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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A LEI E OS FATOS

Estava assistindo um programa de auditório na TV, quando ouvir a apresentadora dizer: “Os casos reais de aborto são milhares por dia. Muitos deles são praticados clandestinamente, com sérios riscos de vida para a própria mãe. Por que não legalizar para que sejam realizados de maneira correta? A realidade está aí, gente!”
Com certeza sua fala chegou a tocar o sentimento daquelas pessoas que não têm o hábito de raciocinar. Houve muitos aplausos.
Acontece, porém, que tal argumento não tem lógica. É uma chantagem. Se a lei existe para legalizar os fatos, então vamos legalizar também o tráfico de drogas. Por que hão de correr tantos riscos aqueles que trazem a maconha e a cocaína para os nossos filhos?
Vamos legalizar também o adultério. Muitos são os casos reais de infidelidade conjugal! Por que um homem tem que tomar tanto cuidado para não ser pego com a mulher do outro? Se essa prática clandestina for legalizada, tudo será feito ”numa boa”.
E mais: vamos legalizar igualmente o roubo, o assalto à mão armada, o assassinato. Tudo isso acontece a todo momento. São milhares de casos por dia. Por que tais ações hão de ser praticadas na clandestinidade? Vamos liberar.
É o momento de raciocinarmos dentro da lógica. A falha está aqui: o certo não é fazer leis segundo o nosso comportamento, mas o nosso comportamento é que deve ser segundo a lei.
Eis o ponto mais baixo da decadência de uma sociedade: “Não tendo mais força moral para viver conforme a lei, o homem passa a criar leis que estejam de acordo com aquilo que faz”.
Herbert Lago Castelo Branco
Poeta e Escritor

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