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sexta-feira, 29 de maio de 2009

CHAPADINHENSE MATOU MULHER EM BRASILIA E JOGOU CORPO NA FOSSA

EM SANTA MARIA, MARIDO SE EMBRIAGA, TEM CRISE DE CIÚMES E ESPANCA A MULHER ATÉ A MORTE, DIZENDO AOS FILHOS QUE ELA ABANDONARA A CASA

“A última vez que vi a mamãe foi quando o papai bateu nela até que ela dormisse. Depois disso, não a vi mais.” As palavras de uma menina de cinco anos somadas ao desaparecimento de Maria Mônica da Silva Souza, 26 anos, levaram um conhecido da família a procurar a seção de localização de pessoas desaparecidas na Divisão de Repressão a Sequestros (DRS) da Polícia Civil. A denúncia levou à descoberta de um crime hediondo na zona rural de Santa Maria. Na noite de quarta-feira, os policiais encontraram o corpo de Mônica escondido em uma fossa do terreno onde ela morava. O marido dela, o caseiro Antônio Borges da Silva, 40 anos, confessou depois que matou a mulher por ciúmes. O homicídio ocorreu na noite do último dia 16. Na versão do acusado, Mônica teria saído por volta das 19h para ir à igreja com uma amiga e retornado aproximadamente à meia-noite, momento em que teria confessado uma traição ao companheiro. Antônio, que admitiu ter tomado três cervejas e três doses de cachaça naquela noite, agrediu a mulher no banheiro da casa e no quarto onde dormiam com socos e pontapés, até matá-la. Os dois filhos do casal, uma menina de cinco anos e um menino de três, assistiram a algumas etapas da cena de violência. À polícia, Antônio declarou que só percebeu ter matado a mulher no domingo pela manhã, quando decidiu ocultar o que tinha feito. Ele enrolou o corpo de Mônica com um lençol e o escondeu debaixo da cama — “para as crianças não verem”, justificou. Depois, disse aos filhos e conhecidos que Mônica abandonara a família de madrugada. Ele esperou até que as crianças fossem dormir para retirar o corpo da mulher do esconderijo improvisado e jogar em uma fossa séptica nos fundos do terreno. Ontem, Antônio disse ter se arrependido do crime que cometeu. Cães farejadores A equipe da DRS levou quatro horas para entender o caso. “Após chegarmos ao local, constatamos que havia ocorrido algo mais que um simples desaparecimento devido aos indícios que encontramos, como marcas de sangue embaixo da cama”, detalhou o delegado Eric Seba de Castro, diretor da DRS. Os policiais contaram com a ajuda do Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros, que levou cães farejadores ao local do crime. Os animais ficaram agitados ao se aproximar da fossa séptica e levaram à descoberta do corpo da vítima. Antônio foi preso em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Pode pegar de 12 a 30 anos de prisão pelo primeiro crime, e de 1 a 3 anos pelo segundo. Os dois filhos do casal foram recolhidos a um abrigo, onde passaram a noite, e terão o destino decidido pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ). “Normalmente em casos como esse, o que a VIJ faz é tentar localizar os parentes mais próximos das crianças para ver se eles têm condições de criá-los. Caso a resposta seja positiva, os meninos são encaminhados para os familiares em seguida”, explicou o delegado. O casal morava na zona rural de Santa Maria há apenas três meses. Eles vieram de Chapadinha, no interior do Maranhão, em busca de uma vida melhor. Entre os objetos encontrados pela polícia na casa onde viviam, estavam duas cartas escritas por Mônica. A primeira era endereçada aos pais, com quem não chegou a viver, pois foi abandonada quando criança. O documento demonstrava a vontade que ela tinha de conhecê-los e de perdoá-los por terem-na deixado sozinha no mundo. A segunda carta era endereçada a um programa de televisão, onde ela pedia ajuda para poder realizar o sonho de encontrar os pais e uma irmã, que possivelmente estariam no DF.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE de hoje 29/05/09
Por PABLO RABELLO

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