Os Indicadores Sociais no Maranhão exigem.
O impacto da cassação do Governador Jackson Lago nos trouxe sofrimento, frustração desesperança, principalmente para aqueles que nunca se afastaram da luta e sempre estiveram construindo alternativas para que o Estado pudesse recuperar a dignidade e sair da miséria. A eleição de Jackson Lago em 2006 representou para todos nós um alento, um respirar aliviado e esperança de ver um Estado redirecionado para combater os índices de pobreza que tanto nos envergonha.
Acompanhamos a composição e as muitas fragilidades do governo (estive durante um ano como secretaria adjunta de cultura e participei de várias ações do governo quando tive oportunidade de pensar, planejar e ao mesmo tempo conhecer muitos dos projetos delineados nas várias secretarias para mudar o quadro de pobreza do Estado).
Apesar das inúmeras críticas e da oposição feroz que não deu ao governo nenhuma trégua nem direito de resposta em nenhuma situação. O governo avançava. Para alguns de forma lenta, para outros, que estavam trabalhando arduamente, de forma acelerada, veja os exemplos da Secretaria de Igualdade Racial coordenada por João Francisco representante histórico do movimento negro e do PDT e Silvio referência no movimento sindical do PT. A Secretaria da Mulher que abriu diversas frentes de atuação, articulando a criação de inúmeros organismos de políticas públicas para as mulheres, intensificou campanhas de combate à violência e lançou o Plano Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, possibilitando mudanças na visão das mulheres ainda vistas como inferiores, submissas e dependentes. A Secretaria da Educação que em 2 anos inaugurou 164 escolas que comparado ao governo de Roseana que em 8 anos somente inaugurou 5 escolas, nos parece um número significativo. A Secretaria de Trabalho e Economia Solitária coordenada por Terezinha Fernandes e Franklin Douglas abriram muitas frentes de debate e desenvolviam um trabalho importante na construção de alternativas de trabalho e renda para as populações em situação de miséria.
O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura que, embora tenha me afastado, reconheço os inúmeros fóruns que realizamos que tinha como objetivo inaugurar um novo momento na construção de políticas públicas de cultura. O resultado disso foi o redirecionamento das ações da cultura no qual o Estado passou a dar uma atenção maior aos outros 216 municípios maranhenses, ampliando assim as fronteiras do acesso a cidadania cultural dos maranhenses – meta que considero das mais caras e importantes em qualquer projeto político que vislumbre a construção de um novo modelo de sociedade.
Não poderia deixar de destacar o trabalho desenvolvido pela FAPEMA coordenado de forma muito competente pelo Dr. Sofiani Labidi que inverteu totalmente as formas de atuação daquele órgão, abriu espaços para apoio a eventos científicos, apoio a projetos de pesquisas, bolsas de pesquisas e criou algo ainda inédito em muitos Estados brasileiros: bolsas de iniciação científica a jovens pesquisadores de ensino médio. Tive oportunidade de ser avaliadora dos trabalhos de vários jovens em evento realizado no Liceu Maranhense e constatei não apenas a qualidade dos trabalhos dos jovens iniciantes, mas, a esperança de entrar na universidade já com um campo de estudo definido o que dá a esses jovens a oportunidade de aprofundar seus estudos quando muitos jovens somente o fazem, quando estão concluindo sua graduação.
São muitos exemplos, muitos deles desconhecidos da sociedade o que mostra talvez a grande falha deste governo. Seu projeto de comunicação não conseguiu chegar à sociedade. Não conseguiu romper com a mídia oligárquica, não conseguiu romper com o conservadorismo de uma sociedade que talvez esperasse de imediato, obras faraônicas – elevados, grande prédios que certamente não teria o nome da família Sarney. Mas o governo inaugurou ponte em Imperatriz, inaugurou Hospital público, porém não foi na Capital São Luís. Será que por isso não repercutiu?? Não, não foi por isso. Tudo o que este governo faria jamais teria repercussão nessa imprensa porque grande parte dela apenas reproduzia de forma zelosa aquilo que a oligarquia determinava, ou seja, é um jornalismo torpe, mesquinho e parcial. Ressalve o Jornal O Imparcial que teve uma atitude digna e mostrou em diversos momentos o lado negado pela imprensa oligárquica e o Jornal Pequeno, que embora com muitos equívocos, veja a justificativa dada pelo Jornal para a atitude do presidente da Assembléia, mas manteve uma postura coerente em relação ao golpe arquitetado pelo grupo Sarney.
