquieta em busca de novos horizontes. Uma leitora voraz que tem como passatempo além de fazer palavras cruzadas, ler bons livros, escrever poesias e crônicas. Nunca deixou de enfatizar o seu amor por Chapadinha. O seu dom pelo magistério surgiu ainda quando bem jovem. Quando com 18 anos de idade começou a sua missão como professora leiga, autodidata, na Escola Reunida Benedito Lago, de 25 de fevereiro de 1948 a 1967. Depois foi para o Grupo Escolar Dr. Paulo Ramos e Diretora no Colégio Deputado Antonio Pontes de Aguiar em 1964. Zizete Cunha foi Técnico Legislativo da Assembleia Estadual do Maranhão, tendo exercido cargos importantes na Assembleia Legislativa como Secretária da Comissão de Saúde e Saneamento de 1976 a 1980.
Zizete, Chiquinho Ferreira, filhos e netos |
Além
de realizar a viagem dos seus sonhos, que era conhecer Jerusalém, ela também conheceu
várias culturas e países como: Itália, França, Egito, Turquia, Grécia, Portugal
e Canadá.
Nos
anos 60, em pleno regime militar, onde tudo era proibido, Zizete idealizou e
colocou no ar “A VOZ DA LIBERDADE,”
onde todos os dias tocava músicas românticas da época, dando notícias e
informações para a sociedade Chapadinhense. Colaborou nos anos 80 com o jornal “A GAZETINHA” e orgulha-se por ser fundadora
da Academia de Letras, Artes e Ciências de Chapadinha, da qual é membro efetivo
como acadêmica e tem poemas de sua autoria publicada na Antologia da Academia
de Letras de Chapadinha.
Na
crônica “MINHA QUERIDA CHAPADINHA,”
em alusão as Bodas de Ouro de Chapadinha, Zizete Cunha destaca o seu amor por
sua cidade natal, como vemos abaixo:
MINHA QUERIDA CHAPADINHA
“Aqui me encontro, neste momento, depois de muitos anos ausente d’aqui, hoje tive a felicidade e a agradeço a Deus por ter me reservado este momento feliz de minha vida, para saldá-la no teu “Jubileu de Ouro”. É por demais enternecedor o momento de poder homenageá-la tenho tanto o que dizer... Tanto que nem o maior poeta do mundo seria capaz de escrever para mim o desejo de te dizer. Mas com palavras minhas que na sua simplicidade e sem qualquer toque poético traduzem muito mais, porque saem do meu coração. Minha voz é a voz de teus filhos. Nesse meio século pautastes em nossas vidas sobre um lema “Amor e ternura” que encoraja e ensina a teus filhos a serem heróis e fortes só nos tens dado orgulho de ti pertencer. Quando crianças, já te admirávamos, impoluta à heroica de nossas vidas. Berço amigo que nos viu nascer onde o despontar do sol tem mais poesia, porque a aurora é mais bela. Esta terra é linda! A mais bela do mundo porque o luar tem um brilho colorido mais sublime às suas noites de verão. Esta é a homenagem de meu amor a essência de ternura e o perfume do carinho de tua filha que de coração ama esse chão: peço a Virgem das Dores que olhe essa terra de gente sofrida, mas que passado o tormento, diz que hoje tem que ter festa, joga no tempo uma semente de esperança. Quero te ver crescendo, progredindo sempre amada por esta gente que quer te ver crescer feliz no presente e no futuro.”
Zizete Cunha com os filhos |
Em julho
de 1992 ficou viúva, e hoje, com 92 anos de idade, aposentada pela Assembleia
Estadual do Maranhão, Zizete Cunha mora na mesma casa em Chapadinha, na Avenida
José Caetano, em frente à Igreja de Nossa Sonhara das Dores, de quem ela é
devota. Mesmo com dificuldade, devido à idade, a poetisa Zizete Cunha ainda
escreve quase que diariamente as suas poesias e crônicas.
Herbert
Lago Castelo Branco
Poeta
e Escritor
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que seja dado o crédito de autoria conforme as normas e leis.
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