Qual a saída agora?
Passado o impacto, é hora de renovar as resistências. A frustração deste momento não pode representar a morte das esperanças alimentadas após décadas de um Estado que vive indicadores que parece estamos sempre no mesmo lugar. Os indicadores sociais demonstram essas assertivas: Somos 26% de analfabetos, vivemos no Estado do Brasil com o maior número de municípios em situação de pobreza extrema, o Maranhão foi o Estado que mais fechou bibliotecas públicas na década de noventa – período em que Roseana governou o Maranhão. Algumas reabertas no governo de Jackson, mas ainda assim mais de 40 % dos municípios não conseguiram reabrir seus espaços de informação. É um dos Estados do Brasil com apenas 36% de trabalhadores com carteira assinada quando a média nacional é de 64%. Temos Regiões como Baixo Parnaíba para onde se estima o percentual de 63,21% de excluídos, e Lençóis Maranhenses, onde 60,73% da população é socialmente excluída, segundo Mapa da Exclusão Social de Lemos (2007). Se considerarmos que essas regiões têm inúmeras riquezas naturais, então há necessidade de desenvolver estudo e pesquisas e análises mais reais desses dados que possam mudar o quadro social destas localidades.
Temos, portanto, um grande desafio: tornar esses dados uma meta a ser perseguida pelo Estado. Exigir que os planejamentos que foram pensados no Governo Jackson Lago para atacar estes problemas sejam considerados e não haja descontinuidade. O maior problema da gestão pública no Maranhão foi a descontinuidade: um gestor apaga o que o outro deixou para demonstrar que tudo que vai pensar é novo. As declarações de Roseana já apontam para esta direção.
Não podemos deixar que o Maranhão fique a mercê dos interesses de um grupo que já demonstrou que não tem interesse de mudar esse quadro. Será que agora irá trabalhar nesta direção?
Vamos criar mecanismos de fiscalizar a ação do Estado. Esse é o papel de todos os cidadãos e cidadãs. A hora exige! O Maranhão agradece!
O impacto da cassação do Governador Jackson Lago nos trouxe sofrimento, frustração desesperança, principalmente para aqueles que nunca se afastaram da luta e sempre estiveram construindo alternativas para que o Estado pudesse recuperar a dignidade e sair da miséria. A eleição de Jackson Lago em 2006 representou para todos nós um alento, um respirar aliviado e esperança de ver um Estado redirecionado para combater os índices de pobreza que tanto nos envergonha.
Acompanhamos a composição e as muitas fragilidades do governo (estive durante um ano como secretaria adjunta de cultura e participei de várias ações do governo quando tive oportunidade de pensar, planejar e ao mesmo tempo conhecer muitos dos projetos delineados nas várias secretarias para mudar o quadro de pobreza do Estado).
Apesar das inúmeras críticas e da oposição feroz que não deu ao governo nenhuma trégua nem direito de resposta em nenhuma situação. O governo avançava. Para alguns de forma lenta, para outros, que estavam trabalhando arduamente, de forma acelerada, veja os exemplos da Secretaria de Igualdade Racial coordenada por João Francisco representante histórico do movimento negro e do PDT e Silvio referência no movimento sindical do PT. A Secretaria da Mulher que abriu diversas frentes de atuação, articulando a criação de inúmeros organismos de políticas públicas para as mulheres, intensificou campanhas de combate à violência e lançou o Plano Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, possibilitando mudanças na visão das mulheres ainda vistas como inferiores, submissas e dependentes. A Secretaria da Educação que em 2 anos inaugurou 164 escolas que comparado ao governo de Roseana que em 8 anos somente inaugurou 5 escolas, nos parece um número significativo. A Secretaria de Trabalho e Economia Solitária coordenada por Terezinha Fernandes e Franklin Douglas abriram muitas frentes de debate e desenvolviam um trabalho importante na construção de alternativas de trabalho e renda para as populações em situação de miséria.
O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Cultura que, embora tenha me afastado, reconheço os inúmeros fóruns que realizamos que tinha como objetivo inaugurar um novo momento na construção de políticas públicas de cultura. O resultado disso foi o redirecionamento das ações da cultura no qual o Estado passou a dar uma atenção maior aos outros 216 municípios maranhenses, ampliando assim as fronteiras do acesso a cidadania cultural dos maranhenses – meta que considero das mais caras e importantes em qualquer projeto político que vislumbre a construção de um novo modelo de sociedade.
Não poderia deixar de destacar o trabalho desenvolvido pela FAPEMA coordenado de forma muito competente pelo Dr. Sofiani Labidi que inverteu totalmente as formas de atuação daquele órgão, abriu espaços para apoio a eventos científicos, apoio a projetos de pesquisas, bolsas de pesquisas e criou algo ainda inédito em muitos Estados brasileiros: bolsas de iniciação científica a jovens pesquisadores de ensino médio. Tive oportunidade de ser avaliadora dos trabalhos de vários jovens em evento realizado no Liceu Maranhense e constatei não apenas a qualidade dos trabalhos dos jovens iniciantes, mas, a esperança de entrar na universidade já com um campo de estudo definido o que dá a esses jovens a oportunidade de aprofundar seus estudos quando muitos jovens somente o fazem, quando estão concluindo sua graduação.
São muitos exemplos, muitos deles desconhecidos da sociedade o que mostra talvez a grande falha deste governo. Seu projeto de comunicação não conseguiu chegar à sociedade. Não conseguiu romper com a mídia oligárquica, não conseguiu romper com o conservadorismo de uma sociedade que talvez esperasse de imediato, obras faraônicas – elevados, grande prédios que certamente não teria o nome da família Sarney. Mas o governo inaugurou ponte em Imperatriz, inaugurou Hospital público, porém não foi na Capital São Luís. Será que por isso não repercutiu?? Não, não foi por isso. Tudo o que este governo faria jamais teria repercussão nessa imprensa porque grande parte dela apenas reproduzia de forma zelosa aquilo que a oligarquia determinava, ou seja, é um jornalismo torpe, mesquinho e parcial. Ressalve o Jornal O Imparcial que teve uma atitude digna e mostrou em diversos momentos o lado negado pela imprensa oligárquica e o Jornal Pequeno, que embora com muitos equívocos, veja a justificativa dada pelo Jornal para a atitude do presidente da Assembléia, mas manteve uma postura coerente em relação ao golpe arquitetado pelo grupo Sarney.
Qual a saída agora?
Passado o impacto, é hora de renovar as resistências. A frustração deste momento não pode representar a morte das esperanças alimentadas após décadas de um Estado que vive indicadores que parece estamos sempre no mesmo lugar. Os indicadores sociais demonstram essas assertivas: Somos 26% de analfabetos, vivemos no Estado do Brasil com o maior número de municípios em situação de pobreza extrema, o Maranhão foi o Estado que mais fechou bibliotecas públicas na década de noventa – período em que Roseana governou o Maranhão. Algumas reabertas no governo de Jackson, mas ainda assim mais de 40 % dos municípios não conseguiram reabrir seus espaços de informação. É um dos Estados do Brasil com apenas 36% de trabalhadores com carteira assinada quando a média nacional é de 64%. Temos Regiões como Baixo Parnaíba para onde se estima o percentual de 63,21% de excluídos, e Lençóis Maranhenses, onde 60,73% da população é socialmente excluída, segundo Mapa da Exclusão Social de Lemos (2007). Se considerarmos que essas regiões têm inúmeras riquezas naturais, então há necessidade de desenvolver estudo e pesquisas e análises mais reais desses dados que possam mudar o quadro social destas localidades.
Temos, portanto, um grande desafio: tornar esses dados uma meta a ser perseguida pelo Estado. Exigir que os planejamentos que foram pensados no Governo Jackson Lago para atacar estes problemas sejam considerados e não haja descontinuidade. O maior problema da gestão pública no Maranhão foi a descontinuidade: um gestor apaga o que o outro deixou para demonstrar que tudo que vai pensar é novo. As declarações de Roseana já apontam para esta direção.
Não podemos deixar que o Maranhão fique a mercê dos interesses de um grupo que já demonstrou que não tem interesse de mudar esse quadro. Será que agora irá trabalhar nesta direção?
Vamos criar mecanismos de fiscalizar a ação do Estado. Esse é o papel de todos os cidadãos e cidadãs. A hora exige! O Maranhão agradece!
MARY RERREIRA
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